Prosimetron

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domingo, 21 de outubro de 2012

21 de Outubro de 1147

Assinala-se nesta data que, em 1147, numa das investidas das tropas sob o comando de D. Afonso Henriques para a conquista de Lisboa aos Mouros, um fidalgo que cercava as muralhas, ao ver entreabrir-se uma das portas do Castelo, hoje denominado de S. Jorge, querendo franqueá-la aos assaltantes, se atravessou com sacrifício da própria vida, possibilitando a conquista da fortaleza. Chamava-se Martim Moniz.
Este episódio não é descrito na única obra que faz referência à conquista de Lisboa,"De expurgnatione Lisbonensi", cartas dos cruzados Osberno e Arnulfo que nela participaram, nem há referência a Martim Moniz, que genealogistas acreditam ser filho de D. Mónio Osores de Cabreira e casado com Teresa Afonso, dada como bastarda de D. Afonso Henriques e teria dado origem aos Vasconcelos posteriores. Essa genealogia levou a que João Roiz de Vasconcelos e Sousa, conde de Castelo Melhor, em 1646, por se ter por 14º neto, mandou colocar um busto do herói na chamada "Porta de Martim Moniz", no Castelo. Alexandre Herculano, com o rigor do historiador, por não haver documentos que o comprovem, considerou este episódio uma lenda. No entanto Alfredo Pimenta, na sua obra de 1940 ", A façanha de Martim Moniz", refere documentos de 1258 que citam esse feito.


Praça de Martim Moniz, 1946

Praça de Martim Moniz na actualidade

No centro de Lisboa foi dada a uma praça o nome de Martim Moniz, perpetuando o seu feito, lendário ou real. Alvo de obras de recuperação muito polémicas que se prolongam há décadas e lhe retiraram toda a sua marca genética - resta a capela de Nossa Senhora da Saúde, inicialmente votiva de S. Sebastião, construída em 1506 e dedicada a Nossa Senhora da Saúde em 1662 - a praça é hoje dominada pelo comércio feito por várias etnias emigrantes e um ponto de passagem para a Mouraria e para o centro histórico.                      

2 comentários:

Filipe Vieira Nicolau disse...

Belo post!

João Menéres disse...

Um dia vamos ter que arranjar outro Martim Moniz, mas que seja de carne e osso, para ninguém se escapulir ...