Prosimetron
sábado, 19 de maio de 2018
Maio 68 - 16
Daqui a pouco Charles Diaz, comissário geral da polícia nacional francesa, vai fazer uma conferência sobre o Maio 68, assim como uma visita guiada ao Musée de la Préfecture de police (Paris). Charles Diaz é autor do livro Mémoires de police. Dans la tourmente de Mai 68.
Já visitei este museu que é bastante interessante. Imagino que deve ter materiais muito variados (desde comunicados, cartazes, fotografias...) até outros materiais que tenham sido apanhados na rua nas manifestações do Maio 68. E gostaria de ouvir a perspetiva do conferencista.
Já visitei este museu que é bastante interessante. Imagino que deve ter materiais muito variados (desde comunicados, cartazes, fotografias...) até outros materiais que tenham sido apanhados na rua nas manifestações do Maio 68. E gostaria de ouvir a perspetiva do conferencista.
Paris: Textuel, 2017
«Qui étaient-ils, ces policiers face aux manifestants en mai 68 ? Comment étaient-ils organisés ? Ce livre retrace les deux mois historiques de cette année mythique. Il offre un point de vue différent, de l'autre côté des barricades : témoignages, notes de service, "blancs" des RG, ordres et contre-ordres, saisies à l'Ecole des beaux-arts ou à la Sorbonne, poursuite de Daniel Cohn-Bendit, jamais là où on l'attend... Au fil des pages, l'auteur dévoile les archives photographiques et documentaires - pour la plupart inédites - de la préfecture de police de Paris. On y lit les consignes strictes du préfet Maurice Grimaud contre les violences policières, la demande d'intervention du recteur de la Sorbonne qui a mis le feu aux poudres, ou les directives de Raymond Marcellin, ministre de l'Intérieur favorable à un retour à l'ordre musclé. Les notes internes montrent la gestion des très nombreux agents mobilisés, leur difficile coordination, les questionnements des policiers, leur sidération aussi. Sous l'uniforme, souvent très jeunes, ils se trouvent confrontés à l'une des plus violentes guérillas urbaines de l'après-guerre. Une expérience collective qui aura de nombreuses conséquences sur l'organisation des forces de l'ordre après "les événements" et qui interpellera la population sur le rôle de l'institution policière.» (Transcrito do site da Amazon.)
Frantz
Sou fã do cinema de François Ozon. Ontem fui ver Frantz, que recomendo vivamente.
«Alemanha, 1919. O pesadelo da Primeira Grande Guerra chegou finalmente ao fim. Após a morte em combate do seu noivo, Frantz, Anna vive com os sogros numa pequena aldeia. Incapaz de lidar com a perda, todos os dias visita a campa do seu amado. Um dia, dá-se conta da presença de Adrien, um ex-soldado francês que afirma ser amigo de Frantz.» (Retirado do cinecartaz.) Com Paula Beer e Pierre Niney. Este foi o protagonista de Yves Saint-Laurent.
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Elizabeth Vigée Le Brun no MNAA
Elizabeth Vigée Le Brun - Retrato da condessa de Verdun, 1782
O Museu Nacional de Arte Antiga recebeu hoje o retrato da Condessa de Verdun, pintado por Elisabeth Louise Vigée Le Brun. O quadro pertence à coleção de 97 obras de arte do antigo BES, que vão integrar museus portugueses. Os protocolos de cedência entre o Novo Banco e os museus é de cinco anos, renovados automaticamente.
Não entendo porque é que há de ser uma cedência e não entrarem definitivamente na posse do Estado, como contrapartida (que enriqueça o nosso património cultural) dos milhões de euros que o Estado tem enterrado naquele banco.
Este quadro terá sido pintado em 1782 por Elisabeth Vigée Le Brun e retrata a sua melhor amiga, numa altura em que esta teria cerca de 22 anos.
