Malraux escreveu este livro quando tinha apenas 22 anos. Relata a visão de um jovem chinês sobre a Europa nas cartas de Ling-W.-Y. para um jovem francês A.D.
André Malraux, «Das imaginäre Museum», 1950das-imaginaere-museum Photography © André MalrauxSource: Rosalind Krauss, »Das Schicksalsministerium«, in: Herta Wolf (Hg.), Paradigma Fotografie. Fotokritik am Ende des fotografischen Zeitalters, Bd. 1, Frankfurt/Main 2002, S. 395.
"Europa suscita poucos fantasmas belos, e eu vim para ela com uma curiosidade hostil. As ilusões que ela criou em nós chineses, não são suficientemente definidas para que possamos, encontrar ensinamento ou prazer na sua modificação: os livros, e a nossa própria angustia, fizeram-nos procurar mais o pensamento da Europa do que as suas formas. O seu presente atrai-nos mais do que o quadro desmantelado do seu passado, ao qual apenas pedimos esclarecimentos sobre a sua força.
O seu nome não evoca nem quadros nem desejos. As fotografias que vi na China não mostravam este movimento da multidão particular ao Ocidente, que eu concebia como um país devorado pela geometria. Os carrapitos das casas pendiam. As ruas eram direitas, as vestes rígidas, os móveis rectangulares. Os jardins dos palácios demonstravam, não sem beleza, teoremas. A criação incessantemente renovada pela acção de um mundo destinado à acção, eis o que me parecia então a alma da Europa, cuja submissão à vontade do homem dominava as formas. O junco, animal doméstico, fazia-me ver no veleiro francês um engenhoso conjunto de triângulos. Além disso, a Europa era para mim o lugar onde a mulher existia".
André Malraux - A Tentação do Ocidente, Lisboa: Livros do Brasil, 2005, p.16.
O seu nome não evoca nem quadros nem desejos. As fotografias que vi na China não mostravam este movimento da multidão particular ao Ocidente, que eu concebia como um país devorado pela geometria. Os carrapitos das casas pendiam. As ruas eram direitas, as vestes rígidas, os móveis rectangulares. Os jardins dos palácios demonstravam, não sem beleza, teoremas. A criação incessantemente renovada pela acção de um mundo destinado à acção, eis o que me parecia então a alma da Europa, cuja submissão à vontade do homem dominava as formas. O junco, animal doméstico, fazia-me ver no veleiro francês um engenhoso conjunto de triângulos. Além disso, a Europa era para mim o lugar onde a mulher existia".
André Malraux - A Tentação do Ocidente, Lisboa: Livros do Brasil, 2005, p.16.
1 comentário:
Bela foto.
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