- Esterhaza, a residência de Verão dos Esterhazy.
- Schloss Esterhazy, Eisenstadt, Burgenland, Áustria.
- Haydnsaal, Schloss Esterhazy, Eisenstadt.
Comemora-se este ano o bicentenário da morte do genial compositor Joseph Haydn, um dos mais prolíficos e nunca caídos no esquecimento da História da Música.
Comemora-se este ano o bicentenário da morte do genial compositor Joseph Haydn, um dos mais prolíficos e nunca caídos no esquecimento da História da Música.
Haydn nasceu em 1732, em Rohrau, uma pequena aldeia da Baixa Áustria, e desde muito cedo revelou dons musicais, talvez influenciado pelo seu pai que, sem qualquer educação musical, tocava harpa.
Aos 7 anos, o jovem Joseph é descoberto por von Reutter, kapellmeister da Catedral de S.Estevâo de Viena, que impressionado pela sua voz o leva para Viena para cantar no coro da Catedral. E parece que a voz de Haydn era tão bela que von Reutter chegou a pensar mandar castrá-lo, o que foi impedido pelo pai de Haydn que felizmente se encontrava em Viena.
Já na adolescência, Haydn vira-se para a composição, tornando-se aluno do famoso compositor de então Porpora, e do grande libretista Métastase.
A vida profissional de Haydn começou como kapellmeister do conde de Morzin em 1758, mas é em 1761 que o jovem compositor assina o seu contrato decisivo, ao tornar-se mestre de capela-adjunto do príncipe Paul Anton Esterhazy, e depois da morte deste do irmão, o príncipe Nikolaus Esterhazy, também ele um fervoroso melómano.
Se bem que muitos criticam este tipo de contratos de exclusividade, que nem sempre foram escrupulosamente respeitados pelos compositores, a verdade é que a estabilidade financeira e material que os mesmos proporcionavam foram providenciais para a grande produtividade de muitos compositores, desde logo Haydn.
Durante décadas, Haydn viveu e compôs muitos dos seus trios, quartetos e sinfonias nas duas residências principais da família Esterhazy : o Palácio Esterhazy, em Eisenstadt, onde hoje a Sala de Música ostenta o nome do compositor, e Esterhaza, a residência de Verão dos Esterhazy, que é mais um dos mini-Versailles construídos na época um pouco por toda a Europa.
Com a morte de Nikolaus Esterhazy em 1790, Haydn continua ao serviço da família mas com maior liberdade de movimentos, desde logo viajando para Londres, onde teve um acolhimento estrondoso: foi feito doutor honoris causa por Oxford, e recebido no Palácio de Buckingham, o que atesta como a sua música já circulava por toda a Europa. Haydn ficou uns anos no Reino Unido, tendo aí composto várias peças, entre elas a célebre Sinfonia Nº 92.
O regresso definitivo a Viena foi no ano de 1795, sendo que as obrigações contratuais com os Esterhazy eram nessa época muito mais leves: apenas escrever uma missa por ano em honra da princesa Maria, mulher de Nikolaus II, o último dos príncipes Esterhazy do ramo principal.
Foram ainda anos de grandes criações: a Missa in Augustis ou Missa Nelson, em honra do Almirante Nelson, e grandes oratórias como a celebérrima A Criação, com libretos do barão Van Swieten. A última aparição pública de Haydn foi precisamente a propósito de uma apresentação de A Criação, dirigida por um certo Salieri...
Mesmo Napoleão, invasor e ocupante de Viena, respeitou o velho compositor, colocando guardas à porta da casa de Haydn para que nada acontecesse a este.
Joseph Haydn morreu no dia 31 de Maio de 1809, aos 77 anos, tendo tido direito a funerais nacionais por ordem imperial. Conforme resultava do seu testamento, a sua fortuna foi distribuída pelos pobres da sua aldeia natal.
A fortuna musical de Haydn continua forte até hoje, sendo que o seu imenso reportório continua a ser tocado por todo o planeta, e ainda surpreende: No Festival de Aix-en-Provence de 2008, foi representada com enorme sucesso L' Infedelta Delusa, uma das 14 óperas italianas de Haydn, e praticamente desconhecida do grande público.
- Sugestões discográficas: as edições ( quase) integrais da Decca e da Brilliant Classics.
6 comentários:
Gosto muito de Haydn e também do "um certo Salieri" que ficou ofuscado pelo virtuosismo de Mozart.
Belo post!
A.R.
Um certo Salieri !?!?!?
Saudades de Budapeste!
Lembrei-me de Budapeste por causa da família Esterházy ser húngara.
Há anos li um romance, de que não recordo o nome, de Peter Esterházy. É considerado um grande escritor húngaro, mas não me entusiasmou.
Para o anónimo,
Julgo que o Salieri que aparece no texto se refere a António Salieri, contemporâneo de Haydn, pois, nasceu em 1750 e morreu em 1825;
Haydn nasceu em 1732 e morreu em 1809.
Não percebi a admiração! Se tiver novos dados por favor indique, posso estar enganada.
A.R.
Apesar da A.R. já ter esclarecido o essencial, acrescento que "um certo Salieri..." como escrevi no post supra era irónico, daí as reticências, pois que é também para isso que estas servem.
Salieri que, como é sabido, teve o azar de ser contemporâneo do grande Wolfgang Amadeus. "Um certo Salieri" porque aquando da mencionada última aparição pública de Haydn, o dito Antonio Salieri estava no princípio da sua fama,que acabou injustamente ofuscada pelo brilho de Mozart.
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