Lisboa: Texto, 2013
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Enid Mary Blyton nasceu a 11 de agosto de 1897, em Londres, e morreu a 28 de novembro de 1968, numa casa de repouso, onde se encontrava há meses, devido à doença de Alzheimer.
Publicou o primeiro livro - Child Whispers - em 1922 e os últimos em 1967. Em pouco mais de 40 anos, escreveu mais de 700 livros. E, até à data da sua morte, foram editadas mais de 1070 obras - incluindo antologias de contos,peças de teatro, textos pedagógicos, crónicas em jornais, revistas, anuários e almanaques.
Devido ao grande volume de obras escritas, durante algum tempo correu que Enid Blyton teria uma ajudantes, uma espécie de escritoras fantasmas. Afinal, toda esta vasta obra saiu da sua máquina de escrever.
Vem isto a propósito do livro que Alice Vieira escreveu sobre Enid Blyton, que li. E como toda a gente também li e vibrei com os Cinco, os Sete e alguns livros das coleções Mistério e Aventura. Não apreciei muito o Clube dos Sete, que li depois dos Cinco. Hoje percebo porquê. Eram dedicados a um público mais jovem.
Só li uma ou outra aventura do Colégio das 4 Torres e das Gémeas, já adulta.
Muito do que Alice Vieira escreve eu já sabia. Não sabia era que essa idiotice que hoje paira no mundo do 'politicamente correto' tivesse chegado aos livros de Enid Blyton, levando as editoras a alterar certas palavras nos seus livros - é o que faz a atual detentora dos direitos de publicação, a Hachette.
Da mesma tentativa de censura, foram vítimas clássicos como A cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe - uma abolicionista, cujo livro fez mais pela abolição da escravatura que mil discursos -, e Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, já aqui referido no Prosimetron.
É verdade que os personagens dos livros de Enid Blyton vivem e agem num quotidiano que não tinha muito a ver com a Inglaterra de então, mas era a época e a verdade é que esses livros criaram o gosto pela leitura em muitas gerações.
Os livros chegaram a estar banidos das escolas e das bibliotecas do Reino Unido, mas, «quando, em agosto de 2009, um estudo oficial revela que "um quarto dos rapazes e 15 por cento das raparigas tinham saído nesse ano da escola primária sem saber ler nem escrever corretamente", os livros de Enid regressam como poderoso auxiliar no combate à ileteracia.» (p. 174)
Não há uma biblioteca que tenha o nome de Enid Blyton, não há um museu, deixaram deitar abaixo as casas onde ela viveu. Estrambólico!
4 comentários:
Lamentável não existir nenhuma bibliotec com o nome de Enid Blyton. Também li e reli algumas vezes "Os Cinco", li as Aventuras, li "os Sete" e também gostei menos porque li depois dos "Cinco", li as Gémeas, embora menos desta coleção.
Li a Família Cherry destinados à infância. Também eram maravilhosos.
Eram livros coesos com aventura, mistério e imaginação. Nunca li a coleção da Isabel Alçada e a Ana Maria Magalhães por achar que os livros eram a aplicação do modelo de Enid Blyton à nossa realidade e História. Podem ser muito bons mas ...
Boa tarde!
Então achou interessante?
Essa coisa do politicamente correcto é uma estupidez e uma cobardia, porque os autores já cá não estão para se defenderem e proibirem a modificação dos seus textos.
Eu era mais fã dos das gémeas e das quatro torres, que li e reli vezes sem conta.
Boa tarde!
Eu também pertenço ao clube de fãs dos Cinco. :)
Há uns bons anos uma amiga pediu-me que comprasse um Noddy para o filho, numa das minhas idas a Inglaterra. Pensávamos nós que seria simples. Qual quê! Só lhe consegui arranjar um bonequito num pvc qualquer. Foi antes desta loucura recente pelo Noddy.
Ana,
Eu li um da coleção Aventura da Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Parece que se destinam a miúdos mais pequenos que os Cinco. Achei aquele que li uma história muito simples, com pouca aventura e um pouco simplista do ponto de vista literário. mas reconheço que pôs muitos miúdos a ler. E dali passaram de certeza a outros livros.
Isabel, gostei de ler o livro e já o passei a outra leitora de Enid Blyton. :)
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