Prosimetron

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sábado, 12 de março de 2011

Os meus franceses - 127


Charles Aznavour volta hoje com Fraternité, uma canção com música do próprio Aznavour e poema de André Salmon (Paris, 4 Out. 1881 - Sanary-sur-Mer, 12 Mar. 1969).
André Salmon, Grande Prémio de Poesia da Academia Francesa, foi amigo de Appolinaire, Picasso, Cocteau e Cendrars.

Boa noite !



Com Phil Collins, que anunciou há dois dias o fim da sua carreira musical.

Josephine Baker em Portugal

Um Musical de João Moreira dos Santos no Teatro da Trindade, em Lisboa: Josephine Baker. Fui (...fomos) ontem. Está engraçado. Podem ainda ver hoje! Será que Miss Tolstoi vai ver?

Cena na taberna


David Teniers II (1610 - 1690) - Scene in a Tavern
Óleo sobre tela, 1640
São Petersburgo, Museu Hermitage




I gave her cakes and I gave her ale
I gave her sack and cherry
I kissed her once and I kissed her twice
And we were wanderers merry

I gave her beads and bracelets fine
And I gave her gold down derry
I thought she was a-feared when she struck my beard
And we were wanderers merry

Merry me hearts, merry me cocks, merry me sprites
Merry, merry, merry, merry, merry me hay down derry
I kissed her once and I kissed her twice
And we were wanderers merry

Citações.

Precisava hoje, para um trabalho, de fazer uma citação de Gide. Tentei "cabular" e, em vez de ir até à estante e procurar o livro, tentei o "google" e a frase chegou-me, sempre de maneira diferente daquela que me recordava o sub-consciente.

Encontrei, entre várias:
- "Tout a été dit déjà. Mais il faut toujours répéter, car personne n'écoute"
- "Tout a été dit, mais comme personne n'écoute, il faut toujours répéter."
e só a terceira estava correcta:
- Toutes choses sont dites déjà; mais comme personne n’écoute, il faut toujours recommencer.

tive de ir buscar o livro; e já agora, de onde é tirada, pois também não aparece:
André Gide, "Le traité du Narcisse (Théorie du Symbole)" in: Le retour de l’enfant prodigue précédé de cinq autres traités : le traité du Narcisse, la tentative amoureuse, El Hadj, Philoctète, Bethsabé. 82 ed. – Paris, Gallimard, 1951, p. 10. (Foi escrito em 1891)

John William Waterhouse

Espaço Memória dos Exílios


Até 9 de Abril, no Estoril.
Consultar programa em:

Leituras no Metro - 46


Limerick nos anos 1950
x
«Nous avons acheté diverses choses comme pour nos assurer de l'existence de cette ville. des cigarettes, du savon, des cartes postales et un jeu de puzzle. Nous avons fumé les cigarettes, humé le parfum du savon et écrit les cartes postales, puis nous avons empaqueté le puzzle et nous nous sommes gaiement dirigés vers la Poste. Un léger contretemps nous y attendait: la receveuse n'était pas encore revenue de l'église et sa subordonnée ne trouvait pas la solution du problème qui se posait, à savoir: combien coûtait l'affranchissement d'un paquet de 250 grammes, en échantillon sans valeur (le jeu de puzzle), pour l'Allemagne?
»Son regard semblait implorer la statue de la Vierge devant laquelle vacillait la flamme des cierges; mais Marie se taisait, elle souriait seulement comme elle sourit déjà depuis quatre cents ans, et son sourire nous disait: pacience! On apporta d'étranges petits poids de cuivre ainsi qu'une étrange balance, on étala devant nous une liasse de formulaires de douane d'un vert vénéneux, on ouvrit un registre ouis on le reforma, mais il ne restait toujours qu'une solution: la patience. Nous nous y entraînions. Mais qui donc peut bien envoyer, dès octobre, un jeu de puzzle comme échantillon sans valeur, de Limerick jusqu'en Allemagne? Qui ne sait pas que la fête du Rosaire, si elle n'est pas chômée tout le jour, l'est pourtant plus d'une demi-journée?»
Heinrich Böll
In: Journal irlandais. Paris: Ed. du Seuil, cop. 1969, p. 50. (Le livre de poche; 4774)

Nada que não conheçamos bem de mais - conhecimento de experiência feito: "Tenha paciência!"

