Prosimetron

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ondina Braga!

Ando a ler Ondina Braga, uma escritora que descobri há pouco tempo embora conhecesse o seu nome.
Perdi durante estes anos todos a beleza e profundidade da sua escrita. O encontro com o Oriente, as viagens, a percepção cuidadosa das descrições às quais junta a sua alma. É sem dúvida uma grande escritora.
A sua personalidade feminina tem um toque de masculinidade na procura do ser, nas experiências vividas, tirando partido do destino que se lhe apresentara.
Viveu cada momento com intensidade, com inteligência, com a reserva da sua identidade e solidão. Ao mesmo tempo que parece corajosa, desafiadora é também sensível e frágil. Não sei se penetrei na sua interioridade mas até onde entrei encantou-me.
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"Estavam no salão e o senhor Wei falava em bebidas, em aperitivos. Ela pediu chá. Apreciava chá de jasmim, mas o que lhe trouxeram foi chá de rosas, ao mesmo tempo amargo, brando, quente e fresco, com uma pétala acabada de colher e da cor da bebida.
Criados silenciosos preparavam o uísque do senhor Wei, deitavam o chá.
O senhor Wei disse:
- Miss, vai viver estes dias no meio de homens. Tai-tai mora no fundo do parque. Desejo que se sinta em sua casa.
Sorvendo o chá, de olhos baixos , Maria não respondeu."
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Maria Ondina, O Amor e a Morte, (contos) Braga: Livraria Editora, sd. p. 47. Este livro obteve o prémio Ricardo Malheiros.

8 comentários:

ana disse...

Agradeço a c.a. da "Casa Improvável" que foi onde a encontrei.

MR disse...

Comentário no Prosimetron a um post que

contador antropomórfico disse...

«Que coincidência! Também eu hoje o abri, conforme pode verificar aqui:

http://acasaimprovavel.blogspot.com/2009/12/foi-uma-tristeza.html

23 de Dezembro de 2009 22:09»

Por acaso lembro-me porque achei graça, dado que hoje (quase) ninguém lê a Maria Ondina Braga.

MR disse...

Comentário no Prosimetron a um post com uma citação da Estátua de sal.

MR disse...

Isto não tem nada a ver nem com c.a. nem com A casa improvável - prezo muito ambos.

ana disse...

MR,
Não percebi os comentários. estou alheia mesmo.

Comprei este livro Amor e Morte numa das minhas idas a Lisboa num alfarrabista, julgo que até coloquei um post com isso.

Não me lembro do que está na Estátua de Sal. Esse já coloquei há muito tempo, quando descobri.

Este post era até para sair noutro lugar mas enganei-me, só dei conta quando não aceitava a etiqueta.

Bom vou ver se percebo.

Obrigada.
Bjs :)

ana disse...

Olá MR,
Eu não vi este seu post! Na altura do Natal tinha a minha família toda cá em casa.

Encontrei na casa improvável há um tempo, nem sei dizer quanto. Li a Estátua de Sal também há algum tempo porque o arranjei na biblioteca. Não encontrei em livraria nenhuma.

Quando fui ao Museu de S. Roque fui à Barateira (?) que era uma livraria que eu costumava ir quando vivi em Lisboa em 1980, se não me engano. Fui fazer o Propedêutico a Lisboa.
Nessa altura ia muito para a Gulbenkian e para estes lados da Igreja de S. Roque.

Não me lembrava de todo deste seu post!
Sorry!:)

ana disse...

Um excerto da Estátua de Sal está no blogue (In)Cultura.

ana disse...

Isto é coloquei um excerto no (In)Cultura. Desculpe a confusão.