Fabrizio Clerici, As presenças Bolonha, Colecção Galleria Forni, 120x120 imagem digitalizada (p.79*)
Fabrizio Clerici nasceu em Milão, no ano de 1913 e faleceu em Roma, em 1993.Clerici continuou a tradição do Surrealismo, embora, de uma forma sombria. A sua pintura é muito pessoal e austera. Não se concentra no misterioso, no místico mítico, no esotérico e no estranho, mas em visões representadas de uma forma objectiva e fria. Clerici foi arquitecto em Roma, pintor, artista gráfico, cenógrafo (entre outros para Jean Cocteau), coleccionador, explorador e perito literário.
Julgo que a sua formação contribuiu para a beleza do equilíbrio das cores e do espaço utilizado nos objectos retratados. Compôs muitas vezes cenários citadinos em ruínas, clássicos, medievais e orientais: pesadelos da civilização urbana. Em As Presenças, Clerici parafraseia o famoso quadro Ilha dos Mortos, de Arnold Böcklin, construindo um cenário estratificado, no qual joga o cenário do seu modelo. A ilha da morte, de repouso final e do desejo inextinguível é brilhantemente iluminada por Clerici, de forma que os lados iluminados pela luz do dia favorecem o despertar. Descreve um local de desejo, de vida, de continuação, de existir, de sobrevivência e não de transitoriedade e morte: um lugar de chegada e não de partida.
Walter Schurian, Arte Fantástica, Lisboa: Taschen-Público, 2005, p. 78-79.
3 comentários:
Interessante falar da "Ilha dos Mortos", é um dos quadros da minha vida e dele falarei em breve.
E obrigado pela dedicatória!
Também gosto da "Ilha dos Mortos".
Ficarei à espera.
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