Em 22 de Julho de 1911 o historiador de Yale, Hiram Bingham III, que procurava os traços dos Incas no Perú, descobriu Machu Picchu que tornou célebre no seu livro" A Cidade Perdida dos Incas". A antiga cidade pré- colombiana está situada nas alturas dos Andes (2700 metros de altitude), a 130 Km noroeste de Cuzco. Está dividida em três grandes secretores, o sagrado, o popular e o reservado aos nobres e à classe sacerdotal. O sector sagrado é dedicado ao deus Inti, o deus sol, principal divindade inca e onde se situam os principais achados arqueológicos: o relógio solar e o Templo do Sol.
Prosimetron
sábado, 24 de julho de 2010
Avenida 24 de Julho
Panorâmica de Santos e área envolvente, post 1900
Foto de Judah Benoliel (1890-1968)
Lisboa, Arq. Fot. CML, PT/AMLSB/AF/JBN/003646
Provérbios de Salomão - 3
Gaetano Gandolfi (1734-1802) - O julgamento de Salomão
Óleo sobre tela, 1775
Suécia, col. particular
«Quem refreia a boca guarda a sua vida,
Mas quem solta os lábios arruína-se.»
(Provérbios 13:3)
A propósito de scooters - 2
A primeira Vespa, o “modelo 98”, fabricada pelo grupo Piaggio, nasceu em 1946, dando início ao mais famoso modelo de scooters, fabricado em todo o mundo. Vespa, assim como Lambretta, passaram a ser termos utilizados para designar scooters.
Uma das imagens mais famosas com uma Vespa.
Audrey Hepburn e Gregory Peck no filme Férias em Roma.
Sabia que existe em Portugal o
fundado em 14 de Agosto de 1954? Eu não sabia. http://www.vespaclubelisboa.pt/
fundado em 14 de Agosto de 1954? Eu não sabia. http://www.vespaclubelisboa.pt/
Depois do filme Ghostwriter de Roman Polanski...
"A arte de viver assemelha-se à luta mais do que à dança pelo facto de termos de estar sempre em guarda e firmes contra os golpes que, sem aviso, caem sobre nós".
x
Marco Aurélio, Pensamentos, Liv. VII. 61, Lisboa: Editorial Verbo, 1971, p. 90
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Lá fora - 82 : Pequenos e redondos
Uma exposição dedicada a um essencial do vestuário: o botão. São 1500 espécimes provenientes da colecção de Loic Allio, desenhados muitos deles por grandes criadores da História da Moda: Jean Clément, Henri Hamm ou François Hugo, descendente do grande escritor.
Está patente na Fundação Mona Bismarck, 34, Avenida de Nova Iorque, Paris, até 14 de Agosto.
No Ikos
Leituras no Metro - 17
Tenho estado a ler este livro de Eduardo Pitta (inicialmente publicado pela Quidnovi, em 2007) que faz parte da Biblioteca de Verão que o DN está a "oferecer" aos seus leitores. Este retrato de uma Lisboa snob está a ser uma surpresa, embora o livro me pareça também um pouco pretencioso. Se tivesse disponibilidade, podê-lo-ia ter lido de um fôlego.
«Rupert sentia-se bem a viver em Lisboa, e gostava dos portugueses, embora a vida portuguesa continuasse a ser para ele um mistério insolúvel. Por graça, mais de uma vez dissera que o Instituto devia promover um seminário sobre as indiossincrasias dos índígenas. "O que não faltam são tópicos", assegurava. Um deles era o vício do café. De facto, ir à rua de propósito, nunca menos de três vezes por dia, com o propósito de tomar a famosa bica, parecia-lhe uma obsessão colectiva. O tipo de hábito que um estrangeiro fixa.» (p. 29)
«Os convidados circulavam com natural à-vontade de sideboard para sideboard, salvo a escorregadia Marinela Beato, que só comia frios e estava metida numas calças brancas de fibra e num colete de cetim fúcsia que comprimia o peito magro e acentuava o ar canalha de trapezista social. Andava num corrupio a servir-se de doses homéricas de macedónia de pepinos doces e carpaccio de abacaxi.» (p. 45)
A seguir irei ler a Carmen, de Mérimée. Pode ser que venha a integrar esta secção.
