Ir pelo mais largo
Eu sonho-me eu sobro-me eu excedo-me.
Jamais permitirei que me aparafusem
à parede das restrições. Jamais me coibirei
de colorir com as cores mais vivas os vidros
interiores. Jamais impedirei a explosão
contínua de mim mesmo (ou seja: de todo
o granito que aí se acoite).
Irei pelo mais largo
pela máxima amplitude de voz
e de palavras, pelos horizontes
mais fundos e verdejantes,
pelo sagrado voo e pelas pastagens
de uma excelsa ciência:
a de nada trair de essencial
à possível harmonia do mundo,
e à mais fraterna visão libertária.
João Rui de Sousa
(In: Quarteto para as próximas chuvas, Lisboa: Dom Quixote, 2008, p. 140)
Eu sonho-me eu sobro-me eu excedo-me.
Jamais permitirei que me aparafusem
à parede das restrições. Jamais me coibirei
de colorir com as cores mais vivas os vidros
interiores. Jamais impedirei a explosão
contínua de mim mesmo (ou seja: de todo
o granito que aí se acoite).
Irei pelo mais largo
pela máxima amplitude de voz
e de palavras, pelos horizontes
mais fundos e verdejantes,
pelo sagrado voo e pelas pastagens
de uma excelsa ciência:
a de nada trair de essencial
à possível harmonia do mundo,
e à mais fraterna visão libertária.
João Rui de Sousa
(In: Quarteto para as próximas chuvas, Lisboa: Dom Quixote, 2008, p. 140)
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