FALAVAM-ME DE AMOR
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinha
se em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te consertas
ó tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba Lisboa,
Publicações D. Quixote, 1979
3 comentários:
Não conhecia. E é um belo poema de Natal.
Concordo.
M.
Lindo poema de Natal.
A.R.
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