Prosimetron
sábado, 1 de junho de 2013
Novidades
Especialmente a pensar nos avós prosimetrónicos :), aqui fica a obra mais recente de um grande pedopsiquiatra francês, o Prof. Marcel Rufo, dedicada à importância da relação com os avós no desenvolvimento saudável das crianças.
Marcadores de livros - 90
Infelizmente, não são meus. Fui buscá-los ao Almanaque Silva, um blogue de Jorge Silva:
Leituras no Metro - 134
Lisboa: Texto, 2013
€14,90
Enid Mary Blyton nasceu a 11 de agosto de 1897, em Londres, e morreu a 28 de novembro de 1968, numa casa de repouso, onde se encontrava há meses, devido à doença de Alzheimer.
Publicou o primeiro livro - Child Whispers - em 1922 e os últimos em 1967. Em pouco mais de 40 anos, escreveu mais de 700 livros. E, até à data da sua morte, foram editadas mais de 1070 obras - incluindo antologias de contos,peças de teatro, textos pedagógicos, crónicas em jornais, revistas, anuários e almanaques.
Devido ao grande volume de obras escritas, durante algum tempo correu que Enid Blyton teria uma ajudantes, uma espécie de escritoras fantasmas. Afinal, toda esta vasta obra saiu da sua máquina de escrever.
Vem isto a propósito do livro que Alice Vieira escreveu sobre Enid Blyton, que li. E como toda a gente também li e vibrei com os Cinco, os Sete e alguns livros das coleções Mistério e Aventura. Não apreciei muito o Clube dos Sete, que li depois dos Cinco. Hoje percebo porquê. Eram dedicados a um público mais jovem.
Só li uma ou outra aventura do Colégio das 4 Torres e das Gémeas, já adulta.
Muito do que Alice Vieira escreve eu já sabia. Não sabia era que essa idiotice que hoje paira no mundo do 'politicamente correto' tivesse chegado aos livros de Enid Blyton, levando as editoras a alterar certas palavras nos seus livros - é o que faz a atual detentora dos direitos de publicação, a Hachette.
Da mesma tentativa de censura, foram vítimas clássicos como A cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe - uma abolicionista, cujo livro fez mais pela abolição da escravatura que mil discursos -, e Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, já aqui referido no Prosimetron.
É verdade que os personagens dos livros de Enid Blyton vivem e agem num quotidiano que não tinha muito a ver com a Inglaterra de então, mas era a época e a verdade é que esses livros criaram o gosto pela leitura em muitas gerações.
Os livros chegaram a estar banidos das escolas e das bibliotecas do Reino Unido, mas, «quando, em agosto de 2009, um estudo oficial revela que "um quarto dos rapazes e 15 por cento das raparigas tinham saído nesse ano da escola primária sem saber ler nem escrever corretamente", os livros de Enid regressam como poderoso auxiliar no combate à ileteracia.» (p. 174)
Não há uma biblioteca que tenha o nome de Enid Blyton, não há um museu, deixaram deitar abaixo as casas onde ela viveu. Estrambólico!
Biografias e afins - 144
Pelo jornalista Miguel Carvalho, os 5 anos ( 1965-70 ) passados pela jovem Rosália Araújo no Palácio de S.Bento. O tempo em que havia horta no palácio, já para não falar de " perus, patos, coelhos e galinhas ", sendo que além da auto-suficiência ainda sobravam ovos para serem vendidos ao Hotel Aviz. O tempo em que até o preço das petingas para o Sr.Presidente do Conselho era regateado na praça, e finalmente o tempo em que a D.Maria era uma quase-ministra...
a e i o u
No dia da criança - os primeiros passos.
Ilustrações de Maria Keil
A necessidade de equacionar novos valores
Comecemos pela justiça, em ligação com a verdade e a igualdade; junte-se-lhe a liberdade, coroada pelo amor.