Ao que parece este quadro não era conhecido, pelo que não deve ter constado da grande exposição que foi dedicada à artista há três anos no Grand Palais.
Pode aceder ao acervo de pintura, numismática, fotografia e livros do ex-BES em
https://nbcultura.pt/
Maio 68 - 15
Greve em maio 68 diante da fábrica A.E.P., em Pierrefitte-sur-Seine
Quando começou a contestação estudantil em 1968, a mobilização operária já tinha começado em Pierrefitte. As faíscas desencadeadas pelo movimento estudantil deram uma amplitude impensável ao movimento operário. Pierrefitte tinha então cerca de 19 000 habitantes e duas fábricas importantes: ARMCO que fabrica tubos de aço e a fábrica de cartão Lincrusta-Nuyts. Os habitantes de Pierrefitte trabalham na fábrica Hotchkiss (veículos civis e militares), e nos Ateliers électriques pierrefittois (AEP), na tinturaria Fontanis, etc.
A questão do emprego era então central nos arredores de Paris, havendo naquela época 200 desempregados na terra, número que nos aprece hoje irrisório. O governo promovia uma política de descentralização industrial e encorajava financeiramente a deslocalização de fábricas para zonas menos industrializadas. Foi o caso de ARMCO em Pierrefitte que anunciou em 14 de março de 1968 que se ira estabelecer na região de Tours dentro de dois anos. Este clima levou a uma primeira manifestação pelo direito ao trabalho em Saint-Denis a 29 de março e depois no desfile do 1.º de Maio.
Em 13 de maio a greve geral levou a uma manifestação de um milhão de pessoas em Paris e 10 000 em Saint-Denis. Mais de 100 empresas e o funcionalismo público entraram em greve.
A partir de 18 de maio em Pierrefitte não há comboios nem camionetas até nova ordem.
Em 20 de maio, muitas fábricas foram ocupadas, os telefones, correios, escolas, etc., entram em greve. Havia então entre sete e dez milhões de grevistas em França.
É esta história e o seu fecho que se pode ver na exposição Mai 68 à Pierrefitte nos Arquivos Municipais.
Podem ver o documentário de Pierre Potel aqui:
https://www.cinearchives.org/Catalogue-d-exploitation-494-802-0-0.html
quinta-feira, 17 de maio de 2018
Um quadro por dia - 413
Nympheas en fleur, Claude Monet, mais uma tela da Colecção Rockefeller, mais um recorde : vendida por 84 milhões de dólares .
Citações
(...) também certamente no guião, estava a reacção de César à desfiliação de Sócrates. Momento único, diga-se de passagem. Com um ar de estadista, dirigiu-se aos Passos Perdidos, e verteu lágrimas de crocodilo que ficam para os anais de como a hipocrisia pode ser tão maquiavelicamente usada.
A paz volta, assim, ao PS, agora um partido novo e imaculado. Já se tinha auto-isentado da responsabilidade do pedido de ajuda externa, como se fosse outro o PS que quase nos levou à bancarrota. Com a ética ( republicana ) na ponta da língua, invocam-na, umas vezes, para o mero cumprimento farisaico da lei ou, então, dão-lhe uma plasticidade adequada ao tacticismo oportunista, puro e duro. Por vias travessas e calculistas, enxergaram finalmente ( hélas ! ) que a norma ética é bem mais exigente que a norma jurídica e que, politicamente, é tão necessária a legalidade de direito como a legitimidade moral .
- António Bagão Félix, no Público da passada Sexta-feira .
Ainda a falta de revisores ...
De um canal de televisão. Sabendo-se que actualmente a esmagadora maioria dos profissionais são licenciados em jornalismo, comunicação, etc, é difícil ( ou não ... ) perceber este estado de coisas ...
