O tribunal de Lübeck é palco de um dos mais mediáticos incidentes judiciais do pós-guerra: Marianne Bachmeier dispara, em plena audiência, uma arma contra o homicida da sua filha e acaba por matá-lo com oito balas. O réu, Klaus Grabowski, já anteriormente condenado por vários delictos sexuais, admitira ter estrangulado a menina de sete anos. A opinião pública mostra-se solidária com o acto vingativo de Bachmeier: milhares de cartas e donativos que ascendem a 100.000 marcos manifestam o apoio da população. Bachmeier é condenada a seis anos de prisão, mas viria a cumprir apenas três anos. Numa declaração pública posterior, viria a confessar ter minuciosamente preparado o acto contra Grabowski, contrariando assim a tese anterior de um crime passional.
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Poder, intrigas e mentiras, são os ingredientes da série
Dallas que inicia o seu percurso brilhante em Junho deste ano: 16 a 18 milhões de alemães seguem o destino dos heróis da
Southfork-Ranch à terça-feira. O vilão principal,
J. R. Ewing, faz das suas numa narrativa que usa e abusa da paciência do telespectador que se confronta muitas vezes com um
suspense no último minuto de um episódio, a ser desvendado oito dias depois. Uma das cenas mais caricatas envolve
Bobby Ewing que, ao fim de um ano, subitamente ressuscita dos mortos (viríamos todos a saber que
Patrick Duffy nunca morreu, pois o seu desaparecimento foi meramente o produto de um sonho da esposa
Pamela Ewing...). O panorama televisivo dos anos 80 seria impensável sem os protagonistas de
Dallas. 349 episódios constituíram esta saga até 1991.
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A Guerra Fria e o seu clima de ameaça e medo levam cerca de 300.000 pessoas a manifestar-se em Bona em Outubro. Personalidades conhecidas, entre elas, o prémio Nobel
Heinrich Böll, apoiam os manifestantes que, de forma pacífica, exigem a redução do armamento das duas super-potências.
Harry Belafonte canta
“We shall overcome” e desafia o Presidente dos Estados Unidos com as seguintes palavras: “
Hey, Mr. Reagan, lay down the neutron bomb”. A maioria da população da RFA apoia os objectivos dos organizadores desta marcha pela paz.
Imagens: Marianne Bachmeier; Dallas; Coretta Scott King e Harry Belafonte na manifestação em Bona
2 comentários:
Lembro-me muito bem de não me deixarem ver o Dallas porque passava tarde e não era próprio, e de mais tarde o passar a ver: deve ter sido em torno a este plot rocambolesco do sonho de Pamela Ewing...
A justiça às vezes leva a actos destes que são condenáveis perante a lei numa sociedade de direito mas, a vontade de apoiar esta mulher dá para aplicar "olho por olho, dente por dente"!
Vi alguns episódios do Dallas, era muito jovem, mas não gostei e deixei de ver aquele "soap". No entanto, fez história e não só nacional pelos vistos!
Fantástico relembrar a manifestação contra o armamento e a guerra fria! Adoro o "We shall overcome".
A.R.
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