Com um sol tão intenso e com tanta coisa para ver, a primeira opção foi visitar a colecção do Barão Hans Heinrich Thyssen-Bornmisza.
Claro, adorei ver ao vivo a Anunciação de Jan Van Eyk que Jad colocou há uns tempos. É fantástica a sombra ou efeito de espelho que o pintor transmite ao observador!
A imagem que coloco está classificada como pintura primitiva ou dos primórdios do Renascimento:
Petrus Christus, A Virgem da Árvore Seca ( Virgin of the Dry Tree) c. 1465
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Este painel foi descoberto no princípio do século XX e provém de uma colecção belga. A pintura foi atribuída a Petrus Christus e está ligada à Confraria da Nossa Senhora da Árvore Seca, que Christus e a sua mulher pertenceram. Esta Confraria, já mencionada num documento de 1396, tinha uma Capela na Igreja dos Frades Menores de Bruges que foi destruída em 1572, durante as guerras religiosas. Entre os seus membros mais notáveis estavam os duques de Borgonha.
De acordo com uma lenda corrente no século XVII, a Confraria teria sido fundada por Filipe o Bom a quem a Virgem e o Menino teria aparecido numa árvore seca numa batalha contra os franceses. Filipe teria rezado pela vitória que lhe foi concedida.
A Árvore Seca é identificada com a árvore do conhecimento, do Bem e do Mal, que teria secado depois do pecado original, só vindo a florir com a concepção de Cristo. Dos ramos pendem 15 letras "a", douradas, a primeira letra da Avé Maria e o seu número relaciona-se com os Mistérios do Rosário.
Alguns críticos apontam que o estilo das figuras poderá ser inspirado por Van Eyck ou Van der Weyden.
Petrus Christus é um pintor flamengo, seguidor de Jan Van Eyck, que nasceu perto de Antuérpia entre 1410 e 1420.
Gostei imenso desta imagem e a árvore faz-me lembrar também a coroa de espinhos.
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