Anselmo Borges no Público 1 de Junho de 2013
A nossa vinheta
Ilustração de Ofélia Marques para o artigo de Adolfo Simões Müller, «A literatura da infância»
(Panorama, Lisboa, Natal 1944)
«a natureza determina que as crianças sejam crianças antes de serem homens»
Jean-Jacques Rousseau (in: Emílio)
É a nossa vinheta no Dia Mundial da Criança Todas as crianças deveriam ter direito ao ócio.
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu -
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Magnífica cabeça ...
... esta que vai hoje à praça em Paris, com uma base de licitação entre 200 000 e 300 000 euros. Em terracota, e datada entre 1480 e 1520. A posição e o tamanho ( 38cm de altura ) fazem indicar que faria parte duma estátua.
Poemas - 80
Somos o mesmo sangue, querias tu dizer,
e bebias o sumo sem uma palavra.
Um sangue que devia revoltar-se contra o tempo
e escorria das ampolas bebíveis,
ampulhetas sinistras,
quebradas pelos meus dedos.
- Armando Silva Carvalho ( 1938 ) , in De Amore.
Novidades
Aos 90 anos, sendo talvez o maior historiador francês vivo, Jean Delumeau ainda tem fôlego para este livro fascinante sobre três séculos efervescentes da Cidade Eterna : do Saque de Roma ( 1517 ) pelas tropas imperiais de Carlos V ao papado de Sixto V e seu legado ( 1585-90, quando Roma se torna a cidade dos obeliscos, do da Praça de S.Pedro a outros espalhados pela cidade; mas também grande reformador da Igreja e não só do urbanismo romano ), passando pela descoberta das catacumbas, da Domus Aurea do Imperador Nero, e por todos os génios artísticos que deixaram a sua marca.
Pensamento ( s )
Si tu ne veux pas crever de rage, laisse ta mémoire tranquille, abstiens-toi d' y fouiller.
- E.M. Cioran, in Aveux et Anathémes
Um excelente conselho.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Boa noite!
Para a abertura de um novo espaço no Conservatório Nacional no 1 de junho, vai ser tocado o seguinte programa: «Fanfare for the Common Man» – A. Copland; «The Iliad» - Robert Smith; «Expresiones Sinfónicas» - Sergio Jiménez Lacima; «In a Cause Called of Glorious» – Stephen Melillo; «Extreme Make-Over» – Johan de Meij
A Escola de Música do Conservatório Nacional avisa que se não responsabiliza pelas condições climatéricas. :)
Neptuno
Após o Neptuno de Bronzino aqui fica o de Giovanni Zelotti
Giovanni Battista Zelotti Vénus entre Marte e Neptuno, 1555, Palazzo Ducale, Veneza
Giovanni Battista Zelotti Vénus entre Marte e Neptuno, 1555, Palazzo Ducale, Veneza
O ORIENTE: JÓIAS DA LEITÃO & IRMÃO
Durante apenas três dias, os antigos joalheiros da Coroa, Leitão & Irmão, apresentam 49 peças da sua recente Colecção Oriente, iniciada em 2012 e a produzir ainda ao longo deste ano.
A colecção, evocativa dos 500 anos das relações luso-chinesas, inclui peças de ouro, prata, diamantes, diamantes champagne, rubis e seda. Inspiradas todas elas na passagem dos Portugueses pelo Oriente, as peças expostas vão dos anéis, fios e pendentes, alguns com símbolos chineses, em ouro e ouro e diamantes, passando pelos astrolábios, quadrantes e rosas-dos-ventos. Destaque para uma peça, cujo peso atinge os 5,8 kg, e que foi inspirada na xilogravura criada em 1515 pelo pintor alemão Albrecht Dürer do rinoceronte indiano que chegou a Lisboa no início daquele ano e que D. Manuel I enviou de presente ao papa Leão X.
Museu do Oriente
31 maio-2 junho 2013
A arte do retrato
Bronzino, Andrea Doria como Neptuno, Pinacoteca di Brera, Milão.
O velho almirante pode já estar grisalho, mas o pintor sugere-nos que não perdeu a virilidade tal é a profusão de símbolos fálicos e o próprio membro que espreita ...
