Prosimetron

Prosimetron

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quais os limites?

Lembram-se desta senhora? A espanhola Maria del Carmen Bousada de Lara teve os seus 15 minutos de fama em 2006 quando se tornou a mulher mais velha do mundo a dar à luz, quando já contava 66 anos de idade. Foi nos Estados Unidos, depois de ter falsificado os documentos que atestavam a sua idade, que conseguiu finalmente ser fecundada in vitro.
Em 2007, nasceram os dois filhos, Cristian e Pau, hoje com dois anos de idade.
Como já devem saber os mais atentos às notícias, a alegria de Carmen Bousada foi efémera: morreu de cancro no passado dia 11 de Julho em Barcelona.
Evidentemente, a doença foi um absoluto imprevisto na vida desta mulher, finalmente realizada pela maternidade, mas ainda que não tivesse sido vitimada pela doença, estamos a falar de alguém que quando os filhos estivessem na adolescência estaria a caminho dos 80 anos! Os limites devem ser traçados, e são pela maior parte dos países, mas haverá sempre casos de fraude como este ou de cumplicidades médicas a troco de dinheiro, pelo que é junto das próprias interessadas que algum trabalho psicológico deveria ser feito. E agora, qual o destino destas crianças? Provavelmente a adopção, que espero seja rápida.
Entretanto, fiquei a saber que o "recorde" já não pertence à infeliz Carmen, pois foi batido o ano passado por uma indiana de 70 anos...

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma maluquice, do meu modestíssimo ponto de vista.
A alegria dela foi efémera. E a das crianças?
M.

João Soares disse...

"Os limites devem ser traçados" parece-me no mínimo arriscado, no máximo despótico.

LUIS BARATA disse...

Arriscado? Despótico? Penso exactamente o contrário, devem ser reforçados e implementados os mecanismos que regulam a fertilização in vitro, o destino a dar aos embriões excendentáriõs etc. Ainda recentemente, entre nós, foi fundamental o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida para travar algumas normas da futura Lei do Testamento Vital que eram manifestamente desadequadas. Os progressos imensos das biotecnologias não podem ser deixados "à solta " pelos Estados.