Emile Bernard (1868 - 1941)
E aqui fica um poema, muito pouco conhecido de Ary (manuscrito na capa de um livro)
Um riso alvar
Um franzir de sobrancelhas
um boné a desabar
que cai sobre as orelhas
olhos no dono postos
ou no chão para ver os pés
Homem triste e sem gostos
e sem o vigor do português
Palhaço fardado d’almirante
marinheiro que nunca andou no mar
Sabujo, lacaio que é capaz
de se curvar e envilecer perante
o seu dono – Salazar
Um só existe: – o Tomaz.
1 comentário:
Do melhor Ary, satírico de sangue - muito obrigado, JAD!
Desconhecia o poema, muito bem esgalhado, aliás.
Abraço amigo,
APS
Enviar um comentário