Da minha biblioteca - 9
A referência feita pelo nosso J.P. ontem a Michel Pastoureau lembrou-me este livro que comprei e li há dois anos, quando saíu em edição de poche na SEUIL, e de que andava para falar nestas páginas há que tempos.
Recomendo vivamente a leitura desta obra que versa sobre 40 animais célebres, escolhidos por Mestre Pastoureau de acordo com critérios enunciados logo na Introduction :
Ma sélection s' est appuyée sur différents critéres. Celui de «célébrité» est évidemment le plus subjectif et le plus discutable. J' ai retenu non seulement des animaux qui sont encore célèbres
aujourd'hui et dont la place dans un tel ouvrage ne surprendra personne, mais aussi des animaux qui ont été célèbres en leur temps et qui ne le sont plus. Ainsi le porc régicide de 1131, la chienne de Charles IX, l'ours amoureux d' une jeune savoyarde au début du régne de Henri IV, ou même, plus prés de nous, la girafe de Charles X. Tous ces animaux ont réellement existé. D'autres, plus nombreux, appartiennent à la légende, à la fable, aux croyances, à la littérature, à l'iconographie. Ainsi les animaux bibliques ( le serpent de la Genèse, l'ânesse de Balaam, la baleine de Jonas ) et mythologiques ( le Minotaure, le cheval de Troie). Ainsi les animaux qui prennent place dans les textes littéraires ( Renart ) et dans l' univers des images ( le cochon de saint Antoine, Mickey, Donald, Milou). Ainsi enfin ceux qui sont empruntés au monde des emblèmes et des symboles ( le léopard anglais ), à celui des objets ( le ours en peluche Teddy Bear) ou à celui des rêves ( le monstre de Loch Ness). L' imaginaire semble avoir dans ma sélection plus de place que la réalité. Mais l' historien ne doit jamais opposer trop fortement l' imaginaire et la réalité. Pour lui, comme du reste pour l' ethnologue, l' anthropologue ou le sociologue, l' imaginaire fait toujours partie de la réalité.
Recomendo vivamente a leitura desta obra que versa sobre 40 animais célebres, escolhidos por Mestre Pastoureau de acordo com critérios enunciados logo na Introduction :
Ma sélection s' est appuyée sur différents critéres. Celui de «célébrité» est évidemment le plus subjectif et le plus discutable. J' ai retenu non seulement des animaux qui sont encore célèbres
aujourd'hui et dont la place dans un tel ouvrage ne surprendra personne, mais aussi des animaux qui ont été célèbres en leur temps et qui ne le sont plus. Ainsi le porc régicide de 1131, la chienne de Charles IX, l'ours amoureux d' une jeune savoyarde au début du régne de Henri IV, ou même, plus prés de nous, la girafe de Charles X. Tous ces animaux ont réellement existé. D'autres, plus nombreux, appartiennent à la légende, à la fable, aux croyances, à la littérature, à l'iconographie. Ainsi les animaux bibliques ( le serpent de la Genèse, l'ânesse de Balaam, la baleine de Jonas ) et mythologiques ( le Minotaure, le cheval de Troie). Ainsi les animaux qui prennent place dans les textes littéraires ( Renart ) et dans l' univers des images ( le cochon de saint Antoine, Mickey, Donald, Milou). Ainsi enfin ceux qui sont empruntés au monde des emblèmes et des symboles ( le léopard anglais ), à celui des objets ( le ours en peluche Teddy Bear) ou à celui des rêves ( le monstre de Loch Ness). L' imaginaire semble avoir dans ma sélection plus de place que la réalité. Mais l' historien ne doit jamais opposer trop fortement l' imaginaire et la réalité. Pour lui, comme du reste pour l' ethnologue, l' anthropologue ou le sociologue, l' imaginaire fait toujours partie de la réalité.
A coligação impossível...
E a sra.jornalista moderadora estava tão deliciada com a peixeirada que deixou o marfim correr...
[O sonho] - 2
Henri Rousseau - O sonho, 1910
Nova Iorque, MoMA
23 de Julho
«Outra singularidade dos sonhos é que – a menos que sejam imediatamente apreendidos, repensados e revividos com intensidade – nunca mais nos lembramos deles. Um sonho é coisa ainda menos nossa do que uma narrativa escrita por outrem, porque ao escutarmos, nunca somos tão passivos como quando sonhamos. E, no netanto, é indubitável que somos nós que criamos os sonhos. Criar sem ter consciência disso, eis o que o sonho tem de estranho.»
