Prosimetron

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sábado, 5 de maio de 2018

Maio 68 - 7


La branche a cru dompter ses feuilles
Mais l'arbre éclate de colère
Ce soir que montent les clameurs
Le vent a des souffles nouveaux
Au royaume de France

Le peintre est monté sur les pierres
On l'a jeté par la frontière
Je crois qu'il s'appelait Julio
Tout le monde peut pas s'appeler Pablo
Au royaume de France

Et le sang des gars de Nanterre
A fait l'amour avec la terre
Et fait fleurir les oripeaux
Le sang est couleur du drapeau
Au royaume de France

Et plus on viole la Sorbonne
Plus Sochaux ressemble à Charonne
Plus Beaujon ressemble à Dachau
Et moins nous courberons le dos
Au royaume de France

Perché sur une barricade
L'oiseau chantait sous les grenades
Son chant de folie était beau
Et fous les enfants de Rimbaud
Au royaume de France

La branche a cru dompter ses feuilles
Mais elle en portera le deuil
Et l'emportera au tombeau
L'automne fera pas de cadeau
Au royaume de France

Leituras no Metro - 974

Lisboa: Orfeu Negro, 2015

«Os meus primeiros duzentos filmes foram vistos em estado de clandestinidade, ou por fazer gazeta à escola, ou por entrar na sala sem pagar (pela saída de emergência ou pelas janelas da casa de banho), ou anda por aproveitar as saídas noturnas dos meus pais, com a necessidade de me encontrar na cama no seu regresso a casa. Era, pois, com fortes dores de barriga que eu pagava este grande prazer, com a barriga num nó, a cabeça amedrontada, invadido por um sentimento de culpabilidade que só podia aumentar a emoção provocada pelo espetáculo. […)
«Perguntaram-me muitas vezes em que momento da minha cinefilia desejei tornar-me realizador ou crítico e, na verdade, não faço ideia; sei apenas que queria aproximar-me cada vez mais do cinema.
«Uma primeira fase constituiu, pois, em ver muitos filmes; uma segunda, em anotar o nome do realizador à saída da sala, uma terceira, em rever muitas vezes os mesmos filmes e determinar as minhas escolhas em função do realizador. Mas, neste período da minha vida, o cinema agia como uma droga de tal maneira que o cineclube que fundei em 1947 recebeu o nome, pretensioso mas revelador, de Cercle Cinémane. […]
«Quando era crítico, pensava que um filme, para ser conseguido, devia expressar simultaneamente uma ideia do mundo e uma ideia do cinema; A Regra do Jogo ou O Mundo a Seus Pés correspondiam bem a essa definição. Hoje, quando vejo um filme, peço-lhe que expresse a alegria de fazer cinema, ora a angústia de fazer cinema, e desinteresso-me de tudo aquilo que estiver entre os dois, isto é, de todos os filmes que não vibram.» (p. 15-18)

Estou a gostar imenso deste livro que vai aqui regressar de certeza.

Marcadores de livros - 1043

Azulejos da Igreja da Misericórdia do Porto, da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade, século XIX. Foto de Nuno Perestrelo.

Boa noite!

Celebram-se hoje os 200 anos do nascimento de Karl Marx.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Maio 68 - 4


Même si le mois de mai
Ne vous a guère touché
Même s'il n'y a pas eu
De manif dans votre rue
Même si votre voiture
N'a pas été incendiée
Même si vous vous en foutez
Chacun de vous est concerné

Même si vous avez feint
De croire qu'il ne se passait rien
Quand dans le pays entier
Les usines s'arrêtaient
Même si vous n'avez rien fait
Pour aider ceux qui luttaient
Même si vous vous en foutez
Chacun de vous est concerné

Même si vous avez fermé
Votre porte à notre nez
Une nuit que nous avions
Les CRS aux talons
Si vous nous avez laissé
Matraqués sur le palier
Même si vous vous en foutez
Chacun de vous est concerné

