Prosimetron
sábado, 31 de maio de 2014
O Amor aos Sessenta
Isto que é o amor (como se o amor não fosse
esperar o relâmpago clarear o degredo):
ir-se por tempo abaixo como grama em colina,
preso a cada torrão de minuto e desejo.
Ser contigo, não sendo como as fases da lua,
como os ciclos de chuva ou a alternância dos ventos,
mas como numa rosa as pétalas fechadas,
como os olhos e as pálpebras ou a sombra dos remos
contra o casco do barco que se vai, sem avanço
e sem pressa de ausência, entre o mito e o beijo.
Ser assim quase eterno como o sonho e a roda
que se fecha no espaço deste sol às estrelas
e amar-te, sabendo que a velhice descobre
a mais bela beleza no teu rosto de jovem.
Alberto da Costa e Silva
Prémio Camões 2014
Leituras no Metro - 159
«C'est ici le souk' Moulaye Idris (le marché de Moulaye Idris), un Tohu-bohu de minuscules venelles trnasversales aboutissant à la longue et étroite artère où nous voguons entre deux rangs de boutiques se faisant vis-à-vis et où se vendent des verres polychromes à l'usage des sanctuaires, des verres de table, des bols de faïence, illustrés de dessins champêtres, des assiettes, des couteaux.
«Il m'est impossible de m'engager dans ce souk'. Mon coutume* ma qualité d'infidèle, m'en interdisent l'accès.
«- Attention! me dit tout á coup Djilaly. Regarde à ta droite le mausolée de Moulaye Idris.
«Dix pas plus loin, une ruelle s'entre'ouvre, laissant voir, à une trentaine de mètres, un vaste portail auréolé d'un plein cintre surchargé de moulures, d'arabesques, de découpures et de dentelles stuquées d'une blancheur éclatante. La ruelle s'arrète là, comme barrée par l'entrée monumentale du sanctuaire.»
Auguste Mouliéras - Fez. Paris: Augustin Challamel, 1902, p. 141
* O autor era sacerdote.
O tempo
O tempo, como o Mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa.
Padre António Vieira, História do Futuro: Esperança de Portugal, Quinto Império do Mundo, (publicado em 1718)
(Cópia do Ms. da Biblioteca Nacional Maquinações de António Vieira jesuíta, tomo II p. 89).
Bom sábado!
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Livros de cozinha - 79
Ethel Davies - Tagine
Será que um prosimetronista vai hoje comer uma tagine? Não em parece... Ora quem!
Mem Martins: Europa América, 2006
Tagine berbere
1 kg de cordeiro
1 cebola cortada em lâminas
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de café de cominhos
1 colher de café de gengibre
1 colher de sobremesa de ras el hanut
Sal q. b.
Pimenta preta q. b.
400 g de batatas descascadas, cortadas em pedaços
400 g de cenouras raspadas, cortadas em pedaços
250 g de curgetes, cortadas em pedaços
250 g de tomate cortados em rodelas com cerca de 1 cm
1 molhinho de coentros picados
Refoga-se, na tagine, a cebola no azeite. Junta-se o cordeiro e deixa-se fritar. Tempera-se com os cominhos, o gengibre, o ras el hanut*, a pimenta preta e o sal a gosto. Cobre-se com água e deixa-se ferver. Tapa-se a tagine e deixa-se estufar durante cerca de 1 hora. Retira-se a gordura em excesso e adicionam-se os legumes, com exceção dos tomates e dos coentros que se juntam apenas passada 1/2 hora de se terem adicionado os outros legumes. Deixa-se ferver durante cerca de 15 m. Dispõe-se a carne e os legumes num prato de servir e deixa-se o molho reduzir um pouco. Rega-se a carne com o molho. Serve-se acompanhado de sêmola de trigo.
Nota: É importante retirar a gordura do cordeiro de modo a evitar o sabor muito acentuado desta carne.
* Mistura de especiarias.
Leituras no Metro - 158
http://www.fez.net/medina-fez-el-bali
«À Fez tout le monde est marchand.
