Pormenor do túmulo de D. Afonso Henriques Coimbra, Panteão Nacional de Santa Cruz (Coimbra), séc. XVI. |
Dizem as Crónicas que quando D. Manuel, em 1502, a caminho de Santiago de Compostela, visitou o Mosteiro de Santa Cruz, verificou que os dois primeiros Reis estavam imolados em modestas arcas fúnebres no nartex da igreja. Em 1505 mandaram a velha igreja a baixo e começaram a nova igreja, em 1507.
As obras dos túmulos começaram em 1518 e as ossadas de D. Afonso Henriques foram trasladadas para a sua nova morada a 17 de Julho de 1520, sem a presença de D. Manuel.
Mas os túmulos não foram feitos onde hoje se encontram. Estavam no cruzeiro e só foram transferidos (?) para a capela mor (ou antes refeitos), quando frei Brás de Braga mandou construir o coro-alto (1535). Parece que foi então que houve a intervenção de Nicolau Chanterene que terá feito o Jazente e dado a forma que hoje a obra tem.
Numa publicação recente sobre O Túmulo de D. Afonso Henriques, diz-se "no túmulo de D. Afonso Henriques, no pilar do lado direito do observador, está um Doutor da Igreja, já plenamente renascentista que, por analogia, temos que atribuir a João de Ruão". Procuramos, em vão, o Doutor da Igreja.
O túmulo de D. Sancho, colocado ao lado do de seu pai, tem de ser entendido como um complemento do de D. Afonso Henriques.
Quem é que está em cada um dos pilares, em baixo: os dois evangelistas; João, tendo ao seu lado a águia, e Mateus, tendo ao seu lado a figura do anjo ou ser humanizado. Logo, no túmulo de D. Afonso Henrique encontram-se os outros dois evangelistas: lado esquerdo, Lucas, com o touro a seu lado; e do lado direito do observador, não S. Jerónimo, o Doutor da Igreja, mas sim, Marcos, o quarto evangelista, que tem como símbolo o leão, que se encontra, também, ao seu lado.
O túmulo de D. Sancho, colocado ao lado do de seu pai, tem de ser entendido como um complemento do de D. Afonso Henriques.
Quem é que está em cada um dos pilares, em baixo: os dois evangelistas; João, tendo ao seu lado a águia, e Mateus, tendo ao seu lado a figura do anjo ou ser humanizado. Logo, no túmulo de D. Afonso Henrique encontram-se os outros dois evangelistas: lado esquerdo, Lucas, com o touro a seu lado; e do lado direito do observador, não S. Jerónimo, o Doutor da Igreja, mas sim, Marcos, o quarto evangelista, que tem como símbolo o leão, que se encontra, também, ao seu lado.
Lucas evangelista |
Marcos evangelista |
João evangelista |
Mateus evangelista |
4 comentários:
Esta postagem é muito interessante!
As fotografias estão muito boas.
Foram tiradas com um tripé?
Sucinto, elucidativo e claro - gostei muito!, JAD.
Idem.
Muito bem! Foi anteontem, a observação? ;)
Trivia: por acaso aprendi ontem que S. Jerónimo foi secretário de S. Dâmaso, o nosso hipotético primeiro papa português avant la lettre.
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