Leituras no Metro - 975
Depois de ter ouvido João Ricardo Pedro numa conversa sobre José Cardoso Pires resolvi ler o seu livro de estreia, de que gostei medianamente. Daqui a uns tempos abalançar-me-ei a ler o segundo.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
Maio 68 - 14
Le père Legrand dit à son p'tit gars :
"Mais enfin bon sang qu'est-ce qu'y a
Qu'est-ce que tu vas faire dans la rue fiston?"
- J'vais aller faire la révolution
"Mais sapristi bon sang d'bon sang
J'te donne pourtant ben assez d'argent"
- Contre la société d'consommation
J'veux aller faire la révolution
La Révolution! La Révolution!
"Mais enfin j't'a payé l'école
C'est pourtant pas des fariboles"
-On n'nous apprend qu'des insanités
Et on nous empêche de contester
"Ah si tu travailles comme ça j'ai peur
Qu'tu passes pas dans la classe supérieure"
- Les différences de classe nous les supprimerons
C'est pour ça qu'on fait la révolution
La Révolution! La Révolution!
"Enfin tu vas pas sortir maintenant
Regarde dehors c'est plein d'agents !"
- Non papa c'est des CRS
Et j m'en vas leur botter les fesses
"Mais voyons fiston n'vois-tu pas
Que c'est les Rouges qui sont derrière tout ça"
- Oh papa j't'en prie, tu déconnes
Laisse la peur du rouge aux bêtes à cornes
C'est la Révolution! La Révolution!
"Mais enfin explique-moi mon p'tit
Qu'est-ce qu'y raconte ce Cohn-Bendit"
- Y m'a fait comprendre que t'étais con
Et moi j'veux faire la révolution
La Révolution ! La Révolution
Lisbonne: ville ouverte
Paris: Chandeigne, 2018
€17,00
Sai hoje em Paris o livro de Patrick Straumann sobre os refugiados que passaram por Lisboa durante a II Guerra Mundial.
Após a queda de Paris e o encerramento dos portos do Mediterrâneo, a capital portuguesa é a última saída para uma Europa em guerra. Refugiados políticos de todas as origens, apátridas, anónimos, intelectuais e artistas como Man Ray, Julien Green e Hannah Arendt fogem da Ocupação e atravessam os Pirenéus na esperança de encontrar um lugar a bordo de um navio e embarcar para Nova Iorque ou para o Rio de Janeiro.
O cenário deste êxodo é Lisboa e o Estoril. Nas esplanadas dos cafés ouve-se uma mescla de línguas estrangeiras, enquanto que nos átrios dos hotéis dão-se encontros inesperados.
Lisboa agita-se diante do afluxo de refugiados. As livrarias exibem as obras de Stefan Zweig e Romain Rolland, o mercado negro floresce, a bagagem é empilhada nos cais do Tejo.
Como voltar a esta história, feita de milhares de destinos individuais, coincidências e dramas? Enquanto, em Belém, o governo abre a Exposição do Mundo Português, Jean Renoir e Antoine de Saint Exupéry entram juntos a bordo do SS Siboney.
Jean Giraudoux passará por Lisboa em busca do seu filho que foi para Londres; Tadeus Reichstein, futuro Prémio Nobel de Química, cruza a cidade numa viagem de ida e volta a Nova Jersey. Judeu polaco, naturalizado suíço, a sua correspondência privada lançará luz sobre estes anos de guerra.
(Retirado do site da editora.)
Quero muito ler este livro, mas tenho um monte muito grande à minha espera. :)
(Retirado do site da editora.)
Quero muito ler este livro, mas tenho um monte muito grande à minha espera. :)
Etiquetas:
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944),
Hannah Arendt (1906-1975),
Jean Renoir (1894-1979),
Julien Green (1900-1998),
Lisboa,
Man Ray,
Patrick Straumann
terça-feira, 15 de maio de 2018
Boa noite!
Há muito tempo que não ouvia Virginia Astley. Ouvia há dias no blogue Paisagem da Escrita.