«Outra singularidade dos sonhos é que – a menos que sejam imediatamente apreendidos, repensados e revividos com intensidade – nunca mais nos lembramos deles. Um sonho é coisa ainda menos nossa do que uma narrativa escrita por outrem, porque ao escutarmos, nunca somos tão passivos como quando sonhamos. E, no netanto, é indubitável que somos nós que criamos os sonhos. Criar sem ter consciência disso, eis o que o sonho tem de estranho.»
Cesare Pavese
In: Ofício de viver: Diário (1935-1950) / trad. Alfredo Amorim. Lisboa: Portugália, 1968, p. 187
LEAVES OF GRASS
To think of time...to think through the retrospection,
To think today...and the ages continued henceforward.
Have you guessed you yourself would not continue? Have you
dreaded those earth-beetles?
Have you feared the future would be nothing to you?
Is today nothing? Is the beginingless past nothing?
If the future is nothing they are just as surely nothing.
(...)
Walt Whithman, Leaves of Grass, New York: Dover Publications, 2007, p.78
Joseph Haydn: Piano Sonata no. 46 in E major, Hob XVI:31, piano - Vadim Chaimovich.
To think today...and the ages continued henceforward.
Have you guessed you yourself would not continue? Have you
dreaded those earth-beetles?
Have you feared the future would be nothing to you?
Is today nothing? Is the beginingless past nothing?
If the future is nothing they are just as surely nothing.
(...)
Walt Whithman, Leaves of Grass, New York: Dover Publications, 2007, p.78
Joseph Haydn: Piano Sonata no. 46 in E major, Hob XVI:31, piano - Vadim Chaimovich.
Coração e pérolas para Amália!
Coração com pérolas para Amália porque segundo consta nasceu hoje!
Junto ao Largo do Carmo
Monólogo de Orfeu - Vinicius de Moraes
A partir de uma gravação em casa de Amália Rodrigues num serão com Vinicius de Moraes, Natália Correia, David Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos, em 1968.
Natália Correia - Defesa do Poeta, in CD Amália/Vinicius
Gravado num serão em casa de Amália Rodrigues com Vinicius de Moraes, David Mourão-Ferreira; José Carlos Ary dos Santos e Natália Correia
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Um absinto?
Publicidade nos finais do século XIX, em Coimbra
Numa fotografia do fundo Belisário Pimenta, que se encontra na Universidade de Coimbra, pode-se ver a publicidade ao livro de L. R. D. [com ilustrações de António Augusto GONÇALVES (1848-1932)], Roteiro ilustrado do viajante em Coimbra, Coimbra : Tip. Auxiliar de Escritório, 1894, 132 p. : il.
Pela moda (altura das saias das senhoras) a foto não pode ser muito posterior.
Um quadro por dia - 74
Pastrana e Paris
E, como deixei ontem indiciado (ameaçado? :), aqui fica um apontamento sobre a peça restante que está em exibição no MNAA, até 12 de Setembro, igualmente de modo equívoco relacionada com D. Afonso V.
Trata-se de manuscrito pertencente à Biblioteca Nacional francesa, denominado Grande Armorial Equestre do Tosão de Ouro (o pequeno também lhe pertence...). Para além de séries de armas de algumas regiões europeias, este armorial do séc. XV é especialmente notável pelos manequins heráldicos, equestres (daí o nome), representando soberanos, os pares de França e cavaleiros da Ordem fundada por Filipe o Bom de Borgonha, para celebrar o seu casamento com a nossa Infanta D. Isabel.
Deixo a imagem que consegui na net, sendo certo que é uma cópia e não uma digitalização do original (não verifiquei, mas faz-me lembrar a ilustração usada numa tradução publicada em 1951 de um interessante Resumo da Ciência do Brasão, de René Le Juge de Segrais).
É esta imagem tradicionalmente identificada com D. Afonso V, não sei se por via da primeira datação (podendo ir até 1461), proposta pelo seu primeiro editor (disponível em http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k503935j), ou se por confusão com uma pequena inscrição (que consta do original) em que se refere um Rei Afonso, que todavia é Afonso Henriques.
