Prosimetron
sábado, 30 de abril de 2016
Ressuscitar a Ópera do Tejo - O Desvendar do Mito
Ruínas da Ópera do Tejo, pintadas por Philippe Le Bas em 1757 |
Os
sonhos de grandeza de D. José I, que se poderiam espelhar na construção do
teatro de ópera do Paço da Ribeira, – conhecida para a posteridade como Ópera
do Tejo – com dimensões e requintes de arquitectura do seu interior que o
fizeram rivalizar com outros teatros europeus do Século XVIII, ruíram com o
terramoto de 1755, apenas sete meses depois de ter sido inaugurado, no dia de Páscoa
de 1755, 31 de Março.
D.
José era um amante de ópera e ia às récitas frequentemente – duas récitas
semanais às terças e quintas feiras – e na inauguração da Real Caza da Ópera
foram representadas duas obras: "Alexandro n’el Indie", com música de Leonardo
Vinci e libreto de Pietro Metastasio e "La Clemenza de Tito", da autoria de
Mozart e libreto de Caterino Mezzolà. Ainda assistiu ao ensaio geral da ópera
de António Mazoni,"Antígono", cuja estreia estava programada para 4 de Novembro
(ópera resgatada do esquecimento pelo agrupamento "Divino Sospiro" em 2011 e apresentada no
CCB).
Reconstituição do interior da Ópera do Tejo
A historiadora
luso-ucraniana Aline Galasch- Hall de Beuvink pesquisou para a sua tese de
doutoramento o que poderia ter restado deste esplendoroso edifício, da autoria
do arquitecto italiano Galli da Bibbiena, e descobriu vestígios no Tribunal da
Relação de Lisboa, na Rua do Arsenal e num edifício pertencente à Marinha, na
Ribeira das Naus. E descodificou os mitos sobre este faustoso teatro, que faz
parte do imaginário da Lisboa de antes do terramoto. Um trabalho muito
interessante.
Reconstituição do edifício da Real Caza da Ópera
(imagens do Google)
José Mário Branco: Mudar de vida
Vai estar em breve nos cinemas este documentário sobre José Mário Branco.
Realistas de Madrid
O Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, apresenta até 22 de maio a exposição Realistas de Madrid, dedicada a uma geração de pintores e escultores que viveram e trabalharam em Madrid, a partir da década de 1950, unidos tanto pela formação e pelo trabalho, como por relações pessoais e familiares: Antonio López García, María Moreno Julio e Francisco López Hernández, Esperanza Parada, Isabel Quintanilla e Amalia Avia.
Estão expostas 89 peças, por temas: tabernas, interiores, ruas e pátios, pessoas - todas relacionadas com Madrid.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
Onde me apetecia estar
No Mónaco para assistir hoje, último dia , a esta obra de juventude de Verdi, pouco representada mas agora recuperada pela Opéra de Monte Carlo no seu belo teatro desenhado também por Garnier . A encenação é do cantor Ruggero Raimondi, e trata-se de uma co-produção com a Opéra Royal de Wallonie com direcção do maestro milanês Daniele Callegari .
Marcadores de livros - 378
Esta coleção de marcadores é feita, anualmente, por um grupo de colecionadores espanhóis de marcapáginas. Uma ideia gira.
Para Justa e Luisa.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Um quadro por dia
Neste Dia Mundial do Sorriso deixo-vos este Jolly Toper , pintado em 1629 por Judith Leyster e que está exposto no Frans Hals Museum, em Haarlem, Países Baixos .
«A Mulher Deitada», de Halil Pasha
Esta pintura encontra-se no Museu de Pintura e Escultura de Istambul, instalado nas «salas do palácio de Dolmabahçe que constituíam o apartamento do delfim».
«[...] íamos a esse museu porque havia lá um quadro de que gostávamos muito. [...] uma jovem estendida num divã azul, depois de ter tirado os sapatos, tal como o meu modelo - o que era curioso e surpreendente vendo o quadro pela primeira vez -, olhava tristemente para o pintor (o marido?), e uma das mãos servia-lhe de apoio, como fazia muitas vezes a minha amada. O que nos prendia àquela obra, além da estranha semelhança da relação que o pintor e eu próprio mantínhamos com os nossos modelos, ea que se encontrava numa sala isolada propícia á nossa troca de beijos.» (Ohran Pamuk - Istambul: Memórias de uma cidade. Trad. Filipe Guerra. Barcarena: Presença, 2011, p. 329)
Estive a reler este livro de Pamuk.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Zenda, um blogue literário
Há uns dias que andava para trazer aqui este blogue, criado no passado dia 1 de abril, por Arturo Pérez-Reverte, em que colaboram outros escritores espanhóis.