Orgulho
Não dei por este filme nas salas de cinema, de modo que anteontem estive a vê-lo em dvd. Realizado por Matthew Warchus em 2014, o filme é inspirado numa história real e conta com a participação dos atores Bill Nighy, Imelda Staunton e Dominic West.
Durante a greve dos mineiros de 1984-1985, no Reino Unido, um grupo de lésbicas e gays promove angariações de fundos a favor de um grupo de mineiros galeses da aldeia de Onllwyn. O filme mostra o contacto que se estabelece entre a população dessa aldeia e o grupo de ativistas gay e os preconceitos que vão sendo ultrapassados.
No ano de 1985 uma grande representação dos mineiros galeses participa na Marcha do Orgulho Gay, em Londres, mostrando desta forma o seu apreço pelo apoio da comunidade gay sos grevistas e suas famílias. Também em 1985, o Partido Trabalhista aprovou, na sua conferência em Bournemouth, , devido ao apoio em bloco da União Nacional dos Mineiros, uma resolução comprometendo-se a apoiar a igualdade de direitos dos LGBTs.
Parabéns, Memórias e Imagens!
Com um dia de atraso, parabéns ao blogue Memórias e Imagens que fez oito anos. E também à Margarida Elias.
Pierre Bonnard - A sesta no jardim, 1914
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segunda-feira, 14 de maio de 2018
Maio 68 - 13
Tiens, 12 ans déjà
Qu'on est ensemble, presque mariés
Et le petit Pierre, le beau cadeau
Le temps va vite, voyage
Et Mai 68, c'est une chanson d'un autre âge
Tiens, 12 ans déjà
On était fou, on se foutait
Du monde entier, des gens mariés
D'la république trop tiède
Et Mai 68, pour moi c'est "Je t'aime"
Simplement un seul mot "Je t'aime"
Tiens, tu t'en souviens
La rue du Bac, une barricade
Et je t'emmène chez moi
Pendant qu'on s'aimait
Des gens criaient, couraient
Une jolie Rolls brûlait
A la radio cette musique-là passait
Tiens, 12 ans déjà
Qu'on est ensemble, presque mariés
Le petit Pierre est contestataire
Le temps va vite, voyage
Et Mai 68, c'est une chanson d'un autre âge
Tiens, 12 ans déjà
Pour fêter ça, je t'emmène dîner
C'est rue du Bac, un p'tit resto
"A la barricade", ballade
Et de ce temps-là pour toi et pour moi
Restera un seul mot "Je t'aime"
Lá fora - 335
Uma expo fantástica sobre arte persa . Tapeçarias, joalharia, mobiliário e outras artes decorativas no Louvre-Lens, com cenografia de Christian Lacroix.
Da vinheta
Os holofotes estarão virados esta semana para este futuro casal, uma expectativa ainda maior dada a surpresa e a novidade que representa num meio ainda bastante conservador.
Casam este Sábado, 19 de Maio, na Capela de São Jorge do Castelo de Windsor.
Um quadro por dia - 412
Quatro dias ( 8 a 11 de Maio ) durou a que já é considerada a " venda do século " : o leilão na Christie's de Nova Iorque da colecção de David e Peggy Rockefeller : 1500 objectos ( pintura, porcelana, mobiliário antigo ), tudo vendido, um total de 832,6 milhões de dólares a distribuir por 12 instituições. Algumas das obras-primas de pintura vão aqui aparecer, começando por esta :
Fillette à la corbeille fleurie, 154x66cm, de Pablo Picasso, que provém da colecção Gertrude Stein e foi comprado pelo casal em 1968.
Maio 68 - 12
Marcadores de livros - 1051
Verso e reverso de marcadores dos anos 80 do século passado. O livro de Ellis Peters foi publicado em 1988.
domingo, 13 de maio de 2018
Marcadores de livros - 1050
Tem uma medalha.
Com um agradecimento ao Jad que me ofereceu mais memorabilia do centenário. Colecionismo é colecionismo: coleciona-se tudo. Ou quase. :)
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