Uma ida à Cidade Eterna nesta Páscoa proporciona,
para além das habituais cerimónias religiosas em São Pedro, a visita a um
conjunto de exposições que merecem o grau superlativo: Caravaggio 2025 no
Palazzo Barberini (provavelmente a exposição mais importante do ano), I
Farnese nella Roma del Cinquecento nos Museus do Capitólio ou a recém
inaugurada exposição Barocco Globale. Il mondo a Roma nel secolo di Bernini no Quirinal.
Em colaboração com a Galleria Borghese e
com outras instituições prestigiadas italianas e internacionais, o Barroco Global
acompanha-nos num percurso por uma Roma cosmopolita, pois localizada no centro
de uma vasta rede de viagens e relações que ultrapassavam as fronteiras nacionais
e culturais do século XVII. África, América e Ásia eram presenças visíveis e
tangíveis na Roma dessa época. Obras de Gian Lorenzo Bernini, Pietro da Cortona
ou Nicolas Poussin projectam-nos para um mundo surpreendentemente multi-étnico e
multi-cultural em que missionários e diplomatas colocavam em diálogo o Japão com
a Pérsia ou o Congo com o Novo Mundo.
Este busto da autoria de Stefano Maderno (1576 - 1636) retrata António Manuel Ne Vunda, o primeiro diplomata africano na Europa, proveniente do Reino do Congo, hoje Angola, alcunhado pelos romanos Negrita e sepultado em Santa Maria Maggiore. A ele, dedicamos a nossa nova vinheta.