Même si dans votre ville
Tout est bien resté tranquille
Sans pavés sans barricades
Sans blessés et sans grenades
Même si vous avez gobé
Ce que disait la télé
Même si vous vous en foutez
Chacun de vous est concerné

Même si vous croyez maintenant
Que tout est bien comme avant
Parce que vous avez voté
L'ordre et la sécurité
Même si vous ne voulez pas
Que bientôt on remette ça
Même si vous vous en foutez
Chacun de vous est concerné

Marcadores de livros - 1040


Leituras no Metro - 973

Trad. Aníbal Fernandes.
Lisboa: Sistema Solar, 2012

«Élie Faure [...] um médico, mas sobretudo escritor que em jornais, revistas e livros pensava a arte, toda a arte, como "o grande mistério da transposição lírica", e os homens como "construtores" obscuros com um esforço colectivo ignorado, responsável pelo aparecimento dos espíritos superiores no mundo. […] O texto Paul Cézanne é de 1914 e está entre os que dedicou a notáveis "construtores do mundo", ou seja, a autores de "um trabalho de organização esboçado numa sociedade destruída". São a esta luz significativas as considerações que a sua História propõe sobre o pintor: "Mesmo quando tenta compor, como nessas extraordinárias reuniões de personagens nuas onde fez o esforço, visivelmente obcecado pela memória de Poussin, de construir com inabilidade uma longa melodia sensual no meio do grande coro das árvores, do vasto céu, das águas correntes, mostra-se mesmo então livre de toda a espécie de intenção psicológica ou literária. E o seu clacíssismo, essa necessidade de ordem e medida que desde a infância o perseguia, mesmo então se engana sobre o seu verdadeiro sentido. Ele provinciano, ele católico, está de acordo com o ritmo secreto do seu século, é impelido em direção ao organismo desconhecido, que hesita, por forças profundas das quais não tem mais consciência do que os pedreiros das últimas igrejas romanas perante uma nave que ia de repente saltar, aligeirar-se, alongar-se, planar como uma asa com a geração que ascendia". [...]
«Joachim Gasquet [...] deixou na literatura francesa uma imagem quase esquecida de poeta lírico, tendo chegado a dizer-se que a mais forte desde Victor Hugo. […]
Só era um dia mais velho do que Élie Faure, mas os seus pulmões – roídos pelo gás clorídrico dos ataques químicos da Primeira Guerra Mundial – reduziram-lhe a vida a quarenta e oito anos, os últimos passados numa luta sem êxito pela sobrevivência. […]
Embora Cézanne fosse amigo de infância do seu pai, Joachim só o conheceu em Abril de 1896 (o ano do retrato onde hoje o vemos, exposto na Galeria de Arte Moderna de Praga e com um aspecto difícil de associar aos vinte e três anos de idade que nessa altura ele tinha). Entre os dois houve um convívio intenso, os quatro anos de encontros e cartas que veremos refletidos em O Que Ele Me Disse…, aos quais outros se sucederam de relativo afastamento até ao desacordo político que em 1904 definitivamente os separou.»
Da introdução de Aníbal Fernandes.

Acabei há poucos dias este livro, cuja leitura me deu um grande prazer.

«A natureza é mais em profundidade do que à superfície».
Cézanne

terça-feira, 1 de maio de 2018

Maio 68 - 3


Mai mai mai Paris mai
Mai mai mai Paris

Le casque des pavés ne bouge plus d'un cil
La Seine de nouveau ruisselle d'eau bénite
Le vent a dispersé les cendres de Bendit
Et chacun est rentré chez son automobile.
J'ai retrouvé mon pas sur le glabre bitume
Mon pas d'oiseau forcat enchainé à sa plume
Et piochant l'évasion d'un rossignol titan
Capable d'assurer le Sacre du Printemps.
Ces temps ci, je l'avoue, j'ai la gorge un peu âcre
Le Sacre du Printemps sonne comme un massacre
Mais chaque jour qui vient embellira mon cri
Il se peut que je couve un Igor Stravinski