Humor pela manhã... - 4



Uns mais antigos ( e é fabuloso o "o povo é sereno, não há perigo, é só fumaça " ), outros mais recentes.
Já que nos chateiam tanto, ao menos que nos façam rir de vez em quando.

Um quadro por dia - 141


Em dia de manif ( que deve acabar molhada... ) da geração à rasca, uma tela do norte-americano John McCrady (1911-1968 ) : Political Rally, 1935, 80x120,6cm, col.part.

Kraftwerk - Radioactivity



Esta é do 5º álbum deles, saído em 1975. Nas décadas seguintes foi bastante usada ( e glosada ) em documentários, spots publicitários etc.
Se a memória me não falha, ouvi-a pela primeira vez menos de uma década depois, e o fascínio de então ( nunca tinha ouvido nada assim, mas tal como conversava com o meu querido amigo Paulo Domingos, companheiro de tantas e diversas audições, pressentia que isto era o futuro- e é merecido o título de "pais da música electrónica" que lhes é dado ) mantém-se.
Foi a primeira música de que me lembrei, depois de ouvir hoje que neste momento o principal perigo que ameaça os japoneses são os vapores radioactivos libertados na central de Fukushima, ontem mil vezes maiores do que a dose "aceitável " para os seres humanos. E 50.000 pessoas a kms da central já foram evacuadas.

Auto-retrato(s) - 88

Élizabeth-Sophie Chéron ( 1648-1711 ), Auto-retrato, 1672, óleo sobre tela, Louvre, Paris.

Um auto-retrato daquela que foi a maior pintora francesa do seu tempo, e que foi também poeta e música, recebida ( a quarta a sê-lo ) em 1672 na Académie Royale de Peinture et Sculpture, fundada em 1648 durante a regência de Ana de Áustria, e cujas funções e património estão hoje atribuídas ao Institut de France.

Poemas - 30



Enquanto existir a literatura norte-americana, e até mesmo a língua inglesa, Poe será sempre lido e estimado. Este The Raven/ O Corvo é um dos seus poemas de que mais gosto. Escolhi a versão dita por James Earl Jones, depois de hesitar bastante entre ela e as de Ian McKellen ou William Shatner.
E este Corvo vai dedicado ao nosso Jad, que recentemente foi perturbado pela leitura de Poe :).

Bom dia!


Com esta canção dos Rolling Stones, interpretada por Tori Adams.

PENSAMENTO(S) - 160

Le métier des lettres est tout de même le seul où on puisse sans ridicule ne pas gagner d' argent.

- Jules Renard ( 1864-1910 )

Continua, parece-me, a ser uma grande verdade.

Uma tarde com os chocolates Regina




Esta tarde há, na Mercearia Criativa (Av. Guerra Junqueiro, 4A, Lisboa), uma prova de chocolates Regina (a deliciar-nos desde 1928) para toda a família, segundo se lê no site da loja.
Há muitos anos, o meu preferido era um chocolatinho Regina com sabor a tangerina ou laranja.

http://www.merceariacriativa.com/

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os meus franceses - 126


Hoje no Teatro da Trindade, Sylvie C vai interpretar algumas canções de Josephine Baker.

La Trieste de Magris


No Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona

Para MR

Para uma Rainha o livro de outra Rainha....
Miraflor, Branca - A Rainha das Cosinheiras [sic].

Mais franceses : Gaëtan Roussel



Consagrado com a atribuição recente de mais três prémios, este fantástico autor-compositor-intérprete da nova geração soma e segue.

Farto dela...


Da chuva, que não há maneira de se ir de vez. E ainda falta Abril...
Mas achei graça a estas botas.

Querem vir? É já ali!


A Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar, no próximo dia 12 de Março (Sábado), pelas 20:00 horas, no Centro Cultural de Macau – Grande Auditório, o Concerto “Encanto de Portugal”, integrado no Ciclo de Concertos de Música Luso-Chinesa da OCHM. Neste concerto, sob a batuta de Pang Ka Pang, com a participação de Zhou Tingting (erhu), Wang Ciheng (dizi), Paulo Valentim (guitarra portuguesa), Natália Juskiewicz (violino), Bruno Costa (viola) e Rodrigo Serrão (guitarra baixo), serão interpretadas vários arranjos