Christiane Legrand faleceu há três anos.
Prosimetron
sábado, 1 de novembro de 2014
A evitar
John F Francis, Natureza Morta, maçãs amarelas e castanhas que derramam uma cesta (1856)
A evitar assar castanhas no micro-ondas pois ficam secas e rijas.
Boa noite!
Getúlio Vargas
Estou com vontade de ver este filme. Veremos se será hoje.
O pouco que sei sobre Getúlio Vargas li-o numa biografia sobre Luís Carlos Prestes e noutra sobre Olga Benário, mulher deste. Deixou-me péssima impressão.
Há uns anos li Agosto de Rubem Fonseca, livro que retrata de forma romanceada o período representado (ao que me parece) neste filme: os últimos dias de Getúlio Vargas.
Gostei imenso deste livro, aliás sou grande fã de Ruben Fonseca. Li-o numa edição da Dom Quixote.
Teixeirinha escreveu esta canção alusiva ao suicídio de Getúlio, ocorrido a 24 de agosto de 1954.
Um peixe...
Antonio Gaudí - Detalhe de um mosaico da Casa Bellesguard, Barcelona.
Para o Luís, que hoje anda em festejos. :)
Cromos - 29
Rosas
A minha mesa está cheia de rosas,
Como o lindo canteiro dum jardim,
Onde só as roseiras mais formosas
Se adornassem de rosas para mim.
Brancas, vermelhas, cor-de-rosa, escuras,
De toda a procedência e qualidades,
Tenho entre elas, como entre as criaturas,
O meu amor e as minhas amizades.
E o meu Amor é uma perfeita dama,
Gentil e grave, perfumada e bela,
Vestida d’amarelo e que se chama…
Mas… silêncio! não digo o nome dela.
E fico a olhar as rosas, recordando
A grinalda de rosas, com que outrora
Eu li, já não sei onde nem sei quando
Que era representada sempre a aurora.
[…]
Fausto Guedes Teixeira
In: O meu
livro. Ed. definitiva. Porto: Marânus, 1941, 1.ª pt., p. 125
A nossa vinheta
Lowell Birge Harrison - Novembro, 1881
Rennes, Musée des Beaux-Arts
De Todos os Santos ao Advento, nem muita chuva nem muito vento.
De Todos os Santos ao Natal, bom é chover e melhor nevar.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Um graffiti
Após o registo de MR aqui fica um graffiti que liga bem com o dia das bruxas.
Um dia feliz!
Nesta cidade do Rio,
de dois milhões de habitantes,
estou sozinho no quarto,
estou sozinho na América.
Estarei mesmo sozinho?
Ainda há pouco um ruído
anunciou vida ao meu lado.
Certo não é vida humana,
mas é vida. E sinto a bruxa
presa na zona de luz.
De dois milhões de habitantes!
E nem precisava tanto…
Precisava de um amigo,
desses calados, distantes,
que lêem verso de Horácio
mas secretamente influem
na vida, no amor, na carne.
Estou só, não tenho amigo,
e a essa hora tardia
como procurar amigo?
E nem precisava tanto.
Precisava de mulher
que entrasse neste minuto,
recebesse este carinho,
salvasse do aniquilamento
um minuto e um carinho loucos
que tenho para oferecer.
Em dois milhões de habitantes,
quantas mulheres prováveis
interrogam-se no espelho
medindo o tempo perdido
até que venha a manhã
trazer leite, jornal e clama.
Porém a essa hora vazia
como descobrir mulher?
Esta cidade do Rio!
Tenho tanta palavra meiga,
conheço vozes de bichos,
sei os beijos mais violentos,
viajei, briguei, aprendi.
Estou cercado de olhos,
de mãos, afetos, procuras.
Mas se tento comunicar-me
o que há é apenas a noite
e uma espantosa solidão.
Companheiros, escutai-me!
Essa presença agitada
querendo romper a noite
não é simplesmente a bruxa.
É antes a confidência
exalando-se de um homem.
Carlos Drummond de Andrade
(cortesia do Google, http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/a-bruxa/)
Danuta - Entre cores e palavras
Uma bela exposição das ilustrações de Danuta Wojciechowska está patente no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro.
