Fala-se muito dos "senadores " da nossa república, mas eu sinceramente torço o nariz a alguns dos nomes que normalmente são apontados como fazendo parte dessa categoria. Não é o caso de Adriano Moreira, que merece quanto a mim essa designação. Já assim o considero há algum tempo, e sem qualquer conotação política como bem sabem os que me conhecem melhor, mas há dois factos recentes que reforçam a minha convicção. Em primeiro lugar, o notável trabalho que ele vem fazendo na qualidade de Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, que proporcionou uma ocasião de especial simbolismo na quinta-feira passada quando Nelson Mandela foi proclamado Sócio de honra da Academia , e a sua mulher Graça Machel, que o representava, foi eleita Sócia correspondente . Em segundo lugar, a recente doação do seu espólio, acervo documental, condecorações, livros, etc ao Município de Braga, que já se comprometeu a criar uma Biblioteca Adriano Moreira no antigo Colégio dos Jesuítas.
Um gesto que nos tempos correntes não é muito habitual, até pelo economicismo em que vivemos, com as consequências que se conhecem- dispersão pelos herdeiros ou leilão e com grandes dificuldades de acesso público.
No meu "Senado da 3ª República" Adriano Moreira tem lugar cativo.
1 comentário:
Concordo consigo, deve dar-se valor quando as pessoas são de qualidade, sem atender à conotação política.
Gostei da nomeação de Mandela e de sua mulher como sócios honoríficos da Academia da Ciências.
Também lhe tiro o chapéu no "Senado da 3ª República"
A.R.
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