Goa (Babilónia de Camões)
LXXXXIV
Cá nesta Babilónia adonde mana
Matéria a quanto o mal o mundo cria;
Cá onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais , tudo profana;
Cá onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
Cá neste labirinto, onde a nobreza,
Com esforço e saber pedindo vão
Às portas da cobiça e da vileza;
Cá neste escuro caos da confusão,
Cumprindo o curso estou da Natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Luís Vaz de Camões, Rimas de Luís de Camões, Tomo II (Segunda Centúria) , Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1972, p. 309, Edição Fac-similada da edição de 1685, (comentada por Manuel de Faria e Sousa)
Matéria a quanto o mal o mundo cria;
Cá onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais , tudo profana;
Cá onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
Cá neste labirinto, onde a nobreza,
Com esforço e saber pedindo vão
Às portas da cobiça e da vileza;
Cá neste escuro caos da confusão,
Cumprindo o curso estou da Natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Luís Vaz de Camões, Rimas de Luís de Camões, Tomo II (Segunda Centúria) , Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1972, p. 309, Edição Fac-similada da edição de 1685, (comentada por Manuel de Faria e Sousa)
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