Lisboa: Horizonte, 2014
Alfragide: Caminho, 2013
Lisboa: APCC
Lisboa: Caminho, 2004
Lisboa: Caminho, 2008
Máscara de bruxa
Il. de Charles Kaiser para The Saturday Evening Post, 31 out. 1942
Isto da noite de Halloween é uma importação recentíssima.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Leituras no Metro - 186
Paris: Gallimard, 2006
Depois da Grande Guerra, vivem em Paris cerca de 250 artistas ingleses e americanos: escritores, poetas, jornalistas, pintores, editores ou diretores de revisas literárias vivem a boémia de Montparnasse.
E procuraram Paris porque recusam o puritanismo existente nos EUA e na Inglaterra pós-vitoriana. Além de que, na época, um dólar valia 50 francos, o que lhes permitia uma vida desafogada, apropriada à criação literária. Muitos encontram-se na Shakespeare and Company, livraria de Sylvia Beach (de que já aqui falei), em casa de Gertrude Stein, na rue Fleurus (também já objeto de um post) ou nos cafés.
Para além das já citadas, Fitzgerald, Hemingway, D. H. Lawrence, James Joyce, Ezra Pound, Henry Miller, Edith Wharton e outros menos conhecidos convivem (melhor ou pior) nos seus grupos literários.
Muito interessante este livro (que ainda não acabei), mas vai dar uns posts.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
O que é que se passou?
O que é que se passou com a flagship store da conhecida marca inglesa Barbour que em janeiro de 2012 abriu no Príncipe Real? Ontem ao passar na Rua da Escola Politécnica, ao final da tarde, reparei que o espaço estava praticamente vazio, com alguém lá dentro de volta dos últimos embrulhos que restavam ao fundo da loja.
Porque será que esta marca com um estilo country, marcadamente british não vingou naquela que é tida como uma das zonas cada vez mais jovens e trendy da capital?
Primeiro email há 45 anos
O primeiro “email” foi enviado há 45 anos, mas não chegou
completo ao destinatário porque o sistema se desligou. Hoje são enviados 100
milhões de “emails” por minuto.
Tudo começou em 29 de outubro de 1969, quando Leonard Kleinrock,
investigador da Universidade da Califórnia, enviou a mensagem “LO” para um
seu colega, Douglas Engelbart. Leonard queria escrever “LOGIN” mas o sistema
foi abaixo a meio.
Nos anos seguintes, este novo tipo de comunicação desenvolveu-se
e em 1971 criaram-se os primeiros programas para envio de “email” e também o
símbolo “arroba” (@). Até à década de 1980, a técnica foi-se aperfeiçoando.
Começou a ser possível, por exemplo, enviar uma mensagem para mais do que um
destinatário, ordenar e salvar mensagens, reencaminhar ou responder
automaticamente ou anexar ficheiros.
Desta vez é o Louvre
O Louvre apela, no site, ao contributo de todos, de modo a poder adquirir a mesa de Teschen por €1000000,00. Há já mais de 1200 contributos.
Toda a viagem...
Desenhos de Bárbara Assis Pacheco
Toda a viagem é a viagem à Índia, exigindo-nos que a refaçamos perpetuamente como para nos convencermos que a mais onírica das nossas peripécias de pequeno povo do Ocidente não foi puro sonho que também foi.
Almeida Faria, Murmúrio do Mundo. A Índia Revisitada. Lisboa: Tinta da China, 2012, p. 7.
Agradeço à Cláudia que me levou a viajar. :))
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Pulcinoelefante
E a propósito desta exposição, vejam-se dois pequenos vídeos: um sobre o editor e outro sobre o xilogravador.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
S. Carlos em 1842
«Que diferença enorme entre o S. Carlos de hoje [1909] e o S. Carlos de 1842, como o descreve no seu estilo sarcástico e pitoresco o príncipe Lichnowsky!
«Então, durante dois meses, revezavam-se no cartaz a Rainha de Gioconda e as Prisões de Edimburgo.
«A sala era iluminada a velas de cera. Em frente do camarote da rainha tronava o conde de Farrobo, príncipe da finança e mecenas dos artistas, que recusara as ofertas de Verdi e mandara vir Frondini para Lisboa.»
Carlos Malheiro Dias
In: Em redor de um grande
drama. Lisboa: Livrarias Aillaud & Bertrand; Rio de Janeiro: Livr.
Francisco Alves, ca 1913, p. 30
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«É ela, a verdadeira Madalena!»