Algum almirante contemporâneo se deixaria, ou atreveria, ser assim representado? :)
Manjericos
No domingo comprei uns manjericos. Vamos a ver se o que ficar cá em casa chega ao Natal, como há dois anos.
Arte em Vendas Novas
180 obras de artistas de vários continentes em mais uma edição da Exposição Internacional de Vendas Novas.
Humor pela manhã ...
É a sensação que tenho quando chego ao quarto café do dia ... Por isso é que normalmente fico pelos três.
A propósito de um livro de Etgar Keret
Trad. de Lúcia Liba Mucznik,
Porto: Ambar, 2004
«Eis a história de um motorista de autocarro que recusava abrir a porta do autocarro às pessoas atrasadas. Não abria a porta a ninguém. Nem aos alunos apressados que corriam ao longo do carro com olhares tristes, muito menos aos tipos nervosos de anoraques que davam murros na porta como se tivessem chegado a tempo e ele é que estivesse em falta, e nem sequer às velhinhas com sacos de papel craft carregados de provisões, que lhe faziam sinal com a mão a tremer. Não era por maldade que ele não abria a porta, porque não havia nele sombra de maldade, mas por ideologia. De acordo com esta ideologia, mesmo que a demora causada pela espera de um passageiro atrasado mal chegasse a meio minuto, e o passageiro que ficava em terra perdesse por isso um quarto de hora da sua vida, continuava a ser mais justo para com a sociedade não lhe abrir a porta, porque esse meio minuto era perdido por cada um dos passageiros do autocarro. E, se houvesse no autocarro sessenta pessoas que tinham chegado à paragem a tempo, perdiam em conjunto meia hora, que é o dobro de um quarto. Era esse o motivo pelo qual ele nunca abria a porta. Estava consciente de que os passageiros não faziam a menor ideia deste motivo, nem mesmo as que corriam atrás dele a fazer sinais para ele abrir. Sabia igualmente que a maioria pensava que ele era tarado, e que seria muito mais fácil ele deixá-los subir e receber em troca agradecimentos e sorrisos. Mas, entre s agradecimentos e os sorrisos e o bem da sociedade, ele não hesitava um minuto em escolher o bem da sociedade.»
Primeiro parágrafo da pequena história, que dá título a este livro de Etgar Keret. Livro que é composto por 48 histórias-clip, que nos «mergulham num universo literário inédito».
Acho que é o único livro deste escritor israelita, nascido em Tel-Aviv em 1967, traduzido em Portugal. Há anos que espero que traduzam mais livros dele, por exemplo Missing Kissinger, que o jornal diário de maior circulação, em Israel, elegeu como o quinto livro israelita mais importante de todos os tempos. Acho que tenho de o comprar em francês.
O prato vazio
Constantia Arnola Balwé
O prato vazio.
Li que há famílias em Portugal que uma vez por semana, pelo menos, passam fome.
O prato vazio.
Li que há famílias em Portugal que uma vez por semana, pelo menos, passam fome.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Olhares em vias de extinção
por FERREIRA FERNANDES
Mario De Biasi foi o grande repórter fotográfico do levantamento de
Budapeste, em 1956, mas foi outra foto sua que me ficou estampada na memória. De
Biasi é o autor da foto que teve o mesmo papel das alcachofras alla giudia, os
contos de amores difíceis de Italo Calvino e as cores velhas de Roma - o de
formar a minha ideia de Itália. Ele deu àquela foto um nome irónico: "Os
italianos voltam-se" (1954). Com uma exceção, a do homem com o jornal dobrado no
bolso, toda a multidão de homens não se volta (pelo menos, ainda): encara uma
mulher. Todos, o da lambreta, os que sorriem e os que a medem, o operário gingão
e o burguês engravatado, de barba cinzenta e cuidada, todos (mais de 20 capazes
de serem reconhecidos) olham-na de frente, a ver chegar a Dama de Branco. Ela
vai para eles. No centro da foto que lhe presta homenagem, ela, toda de branco,
sapatos, malinha de mão e vestido que, justo, lhe vem da meia perna, subindo,
coleante. As curvas, outra ironia, são também evocadas por uma tabuleta naquela
praça: "Zucca". Em italiano quer dizer melancia. Não sabemos se os italianos se
vão voltar; provavelmente, vão. E ela talvez goste do efeito que causa, há uma
satisfação sugerida pela inclinação da nuca. De Biasi morreu esta semana, em
tempos em que é raro o que aquela foto mostra. Caiu em desuso olhar assim e
gostar de ser olhada assim (e por algumas boas razões). Mas uma coisa é certa: o
objeto daqueles olhares é soberbo.
