2.ª ed. Almada: Centro de Arqueologia de Almada, 2002
Restaurantes no cais do Ginjal
«A restauração é uma das atividades que mais fama deu ao
Ginjal. A notícia que em [19 set.] 1931 se lê n’O Almadense, sob o título “Os
restaurantes do Ginjal vão-se civilizando”, mostra que há muito se criara o
hábito de aí procurar boa comida e boa bebida – “Os toldos de serapilheira que
lhes tapavam as portas noutros tempos e a fila de fogareiros de barro onde se
assavam sardinhas e se abria o marisco, tudo isso desapareceu para dar lugar a
casas decentes onde decentemente se pode comer”. Criam-se assim condições para
que cada vez mais pessoas se desloquem propositadamente ao cais para apreciar
os petiscos preparados nos vários restaurantes da zona.
«Do lado de Cacilhas, estes ocupavam logo os primeiros
edifícios – “Começando aqui pelo princípio do Ginjal, há o Farol, que era
dantes a Fonte da Alegria, que era uma tasca. Foi sempre uma tasca que deu
muito dinheiro… Aquilo a vender sandes e copos era um disparate! […] Depois, onde está aquele restaurante baixinho,
era o restaurante da Maria Vagueira. Depois a entrada da Floresta era aquela
entrada que ia dar a uma tasca lá por cima, pela Rua das Terras […]. Depois
a seguir havia um restaurante que era o Pepe. […] Depois ainda havia o Pita,
que era o restaurante Abrantino no primeiro andar, [que] ardeu, e por baixo
outro restaurante que era a Palmira das Batatas. […] Depois ao lado era o
Gonçalves […] e a seguir era o restaurante da espanhola. Era a mãe da Madalena
Iglésias. Ao fundo do cais ainda havia o Ponto Final.”
«[…] O Floresta do Ginjal […] era assim chamado por ser “todo
tapado com folhas de parreira”, permitindo a realização de “grandes festas com
fados” […].» (p. 52-53)
Nada melhor, num dia de calor como o de hoje, do que atravessar o rio e ir jantar ao Ginjal.
5 comentários:
Pois é, MR, mas para lá de "O Farol", é a decadência total...
Grandes saudades que eu tenho do "Ginjal" (restaurante), propriamente dito, e do "Grande Elias", onde, a HMJ e eu, comemos maravilhosos arrozes de marisco.
Pois é. Hoje fui lá jantar. Daqueles restaurantes virados para o rio, como a fotografia mostra, não há nenhum. Aquilo bem merecia uma intervenção. Lá para o fundo ainda lá estão o Ponto Final e o Atira-te ao Rio. Pelo menos estavam ha pouco tempo.
Também fui várias vezes à Floresta do Ginjal e ao Grande Elias.
Que boa ideia!
Há uma rua, que sai do largo e vai para o castelo, que está cheia de restaurantes, alguns simpáticos e acessíveis.
A beira-rio precisa urgentemente de ser requalificada e iluminada.
Para a próxima, irei a essa rua.
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