Por trás da tela, um bilhete indica tratar-se de uma obra de Caravaggio destinada ao cardeal Borghese, o seu grande protector.
Uma das maiores autoridades mundiais na obra do pintor italiano, a historiadora de arte Mina Gregori, acredita ter resolvido um mistério: o quadro "perdido" pertence à colecção privada de uma família europeia que não quer sair do anonimato.
Mina Gregori não tem dúvidas quando está perante um verdadeiro Caravaggio. Aluna de um nome famoso na obra do pintor italiano, o historiador de arte Roberto Longhi (1890-1970), a investigadora de 91 anos diz ter aprendido com ele "a ler imagens" – e é por isso que está "100 por cento segura" de ter encontrado a verdadeira Maria Madalena em Êxtase (1606) que Caravaggio transportava consigo no barco onde fez a sua última viagem, em Julho de 1610, e cujo rasto se perdeu com a morte misteriosa do mestre da pintura barroca. "O rosado do corpo nas suas diferentes tonalidades, a intensidade do rosto, os pulsos fortes e as mãos de tons lívidos em admiráveis variações de cor e luz, com a sombra que obscurece metade dos dedos, são dos aspectos mais interessantes e mais intensos desta pintura. É um Caravaggio", garantiu ao La Repubblica, que esta sexta-feira anunciou ao mundo a histórica descoberta.
Gregori, que preside actualmente à Fondazione di Studi di Storia dell'Arte Roberto Longhi, em Florença, foi contactada no início deste ano por "uma família europeia" que acreditava poder estar na posse da verdadeira Maria Madalena em Êxtase, uma pintura de que são conhecidas pelo menos oito versões. Quando se viu na presença da tela de 103,5 por 91,5 centímetros que a família conserva em sua casa, deu o mistério por resolvido: "Finalmente, é ela." Considerada perdida – juntamente com um São João, a segunda das três telas que o pintor teria consigo quando morreu, à chegada a Porto Ercole, em circunstâncias até hoje por esclarecer –, a obra, que Caravaggio pretendia entregar ao seu grande protector, o cardeal Scipione Borghese, terá sido inicialmente ficado à guarda da marquesa Costanza Colonna na sua residência do bairro de Chiaia, em Nápoles. Caravaggio confiou-lhe a missão de fazer chegar as três pinturas ao cardeal Borghese, mas apenas uma chegou ao seu destino final: o São João que hoje pode ser visitado na Galleria Borghese, em Roma.
De acordo com a investigação conduzida pela especialista, o original de Maria Madalena em Êxtase terá permanecido em Nápoles pelo menos até 1612, ano em que foi copiada pelo pintor flamengo Louis Finson, que assinou e datou essa versão actualmente exposta no Musée des Beaux-Arts de Marselha. Depois, ainda antes da viragem do século, terá passado por Roma, tal como indicia um selo de lacre da alfândega da cidade que Mina Gregori encontrou aposto na tela; o percurso que o levou daí até às mãos desta família que o transmitiu de geração em geração ainda não foi cartografado.
Um Caravaggio em casa
Como sempre que o assunto é Caravaggio, é de esperar que a descoberta agora anunciada abra um apaixonado debate: as falsas atribuições de obras ao pintor têm sido frequentes e a reabertura, em 2010, da investigação em torno da sua morte provou que Caravaggio não é de todo um tema indiferente. Até ao momento, o Ministério da Cultura italiano, que reconhece como autêntica outra versão da pintura listada numa colecção privada, e vulgarmente conhecida como Madalena Klein, ainda não reagiu ao anúncio da descoberta de Mina Gregori.
Mesmo que o conteste, a historiadora diz que será difícil contrariar os indícios de que esta é a verdadeira Maria Madalena em Êxtase. Além das características técnicas e estéticas que lhe permitem confiar tratar-se de um verdadeiro Caravaggio ("Comecei por reparar naquelas mãos intrincadas, depois notei a novidade absoluta do tema: ninguém antes pintou uma Maria Madalena assim..."), Gregori encontrou na tela um pequeno bilhete com uma caligrafia atribuível ao pintor (ou pelo menos compatível com a maneira como se escrevia nos últimos anos da sua vida) indicando que a obra deveria ficar guardada no bairro de Chiaia, em Nápoles, até à sua definitiva entrega ao cardeal Borghese. É uma peça que encaixa perfeitamente na história até agora conhecida do desaparecimento do quadro – e sobretudo na carta, encontrada em 1994 nos Arquivos Secretos do Vaticano, que o bispo de Caserta enviou ao cardeal Borghese 11 dias depois da morte de Caravaggio, informando-o de que este teria consigo três obras que se lhe destinavam. O documento, sublinhou Mina Gregori ao La Repubblica, "confirma de modo definitivo a identificação e a atribuição do quadro" a Caravaggio".