«A'il fait le commerce du gros, s'il est un tadjer, comme on dit ici la boucle pleine, le Fassi se tient dans son fondouk, ces fondouk de la Médina, vieilles bâtisses où l'on n'habite pas, avec leur deux ou trois étages de balcons délabrés et leur vaste cour intérieure, qui fait comme une grosse poche dans le mince rue qui vous y mène. [...]»
http://ca.wikipedia.org/wiki/Fondouk_el-Nejjarine#mediaviewer/Fitxer:Fes_-_Fondouk_el-Nejjarine.jpg
«La variété de ces quartiers, leur pittoresque spécial, le plaisir de passer sans cesse d'un bruit à un autre bruit, d'un silence à un autre silence, de quelque odeur nauséabonde à un délicieux parfum, de l'agitation au repos et du repos á l'agitation, du sale et du gluant à une propreté minutieuse, c'est le charme de la Médina. On ne se fatigue pas d'errer à travers cette activité commerçante ou artisane, qui a quelque chose de naïf, de primitif, de nécessaire, d'une utilité évidente. Le travail se fait devant vous, dans la rue, dans l'echoppe ouverte, avec uns simplicité de moyens et une adresse de la mais, qui inspirent autant l'admiration que la machine la plus compliquée, et contentent parfaitement l'esprit.»
Jérome et Jean Tharaud - Fez ou les bourgeois de l'Islam. Paris: Plon, 1930, p. 44, 65-66
http://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-tanning-de-couro-em-fez-marrocos-image18500811
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Um quadro por dia
Perugino, Ascensão, 1496-1500, óleo sobre tela, Museu de Belas Artes de Lyon, França.
40 dias depois da Páscoa.
Novilíngua ...
Esta mania dos novos verbos, do " moderninho " , é transversal a todos os partidos, e pelos vistos também o Dr.Costa não consegue escapar-lhe ...
Dia da Espiga
A ESPIGA
Mira el signo sutil que los dedos del viento
hacen al agitar el tallo que se inclina
y se alza en una rítmica virtud de movimiento.
Con el áureo pincel de la flor de la harina
trazan sobre la tela azul del firmamento
el misterio inmortal de la tierra divina
y el alma de las cosas que da su sacramento
en una interminable frescura matutina.
Pues en la paz del campo la faz de Dios asoma.
De las floridas urnas místico incienso aroma
el vasto altar en donde triunfa la azul sonrisa;
aún verde está y cubierto de flores el madero,
bajo sus ramas llenas de amor pace el cordero
y en la espiga de oro y luz duerme la misa.
Rubén Darío
Tapeçaria de Bjørn Wiinblad
Bjørn Wiinblad (20 setembro 1918 - 8 junho 2006) é um pintor dinamarquês que também realizou cartões para tapeçarias. Esta, que escolhi para vinheta, denominada Verona (mas que bem poderia ser o símbolo de Maio), foi feita em Portugal, numa série de 18 exemplares.
Bjorn Wiinblad - Verona, tapeçaria, c. 1979. 160.5 x 111
Etiquetas:
Bjørn Wiinblad (1918-2006),
Maio,
tapeçarias,
vinheta
quarta-feira, 28 de maio de 2014
130 Anos
O Jardim Zoológico faz 130 anos. Maravilhou e maravilha todas as crianças.
Parabéns!
Parabéns!
Uma sugestão para os infantes: um passeio no Zoo, MR.
Pavilhão romântico no Jardim
Números
PS 8
Aliança Portugal 7
CDU 3
MPT 2
BE 1
A distribuição dos mandatos ao Parlamento Europeu atribuídos a Portugal. O MPT sempre conseguiu eleger um segundo deputado.
Aliança Portugal 7
CDU 3
MPT 2
BE 1
A distribuição dos mandatos ao Parlamento Europeu atribuídos a Portugal. O MPT sempre conseguiu eleger um segundo deputado.
Novidades
Até a frivolidade nos faz falta de vez em quando ... Este novo livro, e é um belo livro, da historiadora Sabine Melchior-Bonnet ( História dos Espelhos e também é dela outro grande sucesso - História do Casamento ) foi lançado no final do ano passado mas é sério candidato aos habituais prémios que serão anunciados brevemente.
Lá fora - 205
Gosto de falerística, como também gosto do belo Domaine de Chantilly, pelo que seria um dia muito bem passado :)
Junho Quente ...