No 'editorial', Pérez-Reverte escreveu: «Nos hemos esforzado, y lo vamos a seguir haciendo durante mucho tiempo, a fin de que transitar libremente por Zenda sea un privilegio de fácil acceso para cualquiera que a título de ciudadano, transeúnte o simple turista ocasional desee visitar o habitar este simpático territorio.»
http://www.zendalibros.com/
Leiam a conversa entre Javier Marías e Pérez-Reverte sobre Cervantes e Dom Quixote:
http://www.zendalibros.com/entrevista-a-javier-marias-y-arturo-perez-reverte/Citações
(...) Os emigrantes dos anos 60 eram muitíssimo mais pobres do que os actuais, saíam de um Portugal atrasado que não se compara ao Portugal de hoje, começavam a vida francesa em bairros de lata, mas tinham esperança, viam uma luz ao fundo do túnel, sabiam que podiam cavalgar uma epopeia de ascensão social - os filhos teriam uma vida melhor e até seriam franceses. Apesar de não conhecerem nem um décimo da miséria de 1960 nem um décimo da dureza do salto a pé, os emigrantes de hoje não têm qualquer réstia de esperança, não se sentem numa epopeia e até sabem que a vida dos filhos será pior do que a deles .
Os antigos emigravam para viver, os novos emigram para sobreviver . Repare-se que este não é apenas um retrato da emigração portuguesa. É, acima de tudo, mais um dos milhares de sinais do mal-estar que assombra esta Europa velha, decadente e sem perspectivas de futuro .
- Henrique Raposo , no Expresso .
Muitas vezes discordo das análises do Henrique Raposo, mas neste caso sinto-me inclinado a concordar com ele apesar do enorme contraste de formação entre os emigrantes de hoje e os dos anos 50 e 60 .
Lá fora - 258
Não é só o nosso Amadeo que está presentemente a ser lembrado no Grand Palais, em Paris , mas também o grande retratista africano Seydou Keita , fotógrafo autodidacta desaparecido em 2001 . São três centenas de fotografias que permitem conhecer uma obra que é também um retrato sociológico da África do último meio século .
Até 11 de Julho . grandpalais.fr
Um quadro por dia
Foi vendido há 3 dias este L' homme au front rouge , 1948, um óleo sobre tela ( 63,5x53,5cm ) de Jean Hélion .
Números
625 000
O número de automóveis nos quais o gigante industrial ( e automóvel ) japonês confessou ter manipulado os dados de emissões poluentes, uma prática que vem pelo menos desde 2013 e incluiu até modelos produzidos para outra marca, a Nissan ... Bem podem os gestores pedir muitas desculpas e baixar a cabeça, as consequências serão provavelmente tão graves como o foram para a europeia VW .
Marcadores de livros - 377
Verso e reverso de um marcador; deram-me com um bilhete que comprei para ir ao São Luís, convidando-nos a participar na iniciativa do «Bilhete suspenso».
terça-feira, 26 de abril de 2016
Georges Lemoine: cadernos de um ilustrador
Tipógrafo de formação, Georges Lemoine (Rouen, 1935) inicia uma carreira de gráfico e de diretor artísticp e colabora com Robert Delpire e Massin, que o convidam a realizar capas para a nova coleção Folio junior. Ilustrou mais de 100 livros, de que destacamos L’Enfant et la rivière deHenri Bosco, Lullaby de J.M.G. Le Clezio, Comment Wang Fô fut sauvé de Marguerite Yourcenar.
Lisboa: Contexto, 1983
Em 2014, doou à BnF a totalidade dos seus 230 cadernos (desenhos, viagens, íntimos), executados desde 1956 e que são uma fonte para conhecer a sua obra.
Para além do livro de Yourcenar atrás referido, Georges Lemoine tem mais obras editadas em Portugal:
Lisboa: Contexto, 1985
Lisboa: Contexto, 1986
Porto: Edinter, 1989
A exposição na BnF abre hoje e pode ser vista até 5 de junho.
Fim
Escultura (pormenor) de Francisco Simões
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá Carneiro
E o seu fim foi há 100 anos, num quarto do Hotel Nice, em Paris.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
O cavalo preto
2.º ed. Lisboa: Portugália, ca 1950
Capa de Eduardo Teixeira Coelho.
Na resposta a uma pergunta que a Isabel fez no Palavras Daqui e Dali sobre os livros da nossa infância, João Menéres respondeu (parece-me que) sem hesitações: O cavalo preto. Nunca tinha ouvido falar deste livro. Fui procurá-lo.
Saiu inicialmente na Biblioteca dos Rapazes, de que li muitos livros. Mais tarde foi publicado na Colecção Azul, no Círculo de Leitores e, finalmente, pela Vega. Há uma adaptação em bd.
Lisboa: Vega,
Já encomendei o livro para oferecer aos meus netos.
Anna Sewell nasceu em Great Yarmouth (Inglaterra) a 30 de março de 1820. Ficou inválida, na sequência de uma queda dada em criança, tendo passado a acompanhar o pai no trabalho. O sentar-se no lugar do cocheiro fê-la gostar de cavalos e compreendê-los. Escreveu Black Beauty (O Cavalo Preto), com o intuito de que nos apercebêssemos do sofrimento do cavalo ao ter de se adaptar a um freio, ao ter de carregar um fardo pesado numa subida íngreme ou ao estar muitas horas ao frio.
Anna Sewell faleceu no dia 25 de abril de 1878, cinco meses depois do seu livro ter sido publicado.
Para João Menéres. E em geminação com Palavras Daqui e Dali.
domingo, 24 de abril de 2016
Subscrever:
Mensagens (Atom)