Releio algumas vezes este livro e descubro sempre coisas novas. Como gostava de alcançar a Cidade do Sol.
A cidade do Sol
Os solares revelaram-me coisas admiráveis sobre o consenso das coisas celestes com as terrestres e com as morais, bem como sobre a difusão do Cristianismo no Novo Mundo, a sua estabilidade na Itália e na Espanha, e a sua ruína na Alemanha setentrional, na Inglaterra, na Escandinávia e na Pomerânea. Mas, não quero repetir esses prognósticos, pois, que, sapiamente o nosso Papa os proibiu. E, ao mesmo tempo que Xerifos e Sofos introduziam modificações na África e na Pérsia, Wiclef, Huss e Lutero atacavam a religião entre nós, enquanto os mínimos e os Capuchinhos a ilustravam. Disseram-me como do próprio movimento do céu se serviam alguns para o bem e outros para o mal, se bem que as heresias sejam incluídas pelo Apóstolo entre as obras da carne e subordinadas às influências sensíveis exercidas por Marte, Saturno e pela Terra, graças à vontade que espontaneamente a eles se submete. acrescentarei apenas que os solares descobriram a arte de voar e outras artes sob a constituição da Lua, e do Mercúrio, graças à abside do Sol, pois que essas estrelas têm influência no ar para a arte do voo.
Tomás Campanella, A cidade do Sol, (trad. Álvaro Ribeiro), Lisboa: Guimarães Editora, 1996, p. 90.
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