Pássaros
Mudos, mudados, mortificados,
estão nos troncos pousados,
na ânsia solar de telhados,
sob céus brancos e estagnados;
imóveis, parecem empurrados
por ventos abstractos e errados:
sem asas, os corpos inclinados,
mortos nos beirais desolados,
sem cantos nem versos contados.
Frios. Vagos. Astros petrificados.
Nuno Júdice, Obra Poética (1972-1985), Lisboa: Quetzal, 1999, p. 309
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