A Leitura Furiosa é
um acontecimento anual que dura três dias. Um momento de encontro de
pessoas «zangadas com a leitura» com escritores. O momento único que
permite a um não-leitor aproximar-se, com um escritor, da escrita. Cada um faz
ouvir a sua voz e segue um outro caminho. E isto acontece ao mesmo tempo
em Lisboa (na Casa da Achada), no Porto (em Serralves), em Beja (na Biblioteca
Municipal) e em Amiens (França).
Vários pequenos grupos de gente
zangada com a leitura convivem durante um dia com um escritor, como entenderem
fazê-lo. À noite, o escritor escreve um pequeno texto que oferecerá ao grupo
quando, no dia seguinte, voltar a encontrar-se com ele. Passarão todos por uma
livraria, por uma biblioteca. Os textos são ilustrados, paginados e os que vêm
de França traduzidos. No domingo, terceiro dia do encontro, são tornados
públicos numa sessão de leitura feita por actores e não-actores, alguns deles
musicados e cantados, e publicados numa brochura.
Neste ano, juntámos um grupo do
Recolhimento da Encarnação com a escritora Filomena
Marona Beja, do Recolhimento de São Cristóvão com
Jacinto Lucas Pires, do Centro Social Polivalente de
São Cristóvão São Lourenço com Jaime Rocha, da
Escola n.º 10 do Castelo com José Mário Silva,
do Centro Social da Sé com Margarida Vale de
Gato, da Escola Secundária Gil Vicente com
Miguel Castro Caldas, do Centro de Apoio Social dos
Anjos com Nuno Milagre, do Centro de
Acolhimento para Refugiados do CPR com Rosa Alice
Branco.
Os textos serão ilustrados
por Bárbara Assis Pacheco, José Smith
Vargas, Nadine Rodrigues, Nuno
Saraiva, Pierre Pratt e Zé
d’Almeida.
Na sessão pública, no
domingo, 13 de Maio, na Casa da Achada, os textos serão lidos pelos
actores e cantores Antonino Solmer, Diana
Dionísio, Diogo Dória, F. Pedro
Oliveira, Inês Nogueira, Joana
Craveiro, Pedro Rodrigues e Suzana
Borges.
Quem imaginou, há quase 20 anos, a
Leitura Furiosa foi a
associação Cardan, duma cidade do norte da
França, Amiens, que trabalha para tornar o saber acessível àqueles que dele são
excluídos, para quem o saber e a cultura devem nascer de uma ligação com o
conjunto da sociedade, para quem a cultura pode e deve ser analisada por aqueles
que não a praticam.
Sou fã desta Leitura Furiosa.