Mai mai mai Paris mai
Mai mai mai Paris

Et je te prends Paris dans mes bras pleins de zèle
Sur ma poitrine je presse tes pierreries
Je dépose l'aurore sur tes Tuileries
Comme rose sur le lit d'une demoiselle.
Je survole à midi tes six millions de types
Ta vie à ras le bol me file au ras des tripes
J'avale tes quartiers aux couleurs de pigeon,
Intelligence blanche et grise religion
Je repère en passant Hugo dans la Sorbonne
Et l'odeur d'eau de vie de la vieille bonbonne
Aux lisières du soir, mi manne, mi mendiant,
Je plonge vers un pont où penche un étudiant

Mai mai mai Paris mai
Mai mai mai Paris

Le jeune homme harassé déchirait ses cheveux
Le jeune homme hérissé arrachait sa chemise :
Camarade, ma peau est elle encore de mise
Et dedans mon cœur seul ne fait il pas vieux jeu ?
Avec ma belle amie quand nous dansons ensemble
Est ce nous qui dansons ou la terre qui tremble ?
Je ne veux plus cracher dans la gueule à papa
Je voudrais savoir si l'homme a raison ou pas
Si je dois endosser cette guérite étroite
Avec sa manche gauche, avec sa manche droite,
Ses pâles oraisons, ses hymnes cramoisis,
Sa passion du futur, sa chronique amnésie

Mai mai mai Paris mai
Mai mai mai Paris

C'est ainsi que parlait sans un mot ce jeune homme
Entre le fleuve ancien et le fleuve nouveau
Où les hommes noyés nagent dans leurs autos.
C'est ainsi, sans un mot, que parlait ce jeune homme.
Et moi, l'oiseau forcat, casseur d'amère croûte
Vers mon ciel du dedans j'ai replongé ma route,
Le long tunnel grondant sur le dos de ses murs,
Aspiré tout au bout par un goulot d'azur
Là bas brillent la paix, la rencontre des pôles
Et l'épée du printemps qui sacre notre épaule
Gazouillez les pinsons à soulever le jour
Et nous autres grincons, ponts-levis de l'amour

Mai mai mai Paris mai
Mai mai mai Paris

Feliz 1.º de Maio!




Pacotes de açúcar - 171

Em muitas praias, a época balnear tem hoje início.

Há mar e mar, há ir e voltar.
Alexandre O'Neill

Gare de Saint Lazare

Monet- Exterior da Gare de Saint Lazare, 1877

Este quadro pertencia a Peggy e David Rockfeller e vai ser leiloado pela Christie's este mês, com uma base de $40 000 000,00.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Boa noite!



Marcadores de livros - 1039

Verso e reverso de cinco marcadores-cartões da edição espanhola do livro de Ella Woodward, aqui a capa da tradução portuguesa:
As edições portuguesas dos livros de Ella Woodward não tem marcadores. :(

Obrigada, Justa!

domingo, 29 de abril de 2018

Maio 68 - 2

Sous le pavés, la plage é um slogan do Maio de 68 que apareceu grafitado nas ruas de Paris.

Em 1993, a FNAC Music tinha publicado este CD.



No Teatro São Carlos


O Teatro São Carlos celebra a história da ópera em Portugal com três dias de atividades de entrada livre Nos dias 4, 5 e 6 de maio, o Teatro Nacional de São Carlos promove recitais, visitas guiadas, palestras, workshops, exposições e ações de partilha de memórias com o objetivo de divulgar o património associado à ópera em Portugal. 

http://mkt.saocarlos.pt/vl/c2479d42e6db951b284ff8840cb141da7101c0fd9eoMePFcpec0ve3f28967a92

Marcadores de livros - 1038

Quatro marcadores (verso e reverso) que uma amiga me trouxe de Riga.