Paula Alquist (Ingrid Bergman) é a sobrinha e herdeira de uma cantora de ópera inglesa que é assassinada na casa em que ambas vivem, numa square de Londres. Viajando para Itália para esquecer o choque e seguir as pisadas da tia no mundo da ópera, conhece e apaixona-se por Gregory Anton (Charles Boyer), com quem casa. Ao regressar a Londres para a mesma casa de Thornton Square, começa a ficar "esquecida"... peças perdidas, memórias trocadas, passos que se ouvem num sótão trancado, quadros que desaparecem e candeeiros a gás cujas chamas bruxuleantes criam sombras misteriosas, um relógio roubado... No meio de dias e noites que se tornam progressivamente mais estranhos, com uma Paula mergulhada em self-doubt, estão um marido incomodado, que começa a isolá-la de terceiros para a proteger, um inspector da polícia (interpretado por Joseph Cotten), uma criadita (estreia triunfal de Angela Lansbury) e uma vizinha metediça (uma luminosa Dame May Whitty).
O redemoinho torna-se inescapável - até ser desvendado. Poderia ter sido Hitchcock, mas foi George Cukor, o "realizador de mulheres", que dirigiu este entrecruzar de tramas entre tia, sobrinha, criada, inspector e marido para um climax notável. Criou-se uma expressão para este thriller psicológico: "gaslighting".
Nomeado para 7 Óscares de 1944, incluindo Melhor Filme, ganhou dois: Ingrid Bergman como Melhor Actriz e Direcção Artística (Preto e Branco).
"If only I were not mad, I could have helped you..."
Paula Alquist Anton
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