Prosimetron

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domingo, 13 de março de 2011

Gato que brincas na Rua


João Villaret, no ano em que passam 50 anos sobre a sua morte

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Janeiro de 1931
Fernando Pessoa

4 comentários:

ana disse...

Duas vozes uma audível outra escrita que são tudo.

MR disse...

Não é que eu aprecie muito o estilo João Villaret... mas fez escola.
Por acaso também li ontem (onde?) que passaram em Janeiro os 50 anos da sua morte.

MR disse...

O Pessoa é outra loiça, mas noutro registo.

Miss Tolstoi disse...

Gostei do final: "Conheço-me e não sou eu." Nem mais!