Resolvi comprar este pequeno livro de Blake, só tinha uma edição inglesa, agora passo a ter em Português. O livro traz esta imagem.
A Flor
Pardal Festo Festo
Em tão verdes folhas
A Flor em deleito
Vê-te um dardo lesto
Quer teu curto cesto
Junto do meu peito.
Pisco Giro Giro
Em tão verdes folhas
A Flor em deleito
Ouve o teu suspiro
Pisco Giro Giro
Junto do meu peito
William Blake, Canções de Inocência e de Experiência, Mostrando dois Estados Contrários da Alma Humana, Lisboa: Assírio & Alvim, 2009, p.26, (Trad. Jorge Vaz de Carvalho).
8 comentários:
Do poema,no original,gosto eu. O pior é a tradução: extremamente arrebicada, e o tradutor, à força de querer rimar, fez implodir toda a beleza do poema de Blake. Para quê "festo"?,será que "deleito" existe? Da 1ªestrofe eu só aproveitaria o último verso.
Estas péssimas traduções exasperam-me e,por isso,não gostaria de voltar ao assunto.Para não se dizer
que só critico e não faço,dou-lhe a minha versão da 1ªestrofe:
"Lindo pisco lindo
Em folhas tão verdes
Uma flor feliz
Vê-te como seta
Procurar o ninho
Junto do meu peito."
Isto não é nada consigo,Ana,mas ver
uma editora com o prestígio que (tem?)tinha a "Assírio e Alvim"
sancionar e patrocinar obras como esta,deixa-me estupefacto...
Errata:
substituir o 1ºverso,s.f.f.,por:
"Lindo pardal lindo".
P.S.:isto foi causado,possivelmente,pela minha exasperação...
E ainda,esquecer a errata anterior.
O primeiro verso deverá ser:
"Ledo pardal ledo"
P.S.2 :parece que a exasperação continua...
Ainda bem que fez estes reparos. Será que a tradução de Manuel Portela (ed. Antigona) é melhor?
Traduzir poesia não é nenhuma brincadeira. Deve ser feita por um poeta que seja um bom tradutor (e temos vários casos em Portugal), ou por uma dupla: um bom tradutor e um poeta.
Para MR:
Não conheço ainda a tradução de Manuel Portela.
Dou de barato que traduzir
Blake é extremamente difícil,mas pôr aprendizes de feiticeiro a fazer esse trabalho é,no mínimo,um disparate.
De "The Tiger" conheço 5 versões e nenhuma me parece boa. Duas delas são ainda do sec.XIX.
A melhor tradução ainda é a de David Mourão-Ferreira,escrupuloso tradutor - mas que,apesar de tudo,não me agrada inteiramente.
Há dias vi esta edição da Assírio numa livraria, mas pareceu-me que só continha a tradução da parte referente às "Canções de Inocência".
Como estou a pensar em oferecer este livro, vou optar pela tradução de Manuel Portela, essa sim, das "Canções de Inocência e de Experiência".
Concordo com tudo o que disseram acerca das traduções mas só encontrei esta edição. Como gosto das "Canções de Inocência e de Experiência", resolvi comprar.
O original é mais bonito!
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