Prosimetron
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Ao nível de conversa de janela no Portugal mais profundo
"Desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer."
"Transmito-vos, a título excepcional, porque as circunstâncias o exigem, a minha interpretação dos factos."
"A leitura pessoal que fiz dessas declarações (normalmente não revelo a leitura pessoal que faço de declarações de políticos, mas, nas presentes circunstâncias, sou forçado a abrir uma excepção)"
"Repito, para mim, pessoalmente..."
"Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo [...] e, pessoalmente, tenho dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas"
"Não conheço [...], não sei com quem falou, não sei o que viu ou ouviu [...]. E por isso não atribuí qualquer importância à sua presença"
"A primeira interrogação que fiz a mim próprio"
"E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão [...] ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas."
"E embora me tenha sido garantido que tal não aconteceu, eu não podia deixar que a dúvida permanecesse."
"A segunda interrogação que [...] me suscitou foi a seguinte: "será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails?" [...] Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades [...]. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades"
"mas tem que ser capaz de resistir" [...] "mesmo que isso lhe possa causar custos pessoais" [...] "não cede a pressões nem se deixa condicionar"
"Agora [...] considero que foram ultrapassados os limites do tolerárel e da decência, espero que os portugueses compreendam que fui forçado a fazer algo que não costumo fazer: partilhar convosco, em público, a interpretação que fiz."
Esta conversa está gravada. Não é ficção!
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14 comentários:
Escolha cirúrgica!
M.
"Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo [...] e, pessoalmente, tenho dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas".
Agora que não devia ter é que tem dúvidas?!!
M.
Como elemento adicional, sugiro a leitura do editorial de hoje do Pedro S. Guerreiro: http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS_OPINION&id=389149
Vou ler. Obrigada!
M.
Já li. Discordo. Acha que Cavaco se deu ao respeito desta maneira?
E para haver guerra (e sangrenta, como diz PSG) tem de haver duas partes.
M.
Cara M: Sendo a primeira vez que Cavaco se pronuncia sobre o e-mail da polémica, não vejo qual a contradição em dizer que "tem dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas". Ele, Cavaco, tem dúvidas sobre o que está escrito naquele e-mail.
Se o e-mail não foi escrito por ele, nem pelo Fernando Lima, nem por ninguém de Belém, mas é sim um e-mail de um jornalista do Público para outro jornalista do jornal, qual o impedimento lógico que impede Cavaco de duvidar sobre a veracidade do que é afirmado no e-mail, designadamente sobre as alegadas atitudes de Fernando Lima? Devo estar muito obtuso, mas sinceramente não vejo que existam elementos que garantam a Cavaco que tudo o que e-mail diz é verdade, especialmente se o seu fiel Lima lhe disser o contrário do que está escrito no e-mail.
Caro Luís,
Se não foi ninguém de Belém que se encontrou com o jornalista do Público, no café da Av. de Roma (Tintin?), Cavaco não tem de duvidar - nem perguntar-nos se é crime -, tem de NEGAR!
Cavaco em momento algum disse que Fernando lima negou.
M.
então defendia o seu fiel Lima e não fazia o que fez!
Ele que veio várias vezes a público defender um dos membros do seu Conselho de Estado e que estava enterrado até à cabeça. Se este estava inocente, deveria ter feito o mesmo. Assim é que se vê quem é que se deixa ou não deixa manobrar
Cara M: Eu e V.Exa podemos encontrar-nos num café da Av. de Roma e ter uma conversa. A minha amiga relata num mail ao seu chefe, suponhamos um director de jornal, a sua versão da conversa tida,e eu volto para o meu palácio e relato ao meu chefe,por acaso PR, hoje ou muito mais tarde, o teor da conversa.
O meu chefe é obrigado a confiar na versão que a minha amiga elaborou da conversa mantida comigo? Parece-me que não. Será até mais natural que ele acredite no meu relato e que diga ter dúvidas sobre o teor do e-mail se este não estiver de acordo com a versão que eu forneci.
Não estou a querer dizer com isto que, transpostas as coisas para a realidade, é Lima quem diz a verdade e que a versão de quem se encontrou com Lima é falsa. Apenas digo que não é absurdo Cavaco dizer que tem dúvidas sobre a veracidade do que está escrito no e-mail, mesmo que até tenha tido conhecimento prévio ou posterior do encontro da Av.de Roma.
Luís,
Por acaso acho que acreditaria no que o meu colaborador me dissesse; se tivesse dúvidas, mandava-o às urtigas.
Não é um homem qualquer, é um homem que o acompanha há 24 anos, se me não engano. E toda a gente diz que lhe é fiel. Quem o conhece tb diz que não teria conversas nenhumas sem conhecimento do PR. E eu vou mais pro esta versão.
Se o Lima não teve qualquer reunião, Cavaco não tem de duvidar - é mentira. E então devia ter dito isso.
M.
E por aqui me vou ficar.
M.
Mas eu não digo que Lima não se encontrou com um jornalista do Público, até acredito que o encontro tenha ocorrido, mas o que foi dito nesse encontro e passou depois a escrito num e-mail é que é, como qualquer conversa a dois,passível de duas versões: a do jornalista e a do Lima. É censurável ou estranho que Cavaco acredite na versão do Lima? Eu, tal como a minha amiga, também acreditaria provavelmente no meu colaborador de há 24 anos... E por aqui também me fico.
Sempre achei que o escudeiro devia pautar-se pela fidelidade e amizade para com o seu cavaleiro e em troca receber a sua protecção. Parece muito medieval mas é um código de honra. Sempre me orientei por honrar os compromissos de amizade.
Este é um caso estranho e complexo como tudo o que o jogo político faz. Se há escutas que se encontrem os responsáveis...
Ana
Hoje ouvi alguém dizer: nunca mais vou votar são todos uns corruptos e aldrabões... Sorri-me... se não se faz nada ficaremos sempre na mesma.
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