Anastasia Nicolaievna Romanov, a filha mais conhecida do Czar Nicolau II e da Czarina Alexandra, nasceu em 18 de Junho de 1901. Era a mais nova das Grã-Duquesas. Se a sua infância e adolescência foram normais e sem história, pela vida retirada dos filhos do Czar, fechados nos palácios imperiais e privando apenas com os primos mais próximos e membros das grandes famílias da nobreza russa, a sua morte, em 1918, na casa Ipatiev, em Ekatarinbug, juntamente com a Família Imperial e seis servidores que os acompanharam, foi objecto de um grande mistério que nunca ficou completamente esclarecido.
Em 1920, apareceu em Berlim uma mulher que se declarou como Anastasia, salva do assassinato bolchevique por um soldado. Reconhecida por membros da Família Imperial e alguns que com ela haviam privado, negada por outros, apesar de não conseguirem explicar o conhecimento da intimidade familiar que evidenciou, a identidade da suposta Grã -Duquesa – também conhecida como Anna Anderson – nunca foi provada (o Tribunal onde o caso foi julgado disse que não se provou que era nem que não era Anastasia Romanov) e um teste de ADN feito depois da sua morte (porque o corpo foi cremado) a pretensa roupa sua provou que não era quem afirmava, embora contestado por pessoas que afirmaram que essa roupa não seria sua.
Em 1991 foram exumados os cadáveres entretanto descobertos em Ekatarinburg e sepultados na Catedral de S. Pedro e S.Paulo, em São Petersbugo, com a desaprovação da Igreja Ortodoxa Russa, que duvidou da veracidade dos restos mortais, já que dos onze, só apareceram nove, faltando nomeadamente a do Czarevich Alexei e o de uma das Grã- Duquesas. Os restos, calcinados, terão sido descobertos e identificados em Agosto de 2007, como sendo Alexei e Maria. Mesmo assim as dúvidas persistem. O corpo de Anastasia, que jaz na capela de Sta. Catarina, media 1,70 m, quando se sabe que era uma das mais baixas filhas de Nicolau II.
2 comentários:
Foi notável ver em quase todas as igrejas russas que visitei pelo menos um ícone da família imperial. A catedral de São Pedro e São Paulo, em S. Petersburgo, tem (tinha?) num corredor anexo uma curiosa exposição fotográfica dos Romanov vivos, por contraste com os túmulos dos defuntos (o de Pedro o Grande pareceu-me demasiado pequeno). Caras de pessoas dos mais variados tipos. Do mais "grã-ducal" a um motoqueiro americano.
Bom dia!
Sim, é desconcertante... em 2004 a exposição de fotografias ainda lá estava, uma demonstração da tolerância do regime. E não se discutia o mistério "Anastasia", era assumido que os restos mortais da grã-duquesa estavam junto aos dos czares. Gostei de ler que afinal nem tudo é preto e branco, mantém uma certa aura de mistério.
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