«Recordamos um [beijo] que recebemos na nossa juventude, que nos acompanhou durante 40 anos e julgamos ser uma das últimas coisas em que pensaremos quando morrermos.» Rev. Sidney Smith
Aqui não foi bem o que recebeu, mas aqueles que viu. No cinema que é bem real, enquanto dura.
Il Bacio O Beijo! malva-rosa em jardim de carícias! Vivo acompanhamento no piano dos dentes Dos refrãos que Amor canta nas almas ardentes Com a sua voz de arcanjo em lânguidas delícias!
Divino e gracioso Beijo, tão sonoro! Volúpia singular, álcool inenarrável! O homem, debruçado na taça adorável, Deleita-se em venturas que nunca se esgotam.
Como o vinho do Reno e a música, embalas E consolas a mágoa, que expira em conjunto Com os lábios amuados na prega purpúrea... Que um maior, Goethe ou Will, te erga um verso clássico.
Quanto a mim, trovador franzino de Paris, Só te ofereço um bouquet de estrofes infantis: Sê benévolo e desce aos lábios insubmissos De Uma que eu bem conheço, Beijo, e neles ri.
Paul Verlaine, in "Caprichos" Tradução de Fernando Pinto do Amaral
Entrei no Cinema Paraíso duas vezes, para ver «O Pianista» e «Oito Mulheres», numa época (brevíssima) em que o cinema passava os melhores filmes do ano. Estava sempre pouquíssima gente na sala (quatro ou seis pessoas, no máximo). Foi pena porque faz falta um cinema na Baixa ou no Chiado. A CML bem podia recuperar o Odeon (antes que caia) e entregá-lo para exploração. Não vi que estivesse previsto nenhum cinema no plano de reabilitação da Baixa. Estará? M. Os dois cinemas que existem na zona, o Animatógrafo e este Cinema Paraíso, ambos centenários, só passam pornografia. Mereciam melhor sorte. Nunca entrei no Animatógrafo, só o espreitei para ver como era a sala, uma vez que estava em limpezas.
6 comentários:
Fonte de inspiração ...
«Recordamos um [beijo] que recebemos na nossa juventude, que nos acompanhou durante 40 anos e julgamos ser uma das últimas coisas em que pensaremos quando morrermos.»
Rev. Sidney Smith
Aqui não foi bem o que recebeu, mas aqueles que viu. No cinema que é bem real, enquanto dura.
Ao João Soares pela recolha deste tema no cinema.
Il Bacio
O Beijo! malva-rosa em jardim de carícias!
Vivo acompanhamento no piano dos dentes
Dos refrãos que Amor canta nas almas ardentes
Com a sua voz de arcanjo em lânguidas delícias!
Divino e gracioso Beijo, tão sonoro!
Volúpia singular, álcool inenarrável!
O homem, debruçado na taça adorável,
Deleita-se em venturas que nunca se esgotam.
Como o vinho do Reno e a música, embalas
E consolas a mágoa, que expira em conjunto
Com os lábios amuados na prega purpúrea...
Que um maior, Goethe ou Will, te erga um verso clássico.
Quanto a mim, trovador franzino de Paris,
Só te ofereço um bouquet de estrofes infantis:
Sê benévolo e desce aos lábios insubmissos
De Uma que eu bem conheço, Beijo, e neles ri.
Paul Verlaine, in "Caprichos"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
A.R.
Agora percebi porque é que o cinema ao Camões (em Lisboa) se chama Cinema Paraíso!
Aí os beijinhos são outros... Menos castos.
Entrei no Cinema Paraíso duas vezes, para ver «O Pianista» e «Oito Mulheres», numa época (brevíssima) em que o cinema passava os melhores filmes do ano. Estava sempre pouquíssima gente na sala (quatro ou seis pessoas, no máximo). Foi pena porque faz falta um cinema na Baixa ou no Chiado. A CML bem podia recuperar o Odeon (antes que caia) e entregá-lo para exploração. Não vi que estivesse previsto nenhum cinema no plano de reabilitação da Baixa. Estará?
M.
Os dois cinemas que existem na zona, o Animatógrafo e este Cinema Paraíso, ambos centenários, só passam pornografia. Mereciam melhor sorte.
Nunca entrei no Animatógrafo, só o espreitei para ver como era a sala, uma vez que estava em limpezas.
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