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terça-feira, 19 de maio de 2009

60 anos de uma nação: 1955

O Xá da Pérsia e sua esposa, a Imperatriz Soraya, visitam a Alemanha. Bona e Hamburgo são as cidades escolhidas para esta visita oficial. As atenções centram-se naturalmente na bela e elegante soberana com ascendência alemã. O dispositivo policial é notável, temem-se tentativas de atentado por parte de adeptos do ex-Primeiro-Ministro Mossadegh, derrubado dois anos antes. 12 anos mais tarde, viria o Xá novamente à Alemanha, na companhia de Farah Diba, e inesperadamente desencadear as mais violentas manifestações estudantis até então.


A BMW apresenta o seu segundo modelo do pós-guerra: a Isetta. O carro oferece espaço para duas pessoas, tem 12 cavalos e custa 2.590 DM. Concebido pela empresa italiana Iso Rivolta, é construído pela BMW sob licença. A produtora bávara viria a vender cerca de 161.000 viaturas até 1962.

Konrad Adenauer chega a Moscovo em Setembro. Recebido com pompa e circunstância, inicia negociações difíceis com Chruschtschow. A União Soviética guarda a memória de 20 milhões de vítimas durante a guerra. O chanceler alemão, em profunda desconfiança quanto às intenções soviéticas, recusa-se a aceitar o papel da Alemanha como agressor do conflito. Palavras e gestos de ambos os políticos são pouco pacíficos. A União Soviética oferece a retomada de relações diplomáticas com a Alemanha que, por sua vez, exige, como contrapartida, o aval soviético para a reunificação das duas zonas militares alemãs. Adenauer reconhece a impossibilidade do Kremlin vir ao encontro de suas pretensões e exige então, como compromisso mínimo a alcançar, a libertação dos cerca de 10.000 soldados alemães que ainda se encontram presos em campos soviéticos.
Dez anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, regressam assim os últimos soldados à Alemanha. As imagens, captadas à chegada nas estações ferroviárias, mostram cenas comoventes. A população reconhece e agradece a conquista política de Adenauer.


Imagens: o Xá da Pérsia e Soraya em Hamburgo; lançamento do BMW Isetta; Adenauer e Chruschtschow; soldados alemães regressados da União Soviética

5 comentários:

Anónimo disse...

Ainda faltam cinquenta e quatro anos? Não há quem aguente!!!!

Anónimo disse...

Não sei quem comentou anteriormente mas quanto a mim, devo dizer que estas crónicas são interessantes e proveitosas. Aprendo sempre qualquer coisa nova, a visita do Xá da Pérsia, por exemplo, não me lembrava deste episódio e revi o BMW que é tão giro!
Parabéns pelo trabalho que apresenta e estou confiante que vou aprender bastante com as futuras crónicas.
A.R.

JP disse...

Secundo o comentário anterior. A memória recente é, por vezes, a mais desprezada.
Parabéns Filipe! Und danke! :)

Anónimo disse...

Achei graça rever o Isetta. Já não me lembrava do nome destes carros.
M.

Anónimo disse...

Olá Filipe.
Tenho acompanhado, com gosto, esta série, sobre a vivência dos últimos sessenta anos de uma nação.
J