Prosimetron
sábado, 7 de janeiro de 2023
«Come chocolates, pequena; Come chocolates!»
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Álvaro de Campos - excerto de «Tabacaria»
Eu segui esta intimação de Pessoa e as três sardinhas já marcharam.
Para Justa.
Marcadores de livros - 2444
Estes dois são uma variante para o mesmo livro (o da esq. de 2020 e o da dir. de 2015).
Sintra: Feitoria dos Livros, 2015 e 2020.
Também com uma variante (azul/verde) nas capas.
A introdução de O atum na cozinha é fraca. Em dez páginas, com ilustrações, quatro constam de uma citação de Raul Brandão retirada de Os pescadores. Nunca tinha visto nada assim...
Percebo que é difícil bater Os pescadores, um dos livros de Brandão de que mais gosto, mas parece-me excessivo copiar quatro páginas de um livro numa introdução.
Valham as receitas. Hei de experimentar fazer, quando o tempo aquecer, estupeta de atum.
Livros de cozinha - 132
Sintra: Colares Ed., D.L. 2021
Este livro tem uma parte de receitas de cozinha com conservas, mas quase 2/3 do livro é composto por uma introdução histórica, muito bem esgalhada, sobre a salga de peixe desde tempos remotos até às conservas em lata.
«O peixe tem na alimentação dos portugueses um lugar primordial, com a industrialização e os avanços científicos as conservas de peixe tornaram-se um marco.
«Na sua história, a importância económica e os lugares de venda as conservas evoluíram, assumindo-se como iguaria, passando a ração militar, reserva alimentar em tempos de calamidade, privação, e guerra, até ao petisco na mesa da super-abundância.
«A investigação histórica e a recolha bibliográfica do autor, Manuel Paquete, sobre os produtos, as empresas, os processos de fabrico, publicidade e comercialização mostram-nos os homens responsáveis pelo surgimento, crescimento e pelo definhar de muitos polos fabris na costa portuguesa.
«As conservas de peixe atingem um nível excepcional apoiado pela tecnologia francesa, com design de traço vincado, pela frescura e sabor das nossas sardinhas em embalagens de lata, modernizadas por processos de abertura fácil.
«A sazonalidade desta laboração, a restrição legislativa e a consciência ambiental tornaram a sobrevivência das grandes fábricas um desafio difícil, testemunhado por diversos museus regionais e pela ANICP (Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe).
«A inovação técnica e a avaliação dietética como produto de excelência alimentar colocam-nas nos menus de todas as classes.» (Daqui).
Dois senãos: podia ter tratado das conservas dos Açores (a marca Milhafre tinha um atum muito bom, difícil de encontrar e que eu comprava até há uns anos; agora como frequentemente conservas Santa Catarina) e ter identificado a origem das imagens publicadas no livro.
Com pimenta dos Açores, uma das minhas preferidas, para além da que tem óregãos. Com batata doce e com caril nunca experimentei.
Um antecessor do livro de Manuel Paquete:
Lisboa: Instituto Português de Conservas de Peixe, 1969.
Este pequeno livro, para além das inúmeras receitas com vários tipos de conservas (atum, sardinhas, anchovas) é introduzido por uma «Breve história da indústria das conservas de peixe em Portugal».
Tem uma edição em inglês, Canned Fish from Portugal, e em francês, Conserves de poisson au Portugal, com umas variantes nas capas.
Consulte o livrinho aqui.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2023
Boa noite!
Esta canção, com letra de Emmanuel d'Astier de la Vigerie (1900-1969) e música de Anna Marly, é de 1943.
Emmanuel d'Astier de la Vigerie fundou em 1941 o jornal clandestino Libération (que durou até 1964).
Em 1973, Sarte e Serge July compraram o título e começou a sair o Libération que ainda se publica.
Leonard Cohen grava esta versão no seu álbum Songs from a Room (1969).
Bom Dia de Reis!
Marcadores de livros - 2443
Bom Dia de Reis!
Para nuestros hermanos é o dia em que trocam presentes. Nós celebramo-lo, usualmente, com um bolo-rei, acompanhado de um cálice de vinho do Porto ou da bebida que mais nos agradar.
Bacio - 79
Nevine Fathy - Retrato de Khalil Gibran, 2018 (pormenor)
«O amor que não se renova diariamente torna-se um hábito.»
«A vida sem amor é como uma árvore sem flores e frutos.»
Khalil Gibran
Desta vez, vinham na mesma embalagem dois chocolates com frases deste escritor libanês.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
Bases de copos - 68
Estas começaram já a celebrar o Dia de Reis. E estão divertidas.
Verso e reverso de uma base que veio de Zurique.
E estas vieram de Berlim.
Obrigada, F. e Jad.
Igreja de São Domingos
Esta Igreja ardeu em 13 de agosto de 1959. Ler aqui.
Não seria de escolherem um pintor português que pintasse umas telas para as diferentes capelas desta igreja? Seguindo o exemplo de Jorge Sampaio que escolheu Paula Rego para pintar umas telas para a capela do Palácio de Belém?
Azulejos das traseiras da igreja.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
Rosa Bonheur no Museu d'Orsay
«Por ocasião do bicentenário do nascimento de Rosa Bonheur, o museu d'Orsay apresenta uma importante exposição que homenageia a esta artista 'fora da caixa', inovadora e inspiradora, voltada para a natureza.
Considerada um ícone da emancipação das mulheres, Rosa Bonheur colocou o mundo vivo no centro do seu trabalho e da sua existência e empenhou-se para que a singularidade dos animais fosse reconhecida, expressando na sua pintura a sua vitalidade e a sua "alma".» Ler mais aqui.
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
Marcadores de livros - 2441
Hoje são uns marcadores variados:
O primeiro da esq. não tem reverso.
Em baixo, reversos dos outros marcadores.
Obrigada, Maria Luisa!
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Boa noite!
Uma junção de filmes super 8 feitos por Philippe Ernaux, que foi marido de Annie Ernaux, e comentados pela Nobel da Literatura. Gostei muito.
Uma boa ideia para pessoas apresentarem os seus filmes caseiros. Mas nem todos são Annie Ernaux para refletir sobre as cenas que vão passando no ecrã.
«La montagne» de Jean Ferrat, a primeira canção referida por Annie Ernaux no seu filme.
Baci - 78
O Pai Natal trouxe-me três caixas de Baci, as duas últimas minhas desconhecidas:
Vou ter muitas citações para colocar no blogue, se não aparecerem repetidas.
Marcadores de livros - 2440
Não percebo nada de astrologia, quiromancia, etc. A única coisa que sei é que a Lua influi na Terra, como é óbvio.
domingo, 1 de janeiro de 2023
Marcadores de livros - 2439
Ler tudo, ok; já dizer tudo... Às vezes é melhor contermos a língua.
«Há demasiados livros medíocres que existem apenas para nos entreter a mente. Por isso, leia apenas os livros que são considerados bons para além de qualquer dúvida.»
Séneca
In: Lev Tolstoi - O calendário da sabedoria. Carcavelos: Self, 2022, p. 21
Livros para entreter a mente também são necessários e nem todos são medíocres.
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