Hamburgo, cidade e Estado Federal da Alemanha, é sinónimo de cosmopolitismo e de abertura. Dada a sua localização geográfica, foi, ao longo de toda a sua história, ponto de chegada e de partida. Hamburgo – a porta para o mundo (das Tor zur Welt).
Situada nas margens do Elbe e Álster, constitui o maior porto marítimo da Alemanha, o segundo maior na Europa e o terceiro a nível mundial, apesar de o Elbe desaguar no Mar do Norte a uma distância de 110 km. Com cerca de 1,7 milhões de habitantes, é a segunda maior cidade alemã.
Já no século XIII, foi uma das primeiras cidades a integrar a liga hanseática, esta célebre aliança comercial e política que, no seu auge nos finais do século XV, chegou a contar 64 cidades no norte da Europa (numa das suas recentes edições, a National Geographic considerou a Hansa como primeiro espaço económico intracomunitário). Em conjunto com Bremen e Lübeck, Hamburgo tornou-se num dos centros principais desta confederação que protegia o livre comércio e defendia os foros e privilégios das cidades hanseáticas contra os principados vizinhos.
Durante o século XVI, holandeses protestantes bem como portugueses, maioritariamente judeus, e mais tarde aristocratas franceses, refugiavam-se em Hamburgo que lhes prometia bem-estar económico e, sobretudo, liberdade de expressão da sua crença. As vantagens de uma política tolerante eram naturalmente mútuas, a cidade beneficiava das relações comerciais e dos conhecimentos técnicos de que dispunham, em particular, os holandeses. Assim, as várias comunidades imigrantes passavam a contribuir significativamente para a ascensão de Hamburgo como uma das principais metrópoles europeias.
Reflexo desta influência estrangeira é a própria arquitectura da cidade. A praça da câmara municipal e as arcadas junto do rio Álster, da autoria do arquitecto e urbanista Alexis de Chateauneuf durante a primeira metade do século XIX, recordam a praça de S. Marcos de Veneza. Nas margens do rio, parcialmente convertido em pequenos lagos, a traça urbanística destaca-se pela sóbria elegância dos edifícios já muito londrinos – um dos motivos que dão a Hamburgo o atributo de cidade mais britânica da Alemanha.
Claro, Hamburgo continua a ser conotado com o bairro de St. Pauli, cuja artéria principal, a Reeperbahn, foi, até há poucos anos, sinónimo de prostituição e degradação. Ultimamente, os bares in e um conjunto de teatros instalaram-se nesta zona “reabilitando” o bairro.
Que impressões restam de uma breve visita a esta cidade? Hamburgo não impressiona por monumentos históricos. Vários incêndios, entre eles o de 1842, devastaram o núcleo da cidade. Em Julho e Agosto de 1943, violentos bombardeamentos ingleses e americanos destruíram quase 80% da área urbana.
Hamburgo distingue-se pelo seu ambiente, ora elegante e internacional na reconstruída zona junto do Álster, ora diversificado através das muitas culturas presentes em toda a cidade. Hamburgo é a segunda maior cidade alemã, contudo, respira-se uma tranquilidade agradável, quase estranha aliás, nas zonas pedonais, nos canais e nas arcadas à volta da câmara.
A oferta cultural da cidade é notável. A ópera estatal e a Musikhalle apresentam uma programação riquíssima e recordam evidentemente o repertório de ilustres conterrâneos como Johannes Brahms ou Felix Mendelssohn Bartholdy. O teatro clássico e contemporâneo residem no Thalia-Theater e no Deutsches Schauspielhaus, dirigido nos anos 50 pelo célebre e único Gustaf Gründgens.
Tudo isto (e seguramente muito mais que ficou por descobrir) faz-nos gostar desta cidade à primeira vista. Hamburgo respira-se, a “Bela do Norte” vive-se.
Tudo isto (e seguramente muito mais que ficou por descobrir) faz-nos gostar desta cidade à primeira vista. Hamburgo respira-se, a “Bela do Norte” vive-se.
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