Em 2001, Michel Pastoureau e Michel Popoff publicaram, nas edições du Gui, uma reprodução facsimilada deste armorial. Neste estudo, que é louvavelmente citado na nota respectiva do Catálogo da Exposição, assinada pelo Saúl António Gomes, amigo de muitos neste blogue, com boas razões, apontam aqueles basilares autores da Nova Heráldica para um intervalo provável de feitura bastante mais estreito, entre 1433 e 1440, com picos de probabilidade em 1435 e 1436.
Não curando da possibilidade, aliás a mais provável na minha opinião, de se estar apenas perante representações ideias, do Soberano e não de um determinado soberano, a querer dar-se nome a este Rei de Portugal, o mesmo seria o eloquente D. Duarte e não um rei que, na melhor das hipóteses, teria 8 anos na data de feitura desta imagem.
Fica aqui a imagem do Rei de França e uma ligação para a página das edições du Gui (http://www.culture-cadeaux.com/la-toison-d-or-c-656_686.html), que contém outras imagens deste magnífico armorial, que muito gostei de sentir bem perto, separado apenas por um vidro.
Actualizações - 2
O problema
Recebi este conto enviado por um amigo, Nuno Ruaz. Foi aqui colocado ontem (na noite de 20 para 21). Desapareceu, para grande espanto meu... Aqui volta...
Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou então todos os discípulos para determinar quem seria o novo “sentinela”. O Mestre, com muita tranquilidade, falou: - Assumirá o posto o primeiro monge que resolver o problema que vou apresentar.
Então, colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas: - «Aqui está o problema!»
Todos ficaram olhando a cena. O vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro. O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ... ZAPT ... destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse: - 'Você será o novo Guardião do Mosteiro.'
Moral da História: Não importa qual o problema. Nem que seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado. Um problema é um problema. Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou, tenha sido, senão existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes. Espaço esse indispensável para recriar a vida. Existe um provérbio oriental que diz: 'Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora, para então, beber o vinho.'
Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.
Então, colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas: - «Aqui está o problema!»
Todos ficaram olhando a cena. O vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro. O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ... ZAPT ... destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse: - 'Você será o novo Guardião do Mosteiro.'
Moral da História: Não importa qual o problema. Nem que seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado. Um problema é um problema. Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou, tenha sido, senão existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes. Espaço esse indispensável para recriar a vida. Existe um provérbio oriental que diz: 'Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora, para então, beber o vinho.'
Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.
[O sonho] - 1
Pierre Puvis de Chavannes (1824-1898) - Le rêve
Óleo sobre tela, 1883
Paris, Musée d'Orsay
22 de Julho [1940]
Sonhar que, de regresso da prisão, ou do confino, chegamos a nossa casa, uma moradia, riquíssima, principesca, com salões e escadarias, e que aí encontramos os conhecidos da família, a quem somos apresentados, e esperamos depois, com enorme curiosidade, que entrem em cena os nossos pais, para ver como são, que tipos foram escolhidos para ti - é um outro caso de sonho feito como um romance que se lê sem se saber como acabará, isto é, em que leitor e protagonista coincidem.
O sonho é uma construção da inteligência, a que o construtor assiste sem saber como vai acabar.
Cesare Pavese
In: Ofício de viver: Diário (1935-1950) / trad. Alfredo Amorim.Lisboa: Portugália, p. 187
Santos de Roca no Museu de S. Roque!
Tenho uma predilecção pelos Santos de Roca ou imagens de vestir. Estes encontrei-os no Museu de S. Roque. Os santos de roca surgiram após o Concílio de Trento para serem vestidos com trajes riquíssimos e para servirem a teatrialidade barroca.
Pela cidade... histórias?
Junto ao Museu de S. Roque encontrei o que intitulei personagens dos irmãos Grimm espalhados pela cidade.
x
Nathan Mabry, Portugal Arte, Lisboa
quarta-feira, 21 de julho de 2010
MI(N)TO
Boa noite!
Boa noite a todos, que a minha está a ser a ouvir (e ver!) este estudo (e outros) no Largo de S. Carlos.
