Sob a égide do treinador Tom Moody (Adolphe Menjou), a sua carreira de boxeur começa a apresentar resultados. Ao mesmo tempo, conhece a assistente e amante de Moody, Lorna Moon (Barbara Stanwyck). Hesitante entre pai e boxe, Joe começa a retrair-se para não magoar os dedos. Lorna, para ajudar Moody, começa um processo de sedução e convencimento de que o futuro está no boxe, corrompendo os valores do jovem músico / boxeur. Apesar do mote inicial ser puramente interesseiro, Lorna começa a envolver-se emocionalmente, e o feitiço lentamente vira-se contra a feiticeira.
A carreira de Joe vai progredindo, mas não a um ritmo que o satisfaça; passa então para a esfera de outro gestor de carreira, Eddie Fuseli (Joseph Calleia), que se revela um escroque. Em paralelo, descobre que já não consegue tocar o violino, perante a angústia do pai.
A epifania surge quando um dos seus adversários morre no ringue: Joe abandona o boxe, regressa ao violino e conquista os afectos de Lorna.
A presença de William Holden (que viria a ser considerado pelo AFI o 25º “greatest actor” de cinema) esteve várias vezes por um fio. Em primeiro lugar, porque a Columbia queria utilizar Richard Carlson, mas este estava em palco; em segundo lugar, houve 5,000 candidatos ao papel, e Holden não possuía créditos que o distinguissem (apenas duas aparições não creditadas – Mamoulian e Stanwyck fizeram lobby a seu favor); e em terceiro lugar, porque os produtores, pouco impressionados pelas primeiras filmagens, tentaram afastá-lo (mais uma vez, foi Barbara Stanwyck a intervir para o manter).
Holden trabalhou arduamente para justificar a sua valia: para além de uma semana de treino intensivo de violino e boxe, treinava boxe duas horas e violino uma hora e meia por dia para parecer mais realista. Curiosamente, uma cena de boxe em que ficou inconsciente, altamente realista aos olhos do actor, foi descartada por Mamoulian por… não parecer realista.
Todos os anos, no aniversário do início das filmagens, William Holden enviou flores a Barbara Stanwyck. Em 1978, durante a cerimónia dos Óscares, antes da apresentação do prémio para Melhor Som que era anunciado por Holden e Stanwyck, Holden fez um agradecimento público a Missy por ter lutado por ele (momento já apresentado no Prosimetron).
Reacções
O filme foi nomeado para o Óscar de Melhor Banda Sonora, de Victor Young. Foi um sucesso de crítica e de bilheteira, detendo o estandarte de ser o filme não realizado por Frank Capra de maior sucesso da Columbia por sete anos.
Graham Greene comentou-o da seguinte forma: “Tem um efeito de close-up vigoroso e duro… a verdadeira estrela é Mamoulian. Pode ver-se a qualidade de um realizador pelos seus close-ups, e eu colocaria a cena final de boxe entre as melhores sequências do sonoro.” A mesma cena é elogiada por Frank S. Nugent no “The New York Times”: “É uma cena de comentário social cinemático eloquente e selvagem.” Complementa o seu comentário habilmente: “É um filme interessante, dramático, de bom entretenimento, mas dificilmente se poderia classificar de primeira água.”
Elliot Stein, no “Village Voice”, avança para o elogio de Holden: “William Holden tornou-se uma estrela com este seu primeiro papel real no grande ecrã, neste desempenho tão apelativo.”
3 comentários:
E assim se confirma que Miss Stanwyck foi,além de grande actriz, uma grande mulher.
Uma homenagem sublime ao ano cinematográfico de 1939 e, por via indirecta, a Holden e Stanwyck. O cinema dos anos 50 sem Holden seria inquestionavelmente pobre.
Esperamos por mais películas de 39! Estes posts são sempre uns “highlights” bem-vindos para quebrar a monotonia quotidiana
Filipe
Ela uma grande actriz e ele um dos meus ídolos de juventude.
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