Lisboa: Planeta, 2012
«Brunetti não gostava por hábito de comer a mesma coisa ao almoço e ao jantar, mas dos bifes de atum que Paola estufara num molho de alcaparras, azeitonas e tomate, seria difícil dizer que tinham origem no mesmo planeta que os tramezzini de atum que comera ao almoço. O tato e o bom senso impediram-no de fazer qualquer referência a este último, a comparação com uma tal oposição poderia ser ofensiva. Ele e o filho Raffi dividiram o último pedaço de peixe, e verteu o resto do molho sobre a segunda porção de arroz com a ajuda da colher.
«-Sobremesa? - perguntou Chiara à mãe, e Brunetti apercebeu-se de que conseguira guardar espaço para algum doce.
«- Há gelado de figo - disse Paola [...].
«- De figo? - perguntou Raffi.
«- Daquele sítio em San Giacomo dell'Orio - explicou Paola.
«- Aquele sítio que tem os sabores esquisitos, não é? - perguntou ele.
«- Sim. Mas o de figo é sensacional. Ele disse-me que estes são os últimos da época.
«Era de facto sensacional, e depois de os quatro terem conseguido acabar com um quilo inteiro, Brunetti e Paola foram repousar para a sala de estar, levando cada um o seu pequeno copo de grappa, o que Ludovico, um tio de Brunetti, sempre prescreve para contrariar os efeitos de uma refeição pesada.» (p. 103)
2 comentários:
Não se gosto de gelado de figo e já não tenho metabolismo para refeições pesadas - só pode ser em dias festivos :-D Boa tarde e boas leituras!
Comidas à moda dos italianos, com três pratos, não dá. Normalmente fico-me pelo antipasti. :)
Gelado de figo também não me cheira... Só gosto de gelados tradicionais: café, limão, caramelo... E o de cerejas do Santini (no tempo delas).
O meu almoço foi bastante fraco.
Boa tarde!
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