De A Dylan Thomas Trilogy
«Fern Hill», da obra A Dylan Thomas Trilogy, de John Corigliano (1938-).
Encontrei um CD com esta obra enquanto procurava (para comprar) um outro com o poema de Dylan Thomas, musicado e cantado por John Cale, colocado por APS no Arpose. Gostei e aqui fica.
Imagem retirada de Olhares
"Bibliotecas da Universidade de Coimbra vão disponibilizar gratuitamente os seus serviços aos utentes da Biblioteca Nacional de Portugal durante o fecho da Sala de Leitura Geral".
Ler aqui.
Um quadro por dia - 73
Georg Flegel, Natureza morta com papagaio-pigmeu, aguarela, Staatliche Museen, Berlim.
As aguarelas do alemão Flegel, pintor de quem a nossa M.R. já nos mostrou um Grande banquete, são maravilhosas: as frutas, flores e até animais ganham vida.
E este quadro do dia vai dedicado precisamente à nossa M.R. , para agradecer a muita e boa fruta pintada que nos tem dado.
Coisas do Direito - 16
Foi ontem, na Gulbenkian, que o Miguel Poiares Maduro, 43 anos, recebeu o Prémio Gulbenkian de Ciência, pela primeira vez atribuído a um jurista. E foi um prémio merecido ou não fosse o Miguel Maduro o mais internacional dos juristas portugueses: doutorado no Instituto Universitário Europeu em Florença e aí professor, bem como docente em Yale e no Colégio da Europa em Bruges, tendo sido também advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia por nomeação de Durão Barroso em 2003.
Os limites da Arte ? - 9
Filipe Marques, Requiem for a young painter, 2000.
A foto supra mostra a instalação concebida por Filipe Marques após uma visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, exposta na capela do Paço dos Duques de Bragança em Guimarães.
A foto supra mostra a instalação concebida por Filipe Marques após uma visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, exposta na capela do Paço dos Duques de Bragança em Guimarães.
Houve quem não gostasse de ver o retrato do Papa Pio XII (ao fundo, junto ao altar) rodeado dos retratos dos jovens oficiais alemães e demais elementos da instalação.
Não existiram protestos formais, ao que parece, mas muitos visitantes iam expressando o seu desagrado pela escolha da vetusta capela para exibição da obra.
O que é certo que é a instalação foi retirada um mês antes da data anunciada. Uns falam de censura, desde logo o artista, outros, desde logo o director do monumento, dizem que é preciso "ter em consideração o público que visita o espaço em causa".
Ambas as preocupações são atendíveis e legítimas, mas o que eu gostava de saber, e ainda não consegui, é quem autorizou a escolha da capela para nela ser colocada a instalação...
Lá fora - 81 : Drácula
Está patente no Museu Nacional de Arte da Roménia, em Bucareste,parte do antigo Palácio Real, a exposição Drácula- Voivode e vampiro, dedicada ao grande mito cultural romeno, Vlad III Tepes, Príncipe da Valáquia no séc.XV, aliado do rei da Hungria Matias Corvino contra os Turcos. Foi este sanguinário senhor da Valáquia que tinha uma predilecção por empalar os inimigos que deu origem a uma das personagens mais conhecidas da literatura de terror( e depois do cinema), criada pelo irlandês Bram Stoker: o Conde Drácula, Rei dos Vampiros.
Pastrana e Beja
Visitei por duas vezes a muito recomendável exposição das Tapeçarias de Pastrana, peregrinação obrigatória, até 12 de Setembro, quanto mais não seja por obviar à necessidade de uma deslocação até este pueblo manchego.
Além das peças principais e do "residente de honra", o conjunto dos Painéis, está exposto um pequeno (mas significativo) conjunto de objectos, supostamente unificados em torno de D. Afonso V.
Se a cadeira do Varatojo tem tradição veneranda nesse sentido, sendo igualmente pacífico o retrato que se encontra hoje em Estugarda (na que já vi designada em publicação por Biblioteca de Landes...), o mesmo já não sucede com a maior surpresa que tive (a presença em Portugal do Grande Armorial Equestre do Tosão de Ouro) e, mais certamente, com o fecho de uma abóbada, do espólio do Museu de Évora.
