Prosimetron

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

De Cioran - 4

" Personne n' a jamais pu se délivrer du Temps. "
Je le savais. Mais quand c'est dans le Mahâbhârata qu' on le lit, on le sait pour toujours.

- E.Cioran, Ébauches de vertige, p.20.

Gosto muito do Mahabharata ( penso que é esta a grafia em português ), o mais longo poema épico do mundo. A propósito destas palavras de Cioran, lembro a adaptação maravilhosa de Peter Brook feita há precisamente 20 anos. É, aliás, a única que vi integralmente, até porque mais consentânea com a minha "sensibilidade ocidental". Vale a pena reservar uma tarde ou uma noite das nossas vidas para ver esta encenação brookiana de um monumento da cultura universal. Uma nota final mais ligeira: a tradução literal do título do poema é " a história dos bharatas ".

5 comentários:

APS disse...

É sempre um conforto de "alma" confrontarmo-nos com os livros tutelares da Humanidade.
Que,curiosamente,vieram quase todos
do Oriente.
Por outro lado,agrada-me que Cioran, uma vez por outra,(raras vezes, no entanto)deponha as armas, e se renda.
Para lhe agradecer, Luis Barata, estes momentos de pura emoção e prazer ao rever o extracto que postou,aqui lhe devolvo, grato,
palavras de Cioran:
"L'ange de l'Apocalypse ne dit pas:
"Il n'y a plus de temps",mais:"Il
n'y a plus de délai." J'ai toujours
vécu avec le sentiment que le temps est rongé du dedans,qu'il manque de durée."

Jad disse...

Adorei o título do poema.

Jad disse...

Adorei a resposta em que a ignorância é dada como exemplo de dor.
O mesmo tema do "escritor": vergonha daquilo que não se conhece.

LUIS BARATA disse...

"Il n'y a plus de délai". Ontem num colóquio com gente brilhante ( Anselmo Borges, António Manuel Baptista e António de Amorim ) ouvi isto, não me lembro a qual deles: " Temos de viver como se fossemos imortais, sabendo que podemos morrer no dia seguinte. "
Verdade tão pura e tão dura.
Obrigado pelo seu Cioran.

ana disse...

Só agora pude ouvir. Parabéns por este belíssimo momento que me concedeu.

Índia uma paixão,
Poesia uma fonte,
A imagem uma beleza.

"qual é teu oposto? Eu mesmo";
" a dor é a ignorância" fico por aqui embora, algumas respostas me deslumbrem...

Adorei!
Ana