Independentemente da polémica académica que possa seguir-se, a família que terá em seu poder uma das derradeiras grandes obras-primas do barroco italiano ainda não decidiu o que fazer com a sua Maria Madalena em Êxtase. "Actualmente, só nas colecções privadas podem ainda descobrir-se verdadeiras obras-primas. Não no mercado. Esta família, de momento, não quer publicidade. Teme os assaltos, obviamente", disse Gregori ao diário italiano. A historiadora acredita que os actuais proprietários não têm "intenção de vender" a pintura, mas também não sabe "se quererão expô-la": "Certamente desejarão conservá-la em casa, em vez de a esconder no cofre de um banco."
(Público, 26 out. 2014)
Auto-retrato(s) - 208
É de 2012 este Self-Portrait Pretending to Be a Stone Statue of Myself, do norte-americano Jimmie Durham.
Um quadro por dia
Muito mais conhecido como actor, Jean Marais ( 1913-1998 ) também foi pintor. Esta tela, L' Oiseleur, fez parte das colecções do Espace Jean-Marais em Vallauris, actualmente fechado, e foi vendida em Antibes no passado dia 27 de Setembro por 9800 euros.
Lá fora - 213
A retrospectiva dedicada pelo Museu de Artes Decorativas de Paris ao estilista belga Dries van Noten foi prolongada até 2 de Novembro.
Números - 63
28
As presidenciais eram a " cabeça de cartaz ", mas a verdade é que ontem também se votava para o Congresso Brasileiro e para os governadores dos Estados. Uma maratona eleitoral, portanto. E se o Congresso já tinha dificuldade em passar certa legislação, a nova composição com 28 partidos nele representados não facilitará tal tarefa nem a formação de necessárias maiorias ...
Menu - Programme
Programa de música e menu do casamento de Calouste Sarkis Gulbenkian.
Gulbenkian casou-se no Hotel Metropole, em Londres.
Hotel Metropole
Orhan Pamuk visitou a exposição Mais do que o Sr 5%
Fotografia do site da Fundação Calouste Gulbenkian.
domingo, 26 de outubro de 2014
Cavalo Branco
O único quadro que pude ver dos Tesouros Reais de Espanha, exposto na Gulbenkian.
Diego Vélazquez, Cavalo Branco, 1634-38.
Palácio Real de Madrid.
Cavalinho de papel
Era uma vez um cavalo
que andava no seu lindo carrossel.
Tinha as orelhas espetadas
e a cabeça era feita de papel.
A galope, trá lá lá, sem parar, trá lá lá.
Cavalinho de papel nunca sai do seu lugar. (bis)
Canção popular
Grande Guerra - 19
Cartaz de Dovanne.
Uma das jóias da coroa (por acaso de um país republicano) dos cartazes da Grande Guerra. E não só.
Leituras no Metro - 185
Não sabia muito sobre Josefina, de modo que nos últimos tempos li duas biografias sobre a mulher de Napoleão. As duas leem-se bem.
Lisboa: Bertrand, 2014
Marie-Joseph-Rose de Tascher de la Pagerie nasceu na Martinica a 23 de junho de 1763. Em criança era chamada Yeyette pela família e mais tarde Rose; Josefina foi o nome pelo qual Napoleão a tratava.
Habitation de La Pagerie, na aldeia Trois-Îlets, no sudoeste da Martinica, onde Josefina nasceu e viveu na infância; hoje a casa está transformada em museu.
Pouco educada, bonita e estouvada, Yeyette parte para Paris, aos dezasseis anos, para casar com Alexandre Beauharnais, filho de um antigo governador da Martinica.
Lisboa: Bertrand, 2001
Uma biografia escrita na primeira pessoa, em forma de diário. Falta o 3.º volume, que penso não ter sido (ainda?) traduzido.
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