(...) Mas a " vitória " do PS, infelizmente, foi uma vitória de Pirro ... Isto é : que não devia ter sido aclamada com o entusiasmo com que o seu líder o fez.
Escreveu Mário Soares no Diário de Notícias de ontem. Ao fim da manhã, a tempo dos primeiros noticiários, António Costa anunciava a sua disponibilidade para concorrer à liderança do PS.
Ou era agora ou nunca realmente. Falta um ano para as legislativas, e já se viu que nem Seguro nem o PS conseguem galvanizar os portugueses nem recolher eleitoralmente o respectivo descontentamento.
Bom dia !
Diz que vai ser a música portuguesa deste Verão. A música está muito bem, a letra é um desafio hermenêutico ...
terça-feira, 27 de maio de 2014
Em defesa do Ambiente
O Google assinala hoje o dia em que a ecologista norte-americana Rachel Carson nasceu há 107 anos.
Em Portugal há dois livros dela traduzidos:
Lisboa: Pórtico, 1966?
«A falta de comida atacou também, duramente, as andorinhas que cruzam os céus e filtram os insetos - tal como os arenques filtram o plâncton dos mares. Um naturalista de Wisconsin escreveu: " As andorinhas foram duramente atingidas. Toda a gente se queixa de como são agora poucas, comparadas com o que eram há quatro ou cinco anos. Há apenas quatro anos, o nosso céu estava cheio de andorinhas. Agora, raras vezes as vemos... Isto pode ser causado pela falta de insetos,como consequência das pulverizações, ou pelos insetos envenenados.» (p. 128)
Porto: Campo Aberto, 2012
«Que deve o movimento ecológico e a humanidade a Rachel Carson?
«Certamente, o ter trazido para a plena luz pública o problema específico - mas enorme! - da poluição provocada pela forma como estavam a ser usados os pesticidas e herbicidas persistentes organoclorados. Não mais o holofote crítico deixou de incidir sobre a contaminação provocada por produtos químicos, não apenas os pesticidas, mas igualmente outros contaminantes na agricultura, na transformação, armazenamento e conservação de alimentos; nos usos domésticos, nos produtos de higiene, nos mil e um usos correntes.» (Viriato Soromenho Marques, p. 73)
Pirilampos e Estrelas
Lisboa: APCC, 2012
Uma parte da tarde de domingo passei-a no Teatro Maria Matos a ver esta adaptação de um conto de António Torrado. Muito giro para crianças pequenas.
Que país é este?
Túnel do Marquês de Pombal.
Esta foto recebi-a ontem por email. Uma vergonha para nós, portugueses, permitirmos que nossos concidadãos vivam deste modo. Já vi sem abrigos na Estação Oriente, a tomarem lugar, para passar a noite, no que fui alertada por um prosimetronista. Mas dormirem a inalar esta poluição dos carros...
E mais não digo porque não há palavras decentes para descrever situações escabrosas.
Dois retratos
Considerado um perfeito exemplo da expressão da individualidade humana, e o objectivo mais elevado a que um pintor deveria aspirar, segundo defendia Jules Castagnary no Salon de 1857, Retrato alinhava modelarmente com a noção moderna de individualismo, capaz de representar, tanto o retratado, como o retratista.
Nuno Saldanha, «luminismo e “tenebrismo” – malhoa e o retrato» in Revista de História da Arte nº5 - 2008
Do tenebrismo à luz, dois retratos.
Príncipe Real Dom Luiz Filipe (1892) José Malhoa
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Onde me apetecia estar
Este fantástico edifício em preto e branco é a Fondation Vasarely, em Aix-en-Provence, classificada como monument historique pelo Estado francês em Dezembro passado, 40 anos depois do início da sua construção ( 16 de Dezembro de 1973 ).
Continuarão ainda este ano e no próximo trabalhos de restauro e até de expansão subterrânea, depois de anos muitos conturbados ( desvio de fundos por um anterior presidente, lutas familiares, e o desaparecimento de parte da colecção ) que parecem ter terminado com a actual presidência de Pierre Vasarely, neto do artista.
Mais info em www.fondationvasarely.org
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