No desenvolvimento do chamado escândalo das casas, vieram também à tona as casas cedidas pela autarquia lisboeta a artistas. É verdade como disse António Costa que por toda a Europa é habitual as cidades cederem espaços para que artistas neles instalem os seus ateliers. É bom para eles e é bom para a cidade. Não contesto, em geral, tal política. O que me causou perplexidade foi saber que artistas consagrados há décadas, cujas obras são transaccionadas por milhares e dezenas de milhares de euros, continuam a usufruir dos espaços municipais pagando em contrapartida rendas escandalosamente baixas.
Faz algum sentido que Lagoa Henriques ou Pedro Croft, sem ter nada contra eles pessoalmente, beneficiem de rendas quase simbólicas ? Atendendo à sua cotação como artistas, não seria justo que pagassem rendas mais consentâneas com o valor do mercado "normal" de arrendamento? É que na verdade o valor das rendas pagas por estes dois e por outros artistas estão ao nível da habitação social, e há que convir que estamos perante realidades bem diferentes.
E o que ainda me surpreendeu mais foi a arrogância com que alguns destes beneficiários lidaram com estas revelações, desde logo por exemplo as declarações de Carlos Amado.
Também no que respeita às casas cedidas a artistas, há que acabar com a casuística que imperou nas últimas décadas e regular mais objectivamente estas atribuições.
2 comentários:
Concordo em absoluto com as suas ideias. Atribuam as casas aos que começam e não têm meios de subsistir.
No entanto, tem que haver critérios bem definidos que contemplem: o promissor e a qualidade.
Também fiquei chocada...
Coragem. Parabéns
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