Há muitas representações desta mitologia. Hoje escolhi esta de Carlo Saraceni e com um poema de Miguel Torga.
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Carlo Saraceni, A Queda de Ícaro, antes 1608
Museo di Capodimonte, Napoli
Ícaro
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O sol dos sonhos derreteu-lhe as asas.
E caiu lá do céu onde voava
Ao rés-do-chão da vida.
A um mar sem ondas onde navegava
A paz rasteira nunca desmentida...
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Mas ainda dorida
No seio sedativo da planura,
A alma já lhe pede impenitente,
A graça urgente
De uma nova aventura
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( 7 de Junho de 1977)
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Miguel Torga, Diário XII , Coimbra, sd, p.200 (2ª edição e custou 120$00)
8 comentários:
APS,
Amanhã coloco o poema de
William Carlos Williams: "Landscape with the Fall of Icarus". Já o li é lindo.
Estava a agendar esta queda de Ícaro para depois de amanhã e sem querer publiquei... azelhices.
Ana
Ícaros!!!
Jad,
Achei graça a tantos !!!
Veja no site
http://www.poets.org/viewmedia.php/prmMID/15828
Bom sábado.
Ana
Aqui não será também "Dédalo ao lado de Ícaro"! O homem voa... sempre voou... não se pode é voar mais alto que os outros... aparecem os inimigos e caímos por terra... vencidos
E eu estou "um vencido da vida" roubando o título a outros!
Creio que é a serena lucidez da idade das gerações mais conscientes
que "obriga" a esta conclusão humaníssima.
APS,
O que são "as gerações mais conscientes"?
Ana
Para me servir das sábias palavras
de um poeta castelhano:"La inmensa
minoria".
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