Prosimetron

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sábado, 17 de julho de 2010

Conjugação de esforços


Os recursos às Bibliotecas Digitais são uma mais valia. A qualquer momento* o leitor vai até junto de um exemplar e consegue-o consultar. É sem dúvida um avanço para a investigação.
Em Portugal foi criado um serviço, que aparentemente é nacional. Chama-se Biblioteca Nacional Digital. Mais uma vez só o País tem a ganhar. Mas, à portuguesa, depressa se esquece que o serviço e a Biblioteca é "Nacional" e criam-se várias bibliotecas regionais virtuais, que duplicação esforços em vez de os conjugar.
Ontem foi aqui anunciado a boa nova da Alma Mater ** e a Ana deu como exemplo a obra de Fernão Mendes Pinto, a famosa Peregrinaçam, apresentada a partir de um exemplar magnífico, conservado, hoje, na Biblioteca da Universidade de Coimbra, mas que pertencia, à não menos magnifica Biblioteca do Visconde de Trindade.
Recordei, por questões de coleccionação (que neste caso se prende com a família do impressor), que já havia outros exemplares, da mesma edição, digitalizados e em consulta...

Mas, existe sempre um mas...

Embora na Biblioteca Nacional de Portugal a obra seja indicada como estando em consulta digital,com o endereço http://purl.pt/82, chega-se lá e é indicado como um exemplar privado [sic] e que as cópias digitais não se podem fazer...

Cópias Digitais
Exemplar privado, 45.7 MB, 1 ficheiro
Exemplar privado, 45.8 MB, 48 ficheiros
Exemplar privado, 130.6 MB
Exemplar privado, 222.5 MB

Bom, deve ser algum engano... existe um outro meio para chegar ao mesmo sítio, pensará o investigador. Existe a via dos Tesouros da Biblioteca Nacional...
E lá está (estará ainda ?) anunciado em Junho de 2006 que o tesouro do mês é a Peregrinaçam (RES. 432 V.)... mas mais uma vez é uma pista falsa... vai parar ao exemplar privado...

Mas como o "google" é um excelente repertório de memórias (mesmo quando se apaga um post ele fica guardado na memória virtual do google como um "em cache" que nos permite ver, consultar e copiar a "cópia pública":

Cópias Digitais
Cópia pública, 45.7 MB, 1 ficheiro
Cópia pública, 45.8 MB, 48 ficheiros
Cópia pública, 130.6 MB

Um mundo virtual e de loucos...

Num país, como Portugal, em que os recursos à digitalização pública são tão raros, é necessário estar a duplicar esforços ...? Para quando a criação de uma Biblioteca Nacional Digital de cada país, em que as locais e internacionais podem colocar os seus tesouros referentes a esse país...? Vamos deixar os bairrismos. Esta é a minha opnião.

* Tenho uma vaga ideia que também havia em consulta um exemplar na outra Biblioteca Digital Nacional (agora a brasileira e não a portuguesa)... Mas como as bibliotecas digitais são para consulta em qualquer momento temos de esperar até segunda feira para a consultar (hoje é Sábado) e o serviço está em manutenção e fecha durante o fim de semana (quando a Biblioteca também está fechada)


** Aqui fica o link que vai até à página oficial da Alma Mater que louvo naquilo que divulgar de original.

7 comentários:

ana disse...

É interssante este seu post.

São uma mais-valia as digitalizações não só como preservação do documento mas também, como possibilidade de se estenderem ao grande público que os procura.

Não concordo com o bairrismo e julgo que os esforços da Universidade de Coimbra não têm que ver com uma atitude tão menor.

Ao Professor Doutor Carlos Fiolhais agradeço em nome dos que têm curiosidade e vontade de conhecer - Obrigada Senhor Professor.

Obrigada JAD, pela informação acerca do livro que é muito útil e o cidadão vulgar desconhece.

Regozijo-me que um post sobre o "Alma Mater", que foi feito com a felicidade de uma mais-valia. dê e vá dar posts com muito interesse.

hmj disse...

Para JAD,
agradecendo as suas palavras sobre as "nossas" Bibliotecas Digitais, gostaria, com a devida licença, acrescentar mais "mas":
1 - as obras - na minha área - acunciadas na boa nova da Alma Mater já constavam, há mais de um ano, da Biblioteca Digital da BGUC;
2 - para além da lentidão na colocação das obras não se vislumbra qualquer plano ou critério na disponibilização do acervo das Bibliotecas.
Para não alongar-me, vou-me calar para não aduzir algumas "anodotas" sobre as obras publicadas na BND.

hmj disse...

onde se lê "anodotas" deve ler-se:
"anedotas".

Jad disse...

HMJ: É verdade...; na maior parte das vezes é fazer a festa com a roupa e os foguetes de outros.

LUIS BARATA disse...

Post que levanta questões muito interessantes, desde a fiabilidade da informação disponibilizada quanto ao acesso a obras ao efectivo acesso a estas- v.g.horários de consulta.

Helena Patrício - Direcção de Serviços de Sistemas de Informação da Biblioteca Nacional de Portugal disse...

A dificuldade no acesso à "Peregrinação"(http://purl.pt/82)resultou de um erro temporário já resolvido, estando a obra em questão já disponível.

Jad disse...

Ao serviços da Biblioteca Nacional de Portugal agradeço a nota anterior.