in DN on line, 29/5/2013
in DN on line, 29/5/2013
Cozinha e pintura
Paris: Glénat, 2007
Há uns tempos que eu cobiçava este livro que passeia pela pintura gourmande entre 1848 e 1914, sendo esta acompanhada de receitas. E quem são os artistas inspiradores? Manet, Monet, Gauguin, Renoir, Cézanne, Van Gogh, Courbet, Toulouse-Lautrec, Vallotton, Vuillard, etc.
Um cozinheiro, Yves Pinard, e uma historiadora de arte, Sévérine Quoniam, convidam-nos a visitar algumas obras-primas do museu de Orsay através do olhar de um gourmet.
Os quadros escolhidos evocam a comida, na sua produção, preparação, consumo e partilha - elementos do quotidiano humano.
Algumas das receitas apresentadas são contemporâneas dos quadros, recolhidas em Carême e Escoffier, embora adaptadas ao gosto de hoje. Outras têm em comum apenas os produtos ou as situações representadas.
Ao mesmo tempo, Séverine Quoniam conta-nos um pouco da história dos pintores e dos seus quadros.
Um livro que nos faz crescer a água na boca.
Para aqui postar, escolhi um quadro de José Júlio de Sousa Pinto que tem a ver com a apanha da batata e duas receitas francesas em que o tubérculo é rei.
Para aqui postar, escolhi um quadro de José Júlio de Sousa Pinto que tem a ver com a apanha da batata e duas receitas francesas em que o tubérculo é rei.
Sousa Pinto (1856-1939) - La récolte des pommes de terre
Óleo sobre tela, 1898
E ainda um prato de uma série que coloquei no domingo, num post dedicado a APS. Só que não sei quem é o autor das pinturas dos pratos dos passarinhos. Serão eles também da autoria de Félix Bracquemond, o autor deste prato? Os pratos dos passarinhos foram fotografados no museu do Petit Palais, e as legendas eram omissas no respeitante ao artista.
Félix Bracquemond - Prato do serviço Bracquemond-Rousseau, ca 1866-1875
Faiança da Manufatura de Creil et Montereau, Milliet et Cie
A receita referente a este prato é «Truta com amêndoas», que acompanha também um quadro de Courbet:
Courbet - A Truta
Óleo sobre tela, 1873
Um dia destes experimentarei alguma(s) receita(s) deste livro. E darei notícias. :)
Para Jad, que há tempos andou às voltas com Bracquemond. E não só.
Poemas - 79
Princípio
Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.
Podíamos saber um pouco mais
da vida. Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só é preciso saber
que temos de viver.
Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
de amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.
- Nuno Júdice, in 366 poemas que falam de amor.
Novidades
70 poemas inéditos e um texto inicial de prosa autobiográfica neste Servidões cuja capa é de Ilda David.
Humor pela manhã ...
Muitas vezes falamos dos livros que nos proporcionam evasão, nalguns casos são mesmo a única evasão possível...
terça-feira, 28 de maio de 2013
Mia Couto
Parabéns para Mia Couto que foi agraciado com o prémio Camões 2013
TRISTEZA
TRISTEZA
A minha tristeza
não é a do lavrador sem terra.
não é a do lavrador sem terra.
A minha tristeza
é a do astrónomo cego.
