Tolstoi
«A minha cara era a dum camponês vulgar.» (Tolstoi)
«Uma cara parecendo uma floresta, com mais arvoredo que clareiras, obstruía todo o acesso à visão interior. Larga e flutuando ao vento, a sua longa barba, de patriarca, sobe até ao alto das faces; cobre, com as suas ondas, durante dezenas de anos, o lábio sensual, e oculta a casca lenhosa da pele, de fendas escuras. Na fronte, eriçam-se, espessas como dedos, e emaranhadas como raízes de árvore, poderosas sobrancelhas. Na cabeça, agita-se a massa dos cabelos, em redemoinhos espessos: por toda a parte se levanta a abundância hirsuta e tropical dos pêlos, espalhados à maneira de Pã, uma exuberância de mundo primitivo.»
Stefan Zweig - «Tolstoi»
In: Três poetas da própria existência. 6.ª ed. Porto: Civilização, 1980, p. 177
Leão Tolstoi morreu a 20 de Novembro de 1910, na sua casa de Isnaia Poliana.
3 comentários:
Gosto do pouco que conheço do Tolstoi. Em casa dos meus pais e avós os livros dele marcavam presença.
Tenho "Guerra e Paz para ler" mas vou adiando sempre.
A afirmação de Tolstoi é profunda.
Tento inverter as premissas, até porque o mundo ninguém consegue mudar sozinho.
A.R.
Ai, as minhas barbinhas...
A afirmação de Tolstoi é verdadeira, genuína.
Um dos grandes. E sublime encarnação do melhor da Rússia profunda.
Enviar um comentário