Prosimetron

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

As redes sociais - 1

" (...) Ao segundo minuto apareceram mails dos amigos dos amigos a perguntar se eu queria ser amiga deles. Eu não sabia se era um gesto automático ou eram seres vivos, mas se fossem iriam saber que eu os recusava se eu os recusasse? E se não os recusasse ia dar-lhes o tempo que não dou a quem está comigo?
Ao terceiro minuto eu sabia. Tinha que sair dali. E comecei a correr dentro do Facebook à procura da saída.
Se toda a gente está no Facebook é provável que ninguém saiba disto: eles não querem que a gente saia, embora eu não faça ideia de quem sejam eles. A gente faz para sair e aparece um inquérito. A gente não dá motivo e o inquérito volta. A gente dá motivo mas não é suficiente. A gente desespera. E quando dá com a saída, o Facebook ainda vai atrás de nós a dizer que continuará sempre à nossa espera. (...) "

- Alexandra Lucas Coelho, Três minutos e meio no Facebook (III), no PÚBLICO de hoje.


Há três semanas que ando a ler as crónicas da Alexandra Lucas Coelho sobre o Facebook porque me tenho identificado com as mesmas perplexidades e dúvidas sobre esta rede social da net. Aliás, tenho resistido imenso às redes sociais da internet embora com algumas dúvidas perante o enorme entusiasmo de alguns amigos pelas mesmas. Entusiasmo temperado, há que dizê-lo, também com algum espanto perante alguns dos desenvolvimentos permitidos por esta rede, alguns que se prendem até com os perigos de partilhar certas informações pela net.
Por enquanto, não estou nem no Facebook, nem no Hi5, nem no Twitter, embora esteja registado em redes sociais mais específicas e sempre por convites de amigos. Mas não sei se vou resistir- raro o dia em que não receba convites para integrar esta ou aquela rede, ou visitar perfis de amigos que estão nessas redes. E já começo a recear que o meu silêncio melindre alguém, até porque não se trata de uma questão interpessoal, antes "sistémica".
Eis um dilema no "admirável mundo novo" da internet- a tensão entre a exposição e a privacidade.

4 comentários:

JP disse...

Como um dos "convidantes", aqui vai a defesa:
1) só expões o que queres, no meu caso o mínimo.
2) de preferência crias um mail próprio, para não estares sempre a receber mensagens.
3) só "alinhas" no que te apetece.

Em suma, o fb só te incomoda se tu deixares. Em troca, tenho encontrado (e já almoçado :) com pessoas que não via há anos, em certos casos décadas. Hoje foi a vez do nosso comum amigo JFSF, há dois dias um outro resistente daquelas reuniões na Tomás Ribeiro, o JCBS.

Enfim! Adere! :)

Anónimo disse...

Eu, como sabes, aderi e já perdi a conta dos amigos. É util, reencontra-se gente de há anos, estabelecem-se contactos. Só tem que se ter noção de limite.
O momento aborrecido é quando se é convidado por alguém que não queremos adicionar (e nem sempre queremos admitir isso... não é agradável recusar um convite, muito menos ser recusado... e aí, como é que se fará?)
Abraço, JPS

LUIS BARATA disse...

Perante estas duas vozes que tanto considero, e que tenho como ponderadas e prudentes, bem se vê que a minha resistência provavelmente não durará até à Páscoa do Senhor...

JP disse...

A ver, a ver... Respondendo ao JPS, já me aconteceu receber convites de perfeitos desconhecidos. Como não fazia ideia de quem seriam, não fiz nada. Vendo bem, se fizeram isto comigo, devem fazer com milhentas pessoas. Não acredito que tenham a contabilidade tão aperfeiçoada para que possam ficar "sentidas" com a recusa por omissão...