é a do astrónomo cego.
Mia Couto in Tradutor de Chuvas, Caminho, 2011
Marcadores de livros - 88
Há já uns tempos, uma amiga ofereceu-me este belo marcador em metal. Para ela, esta suite de Bach, pelo grande violoncelista Mischa Maisky.
Boa noite!
Amos Oz
Amos Oz © Colin McPherson
O escritor israelita Amos Oz foi galardoado com o Prémio Franz Kafka 2013.
O júri reconheceu que os livros do autor, para além de uma «criação literária excecional no plano artístico», «interpelam os leitores, independentemente da sua origem, nacionalidade e cultura».
O escritor israelita mais conhecido e lido no Mundo, fundador do movimento pacifista israelita Paz Agora, nasceu em Jerusalém, em 1939. Reside actualmente em Arad, onde se dedica à militância a favor da paz entre palestinianos e israelitas, e é professor de literatura na Universidade Ben-Gurion, no deserto do Negev.
Escritor e jornalista, é autor de uma vasta obra que inclui romances e ensaios, traduzidos em mais de 30 línguas. Em Portugal encontram-se traduzidos: Cenas da vida de aldeia, Uma história de amor e trevas, A caixa negra, Conhecer uma mulher, Não chames noite à noite, Um pantera na cave, A terceira condição, O meu Michael, O mesmo mar e Contra o fanatismo, de que só li (e gostei):
Amos Oz é membro da Academia da Língua Hebraica.
Miri Aloni canta «Shir LaShalom» (Canção para a Paz).
Há 90 anos
28 de Maio de 1923 : Depois de várias situações em vários Estados, com mulheres despedidas por usá-las contra a vontade do empregador, o Procurador-Geral dos Estados Unidos emite o seu parecer : as mulheres podem usar calças onde e quando quiserem.
Aquisições recentes - 20
Comprados ontem : o número 122 da pequena grande colecção O essencial sobre, em que Proust é explicado por Mega Ferreira, e o número 183 da Colóquio Letras, com enfoque nas Diásporas.
Leituras no Metro - 133
Durante uns dias a minha leitura no Metro foi esse catálogo. Ou melhor: este livro, de Rafael Inglada, que serviu de catálogo a uma exposição sobre um pintor de que já tinha ouvido falar, mas que desconhecia: Alfonso Ponce de Léon, um representante do realismo mágico na pintura. Há dias postei um auto-retrato dele, intitulado «Acidente», feito e exposto meses antes de falecer.
Madrid: Centro Nacional Centro de Arte Reina Sofia, 2001
Alfonso Ponce de León nasceu em Málaga em 10 de setembro de 1906 e foi assassinado em Madrid, no dia 20 de setembro de 1936.
Estuda pintura na Escola de Belas Artes de San Fernando,donde conhece Salvador Dalí, Maruja Mallo e Margarita Manso, com que casa, em 1933. Do seu círculo de amigos fazem parte Federico García Lorca, Luis Buñuel, Enrique Climent e Santiago Ontañón. Colabora no grupo de teatro La Barraca. Participa no Salão dos Artistas Independentes, que se realiza em 1929, em Madrid. No ano seguinte, vai para Paris, onde se relaciona com Picasso.
Ponce de León (?) - Retrato de Margarita Manso, ca 1930
Toledo, col. Conde Manso
Afasta-se da República e, em 1933, filia-se na Falange Espanhola. É um dos fundadores do cineclube do SEU (Sindicato Espanhol Universitário) para o qual desenha muitos cartazes.
Para além da sua atividade de pintor, desenhador (a maioria da sua obra está dispersa por jornais e revistas) e publicitário, dedica-se também ao cinema.
Frequentou várias tertúlias de artistas, entre as quais a do Café Zahara, por onde Almada também passou nos seus tempos de Madrid.
Em 1936, é preso e assassinado.
Ponce de León - El descanso (El sueño)
Madrid, Teatro-cine Fígaro, 1930-1931
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