Esta última peça provém das colecções de D. Frei Manuel do Cenáculo e considera-se no belo catálogo (onde até a capa é deliciosa) ter pertencido a igreja pacense, primeira diocese deste mecenas da cultura alentejana e nacional, isto por via do material de que é feita e das circunstâncias do seu achamento.
Considerando-se basilarmente como uma cabeça régia, por via do falso silogismo que concluir que "o que tem coroa é rei", o Catálogo, neste particular pela pena do Dr. Joaquim Caetano, Director do Museu de Évora (que estou com muitas ganas de revisitar), opina tratar-se de D. Afonso V, isto a partir da presença do rodízio, conhecidíssima empresa (emblema individual) do Rei Africano, aliás bem patente também e profusamente nas Tapeçarias (mas também no Varatojo, na Batalha, etc.). A presença da espada, como que apontada ou atravessando a boca do "rei", depois de breve alusão a moeda deste monarca denominada espadim (mas com iconografia inteiramente distinta, não se percebendo qual pudesse ser a relação), é explicada através de uma curiosa (mas demasiado elaborada) hipótese.
Assim, conclui-se aventando que o artífice autor desse fecho de abóbada, eventual apoiante do Infante D. Pedro na crise que culminou em Alfarrobeira, teria encontrado maneira de, assim, "danar" a memória do rei, a quem culparia pela morte do tio.
Como em tudo na vida, parece-me que a velha lâmina de Ockham presta-nos grandes serviços. A explicação em causa, curiosa e interessante que é, não deixa de ser desnecessariamente complicada, centrando-se aliás no que creio ser um falso pressuposto, ou seja, de quem usa coroa é rei.
Em primeiro lugar, não me parece muito razoável supor uma actividade subversiva do género em obra de cariz público e por encomenda. Sendo certo que o Rei Africano não tinha o carácter violento do filho, não sei se esta vilipendiação pública da imagem régia seria assim tão bem aceite, pela comunidade frequentadora da incógnita igreja, e, especialmente, pelo dono de obra, que pagaria (ou não) o (mau) serviço prestado.
Por outro lado, nesta explicação detecto um eco das explicações simplistas da referida crise, burguesia e operariado do lado do Infante. Ora, se bem me recordo (mas não fui confirmar), se há registo do perdão posterior de muitos obreiros por lutarem ao lado de D. Pedro (e, mais uma vez, salvo erro, o nosso amigo Saúl atribui a esta participação uma quebra posterior na vitalidade da Batalha, de que é justíssimo cidadão honorário), nas vésperas de Alfarrobeira houve uma tentativa de resistência à passagem pelo Mosteiro do ex-regente, organizada pelos mestres e obreiros, a qual se terá gorado pela opinião contrária dos frades dominicanos.
Se a espada seria visível quando colocada a peça a fechar a abóbada, mais visível ainda seria em terra, aquando da sua feitura. Não é, na verdade, um grafito anónimo, mas uma peça relevante, que se pretenderia ver paga (e, assim, reconhecida a autoria).
A explicação mais simples deve ser a verdadeira. E qual seja ela? Bom, pela minha parte proponho Santa Catarina de Alexandria, podendo a figura ser masculina como feminina (em qualquer caso, não sendo muito feliz). Representada muitas vezes com coroa, o rodízio pode ser perfeitamente a conhecida roda de navalhas e a espada é outro dos seus atributos, já que foi o seu instrumento final de martírio. Há uma escultura no MNAA que a representa precisamente assim, coroada, segurando uma espada e tendo ao lado a roda, em heráldica chamada de S. Catarina, precisamente.
Se assim for, cessam as objecções colocadas no Catálogo à datação, feita em catálogo de exposição anterior por Paulo Pereira, que a atribuía ao período manuelino, objecções essas que assentavam na identificação do rodízio de D. Afonso V (mas, em qualquer caso, esquecendo a possibilidade de representação póstuma: veja-se o caso da Sé de Viseu, em que se representa o rodízio como homenagem de D. Diogo Ortiz de Vilhegas, já entrado o século XVI, ao Rei Africano).
Em suma, quem não foi, vá e quem já foi, volte!
Desculpem este arrazoado, o armorial fica para amanhã! A "culpa" é de JAD, a quem registo a minha gratidão por ter querido saber a opinião deste curioso! Bom dia!
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