Prosimetron

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sábado, 15 de novembro de 2008

Grandes Senhoras - 18 : Brigitte Bardot

Infinitamente mais conhecida como actriz e símbolo sexual dos anos 60, BB também cantou e de vez em quando gosto de a ouvir. Acho imensa graça à Harley Davidson, La Madrague e outras. Aqui para esta antologia escolhi este Je me donne a qui me plait, que foi um grande sucesso quando lançado como single em 1962, e depois incluído no álbum BB do ano seguinte.
Convenhamos que era uma canção bastante ousada para a época. Quanto à BB, apesar de alguns desvarios dos últimos anos ( foi próxima do lepenismo ) , a verdade é que foi uma pioneira na luta pelos direitos dos animais e prefiro lembrá-la também por esta causa.

Reviver o passado em Brideshead


O filme, dezassete anos depois da série da televisão britânica que também em Portugal foi vista e aplaudida como uma das melhores. Rever uma nova adaptação do romance de Evelin Vaugh, agora condensada num filme, parece quase uma blasfémia. Aceitar substitutos de Jeremy Irons e de Anthony Andrews, como Charles Ryder e Sebastian, ou Claire Bloom, Lawrence Olivier e Diana Quick, como lady e lord Marchmain e Julia Flyte, parece ser difícil. Mas a verdade é que o filme é bom, mesmo se a crítica nacional torce o nariz. A série e o filme são realidades diferentes, é evidente. E isso deve ser tido em conta.
Matthew Good, é um execelente Charles Ryder, Ben Wishaw, compõe um Sebastian Flyte, mais acentuadamente efeminado - a perspectiva do filme é mais focada na homossexualidade da personagem do que na série -, Emma Tompson é uma excelente lady Marchmain. Julia, aqui interpretada por Haylei Hatwell é, do meu ponto de vista, menos conseguida. E Micahel Ganbon, lord Marchmain, uma figura mais histriónica, mas bem interpretada.

A realização de Julian Jarrold é boa. E a imagem execelente, mais luminosa.
Um filme que vale a pena ver, mesmo pelos cépticos.

Novembro com G. B. Pergolesi

O reconhecimento universal de Giovanni Battista Pergolesi está indissociavelmente ligado à composição do Stabat Mater de 1736. Pergolesi concluiu a obra no convento franciscano de Pozzuoli (Nápoles) onde viveu os últimos meses da sua vida (morreu aos 26 anos, provavelmente de tuberculose). O texto, existente desde o século XIII, reflecte, de forma extremamente emotiva, a paixão de Cristo na perspectiva de Nossa Senhora. De grande popularidade na região de Nápoles, em particular na versão de Alessandro Scarlatti, o Stabat Mater constituía repertório obrigatório durante a Quaresma.

O Stabat Mater de Pergolesi rapidamente se tornou conhecido do público do século XVIII, chegando mesmo a ser a composição mais publicada da época. Outros compositores, entre eles, Bach, recorreram nas suas obras a Pergolesi.



Pergolesi rompeu com a tradição da música sacra erudita: a estrutura é leve em todo o seu percurso; uma adaptação textual “magra”, quase elegante, integra-se numa melodia bem acentuada. Através de meios simples, Pergolesi conseguiu assim alcançar a mesma intensidade e profundidade que um Stabat Mater requere. Contrastando com a prática corrente de interpretar a paixão de Jesus através de abordagens musicais mais lentas e “sisudas”, Pergolesi revolucionou a música sacra de forma geral, o que, naturalmente, provocou algum desconforto junto dos eruditos contemporâneos. Segundo o compositor Padre Martini, a obra de Pergolesi apresentaria o mesmo vocabulário musical que a ópera La serva padrona, pondo em causa a seriedade do texto religioso.




Felizmente, foram poucos os ouvintes do século XVIII que seguiram a opinião de Martini. Rousseau considerou o primeiro andamento “o dueto mais completo e mais comovente jamais composto.” A provar tais palavras filosóficas, resta como sugestão o andamento (Fac ut ardeat cor meum), na interpretação excelente de Barbara Bonney e Andreas Scholl, acompanhados dos Talens Lyriques sob a direcção de Christophe Rousset.




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Beijos do cinema -- 6: Breakfast at Tiffany's

Cat, Audrey Hepburn e George Peppard -- com um obrigado a Truman Capote.

As nove rodagens mais azaradas do cinema - 5

"Moby Dick" (John Huston, 1956). Inspirado no clássico de Herman Melville, que conta a inquietação de um homem (o capital Ahab) que procura acertar contas com o mundo matando a baleia que lhe arrancou uma perna, o filme não se adivinhava tarefa fácil. A obra literária era demasiado densa, pesada e Orson Welles que já havia tido esse projecto em mente bebia uma garrafa de conhaque antes de rodar o seu discurso no papel do sacerdote. A adaptação do filme esteve a cargo do escritor Ray Bradbury, que se mudou para casa de Huston, na Irlanda, a fim de se concentrar melhor nas 1.500 páginas do livro. Leu-as nove vezes e entrou em crise. Mas a obsessão do realizador conseguiu levar o árduo desafio por diante; John Huston que não descurava nem o mais ínfimo pormenor transfigurou-se de tal forma a parecer-se com o capitão Ahab...
No set, situado em Las Palmas, os geradores da baleia de cola adesiva e dos temporais faziam tanto barulho que comprometiam a qualidade do áudio. E para complicar ainda mais as rodagens, nos 70 dias em que a equipa permaneceu na Grã-Canária não parou de chover. Gregory Peck viu-se em maus lençóis com a baleia de cola adesiva que quase matou os actores com os seus movimentos bruscos. Os takes sucediam-se a um ritmo frenético e, no final , na sala de montagem, reduziram-se os 120.000 metros de fita gravada para apenas 3.500.

A rapper mais velha do mundo

Chama-se Greta Segerson, tem 93 anos, é natural de Gotemburgo e atingiu a fama no YouTube com a adaptação de uma canção "marinheira" ao estilo rap. O vídeo esse em apenas duas semanas alcançou 30.000 visitas.

Os meus franceses - 17

Boris Vian - «Le déserteur»

Elegâncias - 5


Vi estes sapatos numa loja perto da Praça de Espanha, em Roma. Um assombro! Talvez ainda lá estejam no próximo Verão. Ou semelhantes!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Livros no Museu do Oriente

Começa hoje a Festa do Livro do Museu do Oriente, e prolongar-se-á até 30 de Novembro. Dias úteis- das 10 às 18h, Sexta- das 10 às 22h. Encerra às terças.
Uma boa oportunidade para adquirir a bons preços as publicações da Fundação Oriente.

Morreu João Martins Pereira

João Martins Pereira, pensador da esquerda portuguesa e autor de várias obras sobre a indústria e o capitalismo em Portugal, faleceu ontem, vítima de cancro. Engenheiro de formação, nascido em 1932, João Martins Pereira foi secretário de Estado da Indústria do 4.º Governo Provisório, no Governo de Vasco Gonçalves. Ensaísta e autor de vários livros na área da economia industrial e da história da indústria e do capitalismo em Portugal, João Martins Pereira foi autor de obras como À esquerda do possível (1993), com João Paulo Cotrim e Francisco Louçã, O socialismo, a transição e o caso português, Indústria, ideologia e quotidiano e Para a História da indústria em Portugal (2005).
(Público online, 14 Nov. 2008)

Foi ainda autor de Pensar Portugal hoje (1971), Portugal 75: dependência externa e vias de desenvolvimento (1976), Sistemas económicos e consciência social (1980), e director da Gazeta da Semana (1976) e da Gazeta do Mês (1980).

Leilão polémico


Quatrocentos mil euros, mais coisa menos coisa, era o valor que se esperava obter com o leilão de peças que foram pertença de Fernando Pessoa e que ontem decorreu no CCB. No final, as expectativas ficaram muito aquém do previsto para não falar da polémica que se instalou durante a sessão. O director municipal da Cultura da Câmara de Lisboa, Rui Pereira, interrompeu o leilão apresentando uma providência cautelar relativamente a 25 lotes pertencentes à biblioteca do poeta que entre 1986 e 1989 teriam sido adquiridos pelo Município à sua família pelo valor de 32 mil contos. Mas como o documento carecia de carimbo da edilidade, a leiloeira (P4 Photography) considerou-o nulo, pelo que prosseguiu com a sessão(a providência cautelar terá sido apresentada num tribunal de Comarca de Lisboa). O lote 18 dizia respeito ao arremate do contrato de arrendamento do primeiro piso alugado ao poeta na Rua Coelho da Rocha, cujo valor estimava-se que pudesse atingir os 5 mil euros. Foi arrematado por um particular pelo valor de três mil, levando um representante da Câmara a exercer de imediato direito de opção. Assim, este lote deverá passar a constar do espólio do equipamento cultural municipal Casa Fernando Pessoa. Quanto ao dossier Pessoa-Crowey, a leiloeira esperava atingir 100 mil euros, mas foi arrematado pelo preço base de licitação de 50 mil. Desconhece-se o comprador. Vários lotes foram retirados por não haver licitação e outros foram arrematados pelo seu preço-base.
Será que esta é a história de uma novela que promete episódios ainda mais quentes?

Curiosidade do dia


Para os serviços secretos americanos o 44º presidente dos EUA não se chama Barack Obama mas sim "Renegado". A primeira dama não é Michelle, é a "Renascença". E as filhas do casal (Malia e Sasha) são o "Botão de Rosa" e "Esplendor", respectivamente. O vice-presidente eleito é o "Celta". Estes são os nomes-código atribuidos pelos serviços secretos norte-americanos e que servem apenas como ferramenta de comunicação entre os agentes quando necessário.
Já agora fiquem a saber quais os nomes que identificam os Bush uma vez que eles continuarão a beneficiar da protecção dos serviços secretos. São eles: "Pioneiro" e "Tempo". O derrotado candidato republicano John McCain era conhecido como "Phoenix" e a sua mulher por "Sombrinha". A Sarah Palin foi dado o nome de um parque nacional que existe no Alaska: Denali.

Um desafio para todos

O que anda a ler ? - Digam os autores e os leitores do blogue o que andam a ler. Seja leitura por razões profissionais ou só pelo prazer dela, revelem as vossas leituras actuais.

Grandes Senhoras - 17 : Shirley Bassey

Mais uma grande senhora que dispensa apresentações. Shirley Bassey , cuja popularidade é desde logo atestada pelo youtube-páginas e páginas de sugestões, além de ter tido uma carreira imensamente bem sucedida, foi e é uma mulher de causas, e foi também esse lado filantrópico que levou Isabel II a distingui-la há já vários anos. Dame Shirley Bassey é uma das minhas grandes vozes de língua inglesa, sendo difícil escolher um tema. Apesar da dificuldade da escolha, aqui fica este numa interpretação já vintage.

Ainda a 14 de Novembro- O Príncipe de Gales


Charles Windsor, que todos conhecemos como Príncipe Carlos, faz hoje 60 anos. Arrisco-me a dizer que é o herdeiro mais conhecido de todos. E um dos que mais há tempo espera...
Aquele que foi olhado muito tempo como um excêntrico, distante e isolado do mundo real, ganhou nova vida e popularidade quando casou com Diana Spencer, embora o resultado final tenha sido o que conhecemos- escândalo e divórcio.
Com a morte de Diana, há já dez anos, a popularidade do príncipe diminuiu a níveis nunca vistos- a seguir ao funeral de Diana, metade dos britânicos queria que a coroa passasse directamente para William, filho mais velho de Carlos e Diana, e noutra sondagem mais tarde 88% eram contra o casamento de Carlos com Camilla, e 55% achavam que se eles casassem, ele deveria renunciar ao trono.
Como se costuma dizer, as sondagens valem o que valem, especialmente sob pressão emocional.
A verdade é que precisamente três anos depois do funeral da avó de Carlos, a Rainha-Mãe Elizabeth, Carlos e Camilla casaram. E, ao que tudo indica, parecem ser felizes.
Hoje em dia, a imagem que se tem de Carlos, especialmente os seus futuros súbditos, mudou bastante. Tanto no plano pessoal, como no "profissional", para o que contribui o seu intenso trabalho como patrono ou presidente de 400 organizações, bem como a sua própria The Prince's Charities, grupo que aglomera as 16 instituições caritativas de que é presidente ( tendo fundado pessoalmente 14 delas ) , e que é a maior organização do género na Grã-Bretanha angariando anualmente cerca de 100 milhões de libras. É obra.
Lembro-me perfeitamente quando Carlos era ridicularizado a propósito das suas preocupações ambientais, designadamente com a camada de ozono , ou com os aerossóis ( lembram-se quando Diana se queixou que estava proibida de usar lacas à base deles? ), ou ainda com as alterações climáticas. Hoje, são preocupações que estão na ordem do dia.
Não foi só pelo meu interesse pela heráldica que coloquei a ilustrar este post as armas do Príncipe Carlos, mas também pelo motto em alemão que nelas está inscrito- Ich dien .
Eu sirvo, do verbo servir. O príncipe como o primeiro servidor .


Blogues Culturais

Hoje e amanhã, na Universidade Católica de Lisboa, realiza-se o Encontro de Blogues Culturais.

PENSAMENTO DO DIA

O valor de um homem reside no que dá e não no que é capaz de receber.

- Albert Einstein

Beijos do cinema -- 5: Gone With the Wind

Vivien Leigh (que teria feito 95 anos no passado dia 5) e Clark Gable, na produção de David O. Selznick.


El Amor Brujo - Dança ritual do fogo



Manuel de Falla y Matheu nasceu em Cádis, na Andaluzia, em 23 de Novembro de 1876 e morreu em Alta Gracia, Argentina, em 14 de Novembro de 1946.

Filho dum comerciante e duma pianista, recebeu as primeiras aulas de sua mãe, María Jesús Matheu.

A partir dos fins da década de 1890, estudou piano em Madrid com José Trago e composição com Felipe Pedrell. Em 1899, por votação unânime, foi-lhe conferido o primeiro prémio na competição de piano do seu conservatório

Foi por influência de Pedrell que de Falla se interessou pela música popular espanhola, particularmente no flamenco andaluz (em especial o
cante jonde), que se mostraria marcante em muitas das suas composições. Dentre as obras iniciais há algumas zarzuelas, mas a primeira grande composição foi a ópera em um acto La Vida Breve, escrita em 1905, embora revista antes da estreia em 1913.

Falla tentou em vão impedir o assassinato de seu amigo Federico García Lorca em 1936
. Após a vitória de Franco na Guerra Civil Espanhola, Falla emigrou para a Argentina, onde viria a morrer. Em 1947, os seus restos mortais foram levados para a Espanha e depositados na catedral de Cádis.

Fonte: Wikipédia

14 de Novembro - 1

Júlio Dinis, pseudónimo literário de um médico portuense, nasceu em 14 de Novembro de 1839. É autor de, entre outros livros, As pupilas do senhor reitor (1867), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma família inglesa (1868) e Os fidalgos da Casa Mourisca (1871), obras fundamentais para conhecermos o século XIX português.


Cartaz do filme As Pupilas do Senhor Reitor (1935), de Leitão de Barros


Capa da 1.ª ed. (http://purl.pt/6471/)


Capa da edição que li.


Capa de Carlos Alberto Santos de uma colecção de cromos, ca 1973.

14 de Novembro - 2

Claude Monet nasceu, em Paris,
em 14 de Novembro de 1840.


Mulheres no jardim
Óleo sobre tela, 1866-1867
Paris, Musée d'Orsay

14 de Novembro - 3

Amadeu de Sousa Cardoso nasceu, em Manhufe (Amarante),
em 14 de Novembro de 1887.


Entrada
Óleo sobre tela com colagem, 1917
Lisboa, CAM, Fund. Calouste Gulbenkian

14 de Novembro - 4

Astrid Lindgren, escritora sueca de livros para crianças, nasceu em 14 de Novembro de 1907. A sua personagem mais famosa é a Pippi das Meias Altas. As suas obras encontram-se traduzidas em 85 idiomas em mais de 100 países.


Lisboa: Dom Quixote, 1973

O Surrealismo na colecção

da Fundação Cupertino de Miranda IV
Vila Nova de Famalicão


de 15 Nov. 2008 a 13 Fev. 2009
2.ª a 6.ª feira - 10h00-12h30; 14h00-18h00
sábados: 14h00-18h00
encerra domingos e feriados
www.fcm.org.pt

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As nove rodagens mais azaradas do cinema - 4


Actores, argumentista e realizador tão rebeldes quanto os animais do filme; um guião que não parava de sofrer alterações; vidas pessoais destroçadas; ódios de estimação; um divórcio à mistura, álcool e comprimidos. Seria difícil imaginar mais desgraças na rodagem de "Os Malditos", desculpem, de "Os Inadaptados", de John Huston (1961). Artur Miller assinou o argumento e as filmagens deveriam começar na Primavera mas os atrasos só permitiram o arranque do projecto sob o sol abrasador do Verão do Nevada. Clark Gable que não suportava o seu colega Montgomery Clift, ameaçando deixá-lo sem deixas, não passava no teste físico. Isto porque depois de ter alta do hospital após duas semanas sem beber nem fumar, decide celebrar com um charuto. Entretanto, Marylin e Miller encontravam-se em processo de divórcio com ela a não suportar as pressões do marido. Destroçada, atirava-se a um punhado de soporíferos e dormia enquanto a maquilhavam. Mas o realizador que também não ficava atrás neste turbilhão de desequilíbrios nomeou a actriz como orientadora do projecto enquanto ele, bebedor e fumador compulsivo, passava noites sem dormir no casino do Hotel Mapes perdendo até 20.000 dólares. Para tapar estes disparates, Marylin distraiu a imprensa durante algumas semanas. A rodagem chegou ao fim mas dias depois Gable morre de trombose coronária com a mulher a culpar as cenas de acção e a Marylin pelo seu maltrato psicológico. Também foi o último filme da actriz (foi encontrada morta no Verão de 1962)e quatro anos depois foi a vez de Clift.

"Sem arte tornamo-nos bárbaros"


Barbara Hendricks, que no próximo dia 20 fará 6o anos, deu uma entrevista à jornalista Simone Duarte, da revista Sábado, onde à pergunta " Fala de Mozart sempre com paixão. O que significa para si a música dele?", responde: " É a ligação directa com o divino, tudo o que Mozart passou para o papel possui esta essência de humanidade, que para mim é a verdadeira arte. E, sem arte, a vida humana não seria possível, assim como sem água ou sem comida. Sem arte tornamo-nos bárbaros. É só ver o efeito quando se tira o ensino da música e da literatura das escolas: as crianças ficam mais violentas...".






Barbara com Placido Domingo e Dimitri Hvorostovky, num concerto em 1999, na ária La ci darem la mano, da ópera Don Giovani, de Mozart

Barbara Hendricks nasceu em 20 de Novembro de 1948 em Stephens, Arkansas, EUA e licenciou-se em Matemática e Física aos 20 anos na Universidade do Nebraska, indo depois para a Juiliard School of Music de Nova Iorque onde se formou em Música.
Versátil, canta tanto ópera e liede, como blues ou Jazz. Uma das sopranos mais aplaudidas de sempre que também se dedica a causas humanitárias e ao empenhamento político, que a fez apoiar Kennedy na sua juventude e, agora, Barack Obama.

12 erros que mudaram Portugal


Sabiam que D. Afonso Henriques não bateu na mãe mas sim no amante dela? Alguma vez imaginaram que o Papa João XXI, que era português, se enganou no número que escolheu para colocar à frente do seu nome? Ou que, foi um rei o maior criador de ratos da Europa? Estes são alguns factos curiosos revelados em 12 erros que mudaram Portugal, o livro que passou a pente fino a História de Portugal, "à procura das grandes mentiras, dos idiotas que governaram o País e das trapalhadas que estão na génese daquilo que hoje conhecemos como bravo povo lusitano". O livro resultou da pesquisa nas mais conceituadas fontes históricas, analisando cada um dos episódios de forma simples mas eficaz, mostrando o que de errado se passou em 800 anos de Portugal.

12 erros que mudaram Portugal
João Vasco Almeida, Rui F. Baptista
192 Páginas
Colecção Edição Especial (Guerra e Paz)
19,50 euros
Nas livrarias a partir de 20 de Novembro

Christopher Wool em Serralves


Ao longo de 25 anos, o trabalho de Christopher Wool consistiu num contínuo diversificar de marcas pictóricas numa superfície branca. Recorreu a diferentes elementos de pintura, como padrões regulares, textos produzidos através de estêncil e largas faixas de tinta, que opôs a desenhos feitos com spray. Desta forma, Wool criou uma obra de grande beleza, constantemente renovada e que o tornou num dos principais pintores do nosso tempo. A exposição vai estar patente entre 21 deste mês e 15 de Março de 2009, numa co-produção Fundação de Serralves/Museum Ludwig (Colónia).

FADOS, dia 13 de Novembro no Museu do Fado


FADOS, dia 13 de Novembro no Museu do Fado



Grandes Senhoras - 16 : Eartha Kitt

Esta grande senhora está bem viva, e com uma vitalidade surpreendente para a idade. Eartha Kitt ( n. em 1927 ) , foi actriz de teatro e de cinema, embora seja mais conhecida pela já longa carreira musical ( gravou canções de Cole Porter nos anos 50... ) , que compreende várias fases, tendo tido até alguns sucessos na era do disco sound. Uma verdadeira sobrevivente. Foi uma das rainhas do circuito dos cabarets, tanto nos Estados Unidos como na Europa, especialmente em França onde viveu vários anos. Ainda hoje, é possível assistir a actuações esporádicas dela nos cabarets mais selectos de Manhattan.Aqui fica um grande sucesso dela dos anos 80.

A princesa inca partiu

Acontece muitas vezes que as mortes de celebridades só são anunciadas alguns dias depois de terem acontecido. Foi o que ocorreu com Yma Sumac. Quando dela falei aqui no blogue, no passado dia 3, desconhecia que esta grande senhora tinha falecido no dia 1 de Novembro, o que só foi divulgado alguns dias depois e de que só agora tive conhecimento. Sincronicidade ? Talvez, até porque nela sou crente. De qualquer modo, aqui fica esta última homenagem à diva sul-americana, com o seu regresso ao Perú.

A última vez

O mais famoso paquete do mundo, o Queen Elizabeth 2 , aporta hoje em Lisboa, a caminho do Dubai, na sua última viagem. É o fim de um icónico navio.

No Mercado da Ribeira

-Mercado da Ribeira, foto de Adelaide Teles

Começa hoje e com duração até 30 de Novembro, mais uma Feira do Livro no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Como habitualmente, livros a preços convidativos, das 10 às 19h, todos os dias.
No mesmo período, estará patente uma exposição de Presépios de Natal do Mundo, executados em vários materiais e com várias dimensões, por artesãos nacionais e estrangeiros.
É uma boa sugestão para um passeio de fim de semana.

Beijos do cinema -- 4: May Irwin Kiss

1896 - o primeiro beijo do Cinema, por Edison. Os actores são John C. Rice e May Irwin.


Os meus franceses - 16

Yann Tiersen - «La valse d'Amélie»

Um dos temas do filme Le fabuleux destin d'Amélie Poulain (2001), de Jean-Pierre Jeunet, filme cuja acção decorre maioritariamente no bairro parisiense de Montmartre.
http://www.yanntiersen.com/

Pissarro

Camille Pissarro morreu em Paris
a 13 de Novembro de 1903.


Boulevard Montmartre numa manhã nebulosa.
Óleo sobre tela, 1897.
Austrália, National Gallery of Victoria

De uma carta de Pissarro a seu filho Lucien:
«Éragny, 8 février 1897
[...] Une série de boulevards lui [a Durand-Ruel] paraît très bonne à faire, et cela va m'amuser de vaincre la difficulté. J'ai arrêté une chambre spacieuse, [...] d'où je vois toute l'enfilade des boulevards [...].»


O Jardim das Tulherias, numa tarde de Inverno.
Óleo sobre tela, 1899.
Nova Iorque, Metropolitan Museum

Sobre este quadro, Pissaro escreve noutra carta ao mesmo destinatário:
«Paris, 12 avril 1899
«Mon cher Lucien
«J'ai beaucoup travailler à mes "Tuileries". Je vais avoir une toile importante, Le Jardin des Tuileries, l'après-midi d'hiver, pour une vente en faveur des enfant Sisley; c'est une toile de 30. Il y aura un Monet et un Renoir important, on attend à une vente à sensation.»
Esta tela foi vendida por 4800 FF.
Camille Pissaro - Lettres à son fils Lucien. Paris: Albin Michel, 1950, p. 431, 467

Congresso sobre Marx


Entrada livre

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Curiosidade do dia


Foi no Farta Brutos (Travessa da Espera, ao Bairro Alto), um dos restaurantes favoritos de Saramago, que se juntaram pela primeira vez o escritor e a mulher, Pilar, o argumentista Don McKellar, o produtor Niv Fichman e o realizador Fernando Meirelles. O encontro visou convencer Saramago a vender os direitos do seu livro Ensaio Sobre a Cegueira para ser adaptado ao cinema. O filme esse já pode ser visto a partir de amanhã.

As nove rodagens mais azaradas do cinema - 3


"Popeye" (Robert Altman, 1980) era o primeiro filme que a Disney co-produzia. Mesmo com algum receio, a empresa de Mickey Mouse escolheu Robert Evans para produtor da obra com Altman na realização. A interpretação esteve a cargo de Robin Williams (Popeye) e Shelley Duvall (Olivia)nos principais papeis. Mas o filme não correu nada bem e não será exagero apontar alguma culpa à dupla realizador/produtor, formada mais pela suposta amizade entre ambos que propriamente por razões profissionais. É que na altura a fama de Robert Altman não seria a melhor no que tocava a bebida. Segundo o jornalista Peter Biskind, o realizador despachava uma garrafa de wisky antes das seis da tarde. Durante a rodagem, Altman colocava palavrões na boca de Williams o que desagradava à Disney e quando Evans perdeu as suas malas numa viagem ao set em Malta, pediu a ajuda de outro produtor, Don Simpson. Descobriu-se que na bagagem viajavam nada menos que 150 gramas de cocaína, um caso "bicudo" que até meteu intervenção do secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger. Muito poucas vezes exibido, este azarado "Popeye" destoa na bela filmografia de Altman, sendo mesmo considerado um filme menor. Também foi o seu primeiro filme com um estúdio e um dos últimos do Novo Cinema de Hollywood dos anos 70. E serviu de inspiração para Altman compor uma canção: Estou a nadar nas cinzas das estradas que queimei.

Grandes Senhoras - 15 : Maria Dolores Pradera

Nascida em Madrid, em 1926, Dolores Pradera foi primeiro actriz de teatro e de cinema( tendo até sido Inés de Castro num filme de 1944) durante os anos 40 e 50, só se tendo dedicado à música em exclusivo a partir do final dos anos 50. São irresistíveis os seus boleros, coplas, e baladas, bem como as suas versões dos cancioneiros do Perú, do México, da Argentina e da Venezuela. Ainda continua activa, com um álbum em 2006, que chegou a disco de ouro, e recentemente com um dvd. É uma das minhas vozes espanholas preferidas.

Beijos do cinema -- 3: Roman Holiday

Audrey Hepburn e Gregory Peck, na comédia romântica de William Wyler -- o Filipe Vieira Nicolau já fez um elogio superior ao filme, eis uma das cenas...


Os meus franceses - 15

Nino Ferrer - «Mirza»


http://www.nino-ferrer.com/

Auguste Rodin

Le Baiser


Balzac


Auguste Rodin nasceu em Paris a 12 de Novembro de 1840 e morreu em Meudon a 17 de Novembro de 1917. Le Baiser e Balzac encontram-se no Museu Rodin, em Paris. http://www.musee-rodin.fr/
De Rodin pode ver em Lisboa, no Museu Gulbenkian, Cabeça de Legros:

terça-feira, 11 de novembro de 2008

As nove rodagens mais azaradas do cinema - 2


"The man who killed Don Quixote" (Terry Gilliam, 2000)pretendia contar a história de um publicitário que encontra o lendário herói D. Quixote após uma viagem no tempo... Pretendia, porque este argumento não passou de um projecto inacabado que recorda uma equipa perdida em plena Península Ibérica e um realizador mais Quixotiano que o protagonista do clássico que queria adaptar. Enquanto o realizador, Terry Gilliam (ex-Monty Python) tentava filmar cenas de gigantes com homens que mediam pouco mais de metro e meio, a equipa da produção começava a levar as mãos à cabeça, numa rodagem em que os actores também não marcavam presença. Para além do mais os caças do exército não paravam de sobrevoar a zona e, com o vento a ajudar, silenciavam qualquer diálogo. Mas as filmagens prosseguiam, Vanessa Paradis não compareceu, Johnny Deep mostrava pouco interesse no set e Jean Rocheford (D. Quixote), que levava mais de um ano a aprender inglês para o seu papel, teve uma hérnia discal e uma infecção da próstata que lhe custava horrores cada vez que se sentava na sela para montar. Uma vez perdido o protagonista, as seguradoras levaram todo o material e congelaram o guião. O realizador retirou-se durante uns anos nunca perdendo a esperança de retomar o projecto. De entre tanta desgraça sobraram Keith Fulton e Louis Pepe para contar quase tudo em "Lost in La Mancha" (2002).

Curiosidade do dia


O aquecimento global e a consequente subida dos oceanos está a colocar em perigo as ilhas Maldivas, onde o ponto mais alto está a dois metros do nível da água do mar. A verificar-se essa ameaça, o presidente daquele país pondera a hipótese de procurar novo território para aí instalar as Maldivas. Na lista estão nomes como a Índia, o Sri Lanka e até a Austrália.

Um ditado sempre actual...

Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.

Como se parece retirar desta manchete do Correio da Manhã, nem o BPN escapou a João Vale e Azevedo...

O nível cultural dos americanos

Mais um muito interessante artigo publicado na Common Dreams, desta feita sobre o nível cultural dos americanos.Vale a pena também ler os comentários .

Com um agradecimento ao Richard, que me chamou a atenção para este artigo.


http://www.commondreams.org/view/2008/11/10-6

DO MUNDO UNIPOLAR AO MUNDO MULTIPOLAR




Debate
DO MUNDO UNIPOLAR
AO MUNDO MULTIPOLAR
Recomposições geopolíticas e financeiras
(a partir do dossiê sobre o tema, publicado na edição de Novembro do Le Monde diplomatique)

O debate contará com a participação de:

José Goulão
(jornalista e comentador de política internacional)

José Medeiros Ferreira
(historiador e co-autor do blogue Bicho Carpinteiro)

Pedro Sales
(co-autor do blogue Arrastão)

O debate terá lugar na zona do bar do Instituto Franco-Português,
no dia 13 de Novembro, quinta-feira, às 21h30.

A entrada é livre. Participe!

Clique aqui para ver o mapa com a localização do
Instituto Franco-Português (Av. Luís Bivar, n.º 91, em Lisboa - junto ao Saldanha).

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Portugal@mondediplo.net - http://mondediplo.net/mailman/listinfo/portugal

Ainda S.Martinho de Tours

- El Greco, S. Martinho e o pedinte, 1597, National Gallery,
Washington

Só duas ou três notas mais sobre o Apóstolo da Gália : -Foi o fundador do primeiro mosteiro de França e da Europa Ocidental, perto de Poitiers, no ano de 360.
- Na verdade, faleceu no dia 8 de Novembro de 397, mas só foi sepultado em Tours no dia 11 de Novembro, sendo a sua festa celebrada nesta data.
- Foi o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial, tendo-se tornado um dos santos medievais mais populares, como o comprovam as 4.000 igrejas que lhe são dedicadas em França, bem como outros milhares pelo mundo fora, tendo o seu nome sido dado a milhares de localidades por todos os continentes.
- É o santo protector dos pobres e da esperança no fim da pobreza.

Martinho de Tours: vida e obra


São Martinho nasceu no ano de 316, na Sabária da Panónia (Hungria). Aos 12 anos e contra vontade dos pais tornou-se cristão. Mas para contrariar essa vocação o pai alistou-o no exército romano. E foi nessa época que aconteceu o famoso episódio da manta de guarda imperial: ao ver um mendigo tiritando de frio, corta ao meio a sua manta e oferece-lhe uma parte. Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão! Foi como que uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. Mais tarde Martinho de Tours abandonou o exército e faz-se baptizar por Santo Hilário de Poitiers. Entregou-se à vida de eremita, fundando um mosteiro em Ligugé, França, onde vivia sob orientação de Santo Hilário. Ordenado sacerdote, foi mais tarde aclamado bispo de Tours (371). Morreu no ano de 397 mas passados mais de 1600 anos S. Martinho continua a ser recordado trazendo com ele o bom tempo. Por isso é que todos os anos, por esta altura, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de S. Martinho.

Grandes Senhoras - 14 : Maysa

Uma voz em português. E que voz. Maysa Matarazzo é um dos maiores mitos da música brasileira, e foi uma das primeiras estrelas brasileiras com projecção internacional. Além de ser uma intérprete notável, foi também compositora de 26 canções. Apesar de ter também aderido ao movimento bossa nova ( final da década de 50 ) , foi com o estilo chamado samba-canção ( nascido na década de 30 ) que mais brilhou.
A sua vida, turbulenta e infeliz apesar do enorme sucesso, terminou abruptamente num acidente de automóvel na Ponte Rio-Niterói, em 1977, com apenas 40 anos. Aqui fica este vídeo de uma actuação ao vivo na televisão japonesa em 1960, com o clássico Manhã de carnaval.

Beijos do cinema -- 2: To Have and Have Not

Bacall e Bogart, Bogart e Bacall -- em "To Have and Have Not", de Howard Hawks, com a cena do "whistle"...


Elegâncias - 4

«Little Rose»

Que me dizem a esta malinha? É Fornarina e «trouxe-a» da Via Fontanella Borghese (Roma). Também havia em preto.
http://www.fornarina.com/

«Il Bacio» de Luigi Arditi

A propósito do beijo cinematográfico que nos foi mostrado e dos que aí virão (espera-se!), lembrei-me deste beijo musical, também do cinema:

Deanna Durbin no filme «Three Smart Girls», de Henry Koster (1936)


A mesma canção na interpretação de Anna Netrebko

Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho

Quentes e boas!
Castanhas quentinhas d'erva doce!


Litografia aguarelada de João Palhares,
ca 1850 (Agenda 2004. Lisboa: BN, 2003)

Dia de S. Martinho

Regurgita de bocas a taberna,
Em balbúrdia infernal pedindo vinho,
Presidindo num gancho ao burburinho
A solitária e fúnebre lanterna.

O álcool dá leis, junto ao balcão governa,
Junto ao balcão de descarnado pinho,
Bebei, honrai o grande São Martinho,
Ó vós que andais em bebedeira eterna!

Salta o licor nos copos fumegante,
Em mil flocos de espuma se espadana,
Fumegante, espumante e saltitante.

Ó que isso é vinho e vinho duma cana,
Ponham-me três almudes adiante,
Ó deuses imortais da carraspana!

Eduardo Fernandes (Esculápio)
In: Dois annos de troça [...]. Lisboa: Emp. da Historia de Portugal, 1900

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

As nove rodagens mais azaradas do cinema - 1


Para os cinéfilos estes não deixam de ser factos no mínimo curiosos - saber como correram as rodagens de nove filmes que ficaram para a história da Sétima Arte como sendo as mais enguiçadas. Derrapagens orçamentais, tempestades, malas com cocaína, actores à beira de um ataque de nervos e muitos disparates à mistura. Tudo isto num interessante artigo na última Premiere. Durante nove dias vou recordar cada uma dessas odisseias segundo a ordem estabelecida.
Começando pelo extenuante Apocalypse Now (1979, Francis Ford Coppola viu estrelas como James Caan, Gene Hackman, Steve McQueen, Clint Eastwood, Jack Nicholson e Robert Redford recusarem papéis principais acabando a escolha por recair em Marlon Brando. A rodagem do filme nas Filipinas revelou-se um inferno para o qual contribuiu a destruição dos estúdios de caracterização e maquilhagem fruto de um bombardeamento que saiu ao lado. Como o exército americano não confiava nos "hippies" da produção, Coppola pediu 24 helicópteros a Ferdinand Marcos mas a meio da rodagem tiveram que ser devolvidos para combater a amotinação comunista. Para ajudar à festa surgiu o furacão Olga que assolou a região num rasto de destruição a vitimar 140 pessoas. Entre desgraças e contratempos, o filme custou quatro vezes mais que o previsto mas as mordomias eram de tal ordem que se transportava pasta de Itália por 8.000 euros a cada voo. Se Brando exibia peso a mais, o realizador perdeu 40 quilos com tanta dor de cabeça mais parecendo saído de um campo de concentração e quase se divorciou... Martin Sheen filmou a cena inicial embriagado e sem ensaios acabando por sofrer um ataque cardíaco que lhe valeu a extrema-unção. Ainda segundo o coordenador de efeitos especiais, o armamento no filme era suficiente para invadir quatro países.

A princesa e a duquesa


Inglarra, finais do séc. XVIII. Georgiana Spencer é uma mulher original e inteligente, arrebatadora e idolaterada. Ela é a duquesa de Devonshire que supera a maior parte dos aristocratas que a rodeam seja na política, no jogo ou na bebida. À medida que a sua fama e popularidade crescem Georgiana é atormentada pelo facto do único homem imune à sua sedução ser o seu marido, o duque de Devonshire...
Esta é a história de uma mulher que marcou a sua época, retratada agora no filme A Duquesa com estreia marcada para dia 27. A campanha de marketing do filme usou a imagem de Diana de Gales, descendente directa de Georgiana Spencer, uma ideia reprovada pelo realizador, Saul Dibb e por Keira Knightley, que interpreta a duquesa na tela.

Cesária Évora no Cinema São Jorge

Cesária Évora sobe ao palco do Cinema São Jorge no próximo dia 26 (22 horas) para um concerto de apresentação do álbum Rádio Mindelo. Este trabalho resulta de uma recolha das primeiras gravações de Cesária no início da década de 60 quando ela tinha apenas 20 anos é uma "voz única". São registos provenientes maioritariamente de sessões organizadas pela Rádio Barlavento no Mindelo. Alguns dos temas foram editados na época em formato 45 rotações pela etiqueta cabo-verdiana Casa Mimosa, sendo no entanto a maior parte totalmentre inéditos. Os bilhetes oscilam entre 35 euros (1ª plateia) e 30 (2ª plateia e balcão) à venda na Ticket Line e bilheteita do Cinema São Jorge. Reservas: 213 103 400.

Curiosidade do dia


Um dos artigos mais lidos na edição online de hoje, do El País, é a baixa de preços nos vários estupefacientes disponíveis no mercado espanhol. São os tempos de crise a reflectirem-se também no custo das drogas. Quando uma pastilha de éxtasis chegou a custar cinco euros pode agora ser adquirida por um euro e muitas vezes é grátis com um grama de "coca" ou na compra de um "cristal" (éxtasis cristalizado), droga de alto risco. Este é um exemplo das novas "rebajas" praticadas aqui mesmo ao lado e que não poupam as drogas mais caras como cocaína ou heroína, literalmente, a metade do preço ou seja a 40 euros/grama.
Também fiquei a saber que a nova "onda" entre os consumidores deste tipo de substâncias é o "Puchero" mistura explusiva e de efeitos brutais composta por éxtasis, "cristal", cocaína e ketamina, perigoso anestésico para uso animal.

Nat King Cole : L-O-V-E

Pintar a solidão - 9

- John Martin, The Last Man , 1849, óleo sobre tela,
Walker Art Gallery, Liverpool.

Este último homem do grande pintor romântico britânico John Martin, é uma boa ilustração de uma solidão que, por enquanto, pertence à ficção- a solidão dos últimos humanos. Martin inspirou-se numa novela de Mary Shelley, chamada precisamente The Last Man , publicada em 1826, e que versa sobre a extinção da raça humana devido a uma epidemia.
Há outra versão do quadro, uma aguarela datada de 1833, que é a minha preferida pelo tratamento da cor. Infelizmente, não consegui encontrá-la na internet, embora me pareça que também está em Liverpool. Como é sabido, este tema inspirou muitos outros pintores, escritores e cineastas no século seguinte. Não nos faltam hoje ficções sobre o fim da humanidade, e sobre a extrema solidão de quem ficar para o fim.
No que respeita à pintura, parece-me que Martin foi pioneiro.

PENSAMENTO DO DIA

No convívio com sábios e artistas facilmente nos enganamos no sentido oposto: não é raro encontrarmos por detrás dum sábio notável um homem medíocre, e muitas vezes por detrás de um artista medíocre - um homem muito notável.

- Friedrich Nietzsche

O céu ganhou mais uma estrela

Miriam Makeba faleceu esta madrugada, vítima de ataque cardíaco, após ter actuado num concerto perto de Caserta, Itália, a favor de Roberto Saviano, perseguido, como já foi noticiado aqui no blogue, pela Camorra. Um último acto generoso desta mulher distinguida com vários prémios pelas Nações Unidas e cidadã honorária de 10 países. Como certamente sabem, foi uma das vozes que denunciou o apartheid sul-africano durante décadas, o que lhe valeu, aliás, perder a nacionalidade e o passaporte sul-africanos. Só em 1990 voltou a residir na África do Sul, convencida por Nelson Mandela. Aqui fica, como homenagem, o seu tema mais conhecido: Pata pata song. Makeba era amiga de Nina Simone, tendo estado presente no funeral desta.

Grandes Senhoras - 13 : Nina Simone

Não me alongarei sobre Nina Simone, até porque há aqui no blogue quem saiba muito mais do que eu, com toda a certeza. Gosto muito dela como cantora, e como ser humano. Escolhi este tema, que é um dos emblemáticos dela, e depois tantas vezes recriado por outras vozes durante as décadas seguintes. O vídeo é um pouco forte, mas adequado para lembrar o activismo de Nina Simone na luta pelos direitos civis dos negros. Depois de anos a lutar contra o cancro e a doença bipolar, Nina Simone morreu durante o sono em 2003, em França, onde vivia há cerca de uma década.

Beijos do cinema -- 1: Notorious

Cary Grant e Ingrid Bergman -- dirigidos por Alfred Hitchcock, que circum-navega as restrições do Código para o limite de duração de um beijo (5 segundos, rezam as lendas e narrativas).


Os meus franceses - 14

Gilbert Bécaud - «L'important c'est la rose»

Letra de Louis Amade, música de Gilbert Bécaud (1967)

http://www.becaud.com/

domingo, 9 de novembro de 2008

9 de Novembro

Na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938, a Alemanha viveu um dos acontecimentos mais horrendos da sua História - a Reichskristallnacht/Reichspogromnacht (A noite de cristal).

O regime de Hitler "aproveitou" um atentado contra o diplomata alemão Ernst vom Rath em Paris, ocorrido dois dias antes e levado a cabo pelo judeu Herschel Grynszpan, cujo intuito era o de chamar a atenção internacional para a perseguição de judeus na Alemanha. Por detrás da vingança que a propaganda nazi reivindicava, manifestava-se o objectivo, há muito planeado, de "resolver" definitivamente a causa judaica.

Após o discurso anti semita de Goebbels pelas 22.30 h, iniciaram-se os ataques e atentados contra a comunidade judaica em toda a Alemanha e nos territórios recém ocupados na Áustria e República Checa. Na sequência deste pogrom, foram destruídas mais de 1400 sinagogas e milhares de lojas, pertencentes a judeus alemães. 13oo pessoas foram assassinadas, cerca de 30.000 judeus foram detidos, forçados a emigrar ou deportados para campos de concentração. Membros da SA, SS e da NSDAP e, infelizmente, muitos alemães anónimos participaram neste pogrom.

Quem sobreviveu, foi obrigado a remover os estragos nos dias seguintes.
Esta noite marcou o princípio do extermínio sistemático dos judeus. Seis milhões de judeus morreram até Maio de 1945.

A 9 de Novembro de 1989, caía o muro de Berlim. Terminava assim a divisão da Alemanha entre Oeste e Leste, terminava então a Guerra Fria. O muro fora construído em Agosto de 1961.


9 de Novembro de 1938 e 9 de Novembro de 1989 - 51 anos separam estes dois dias históricos, indissociavelmente ligados um ao outro.

Nota: tradução do "cartaz" na montra da primeira fotografia: "Alemães! Defendam-se, não comprem em lojas de judeus."

Songs of prayer

Adriano Celentano, o rei do Rock´n Roll italiano e homem generoso na quantidade de beijos com que encantava o seu público (não foi apenas 1, mas sim 24.000!), interpretou em 1962, bem à sua maneira, um clássico americano.

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Adriano Celentano, Pregherò, 1962

Cecília Meireles



desenho de Arpad Szènes

IMPROVISO DO AMOR - PERFEITO

Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.

Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor -Perfeito?

Imensos jardins de insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.

Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor -Perfeito?

Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se alteia,
entre pálpebras de areia...

Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor - Perfeito.

"Retrato Natural", 1949

Cecília Meireles morreu em 9 de Novembro de 1964
no Rio de Janeiro, com 63 anos