Prosimetron
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Carta de Camões, escrita na Índia
Gravura de Teodoro De Bry, séc. XVI
Do Amigo Alberto Soares, já conhecido de todos os que passam pelo Prosimetron, recebi um e-mail, que agradeço e transcrevo:
Como a nossa literatura tende mais para o soturno e trágico, eu costumo ter, em particular estima, os textos em que ressalta o humor e a alegria.
Daqui lhe mando um pequeno extracto da chamada II Carta (escrita da India) de Luis de Camões:
..."Se das damas da terra quereis novas, as quais são obrigatórias a uma carta como marinheiros à festa de S. Frei Pero Gonçalves, sabei que as portuguesas todas caem de maduras, que não há cabo que lhe tenha os pontos, se lhe quiserem lançar pedaço. Pois as que a terra dá? Além de serem de rala, fazei-me mercê que lhe faleis alguns amores de Petrarca ou de Boscão; respondem-vos uma linguagem meada de ervilhaca, que trava na garganta do entendimento, a qual vos lança água na fervura da mor quentura do mundo. Ora julgai, Senhor, o que sentirá um estomago costumado a resistir às falsidades de um rostinho de tauxia de uma dama lisbonense, que chia como pucarinho novo com a água, vendo-se agora entre esta carne de salé, que nenhum amor dá de si. Como nâo chorará las memórias de in illo tempore!"
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Grande Luís Vaz!
Adorei:
"às falsidades de um rostinho de tauxia de uma dama lisbonense, que chia como pucarinho novo com a água"
A.
Enviar um comentário