Já há muito tempo que não envio um poema:VOZ DE OUTONO Ouve tu, meu cansado coração, O que te diz a voz da Natureza: — «Mais te valera, nú e sem defesa, Ter nascido em aspérrima soidão, Ter gemido, ainda infante, sobre o chão Frio e cruel da mais cruel deveza, Do que embalar-te a Fada da Beleza, Como embalou, no berço da Ilusão! Mais valera à tua alma visionária Silenciosa e triste ter passado Por entre o mundo hostil e a turba vária, (Sem ver uma só flor, das mil, que amaste) Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado Os sonhos ideais que tu sonhaste!»Antero de Quental
E regressou em grande, Miss Tolstoi.Para além do nosso Teixeira Gomes, temos o nosso Antero. :)
E é uma bela tela.
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3 comentários:
Já há muito tempo que não envio um poema:
VOZ DE OUTONO
Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nú e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima soidão,
Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel
deveza, Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!
Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,
(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!»
Antero de Quental
E regressou em grande, Miss Tolstoi.
Para além do nosso Teixeira Gomes, temos o nosso Antero. :)
E é uma bela tela.
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