Silva Porto, 1880
Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis
Este quadro, com um barco de Avintes (e onde se pode observar o traje urbano em contraste com o traje regional) foi pintado em Areinho, no Douro, embora com inspiração de Manet, companheiro do artista, em Paris. Estes barcos, chamados Valboeiro, com toldo, serviam de barco de passeio, embora a sua função inicial fosse a da pesca do sável e de transporte da carga das padeiras de Avintes.
«... as barqueiras de Avintes, que fariam o encanto e a admiração do Tamisa, regalando n'ele como no rio Douro, e remando em pé com os seus longos remos, semelhantes aos das gôndolas venezianas, tão pesados, tão difíceis de manobrar!» Ramalho Ortigão - Jonh Bull, 1887.
“Desciam a rampa, que antecede o portão, alguns bandos de gente do povo, rindo, cantando, em plena festa; iam em direção ao rio. As barqueiras de Avintes aproximavam os barcos da margem para os receber; outras, ainda a grande distancia, chamavam, com toda a força daqueles pulmões robustos, as pessoas que vinham por terra. Cruzavam-se os barcos, movidos pelos vigorosos braços d'estas engraçadas e joviais remeiras, e carregados com os frequentadores das diversões campestres do Areinho e da pesca do sável. Tudo era riso e cantigas no rio.” Júlio Dinis - Uma Família Inglesa, 1868. ( Para a edição de 1875).
“Desciam a rampa, que antecede o portão, alguns bandos de gente do povo, rindo, cantando, em plena festa; iam em direção ao rio. As barqueiras de Avintes aproximavam os barcos da margem para os receber; outras, ainda a grande distancia, chamavam, com toda a força daqueles pulmões robustos, as pessoas que vinham por terra. Cruzavam-se os barcos, movidos pelos vigorosos braços d'estas engraçadas e joviais remeiras, e carregados com os frequentadores das diversões campestres do Areinho e da pesca do sável. Tudo era riso e cantigas no rio.” Júlio Dinis - Uma Família Inglesa, 1868. ( Para a edição de 1875).
A Miss Tolstoi, dedico esta página.
Recebi um livrinho, amoroso no formato e no cuidado gráfico, em que se publica a parte em que Albrecht Dürer ensina a arte de gravar as letras romanas. Tem como título Do desenho das letras, e é uma publicação da Almedina (2013).
2 comentários:
Com grande inspiração de Manet.
Quando comecei a ver o post, li «Avintes» e vi a senhora de preto do quadro (que me pareceu de Manet) e achei uma mistela estranha. Afinal o quadro é de Silva Porto. Não me lembrava nada deste quadro. Lindo!
E dedicou muito bem, Jad! :)
Um Manet perfeito e com uma citação de Júlio Dinis, escritor que eu adoro.
OBRIGADA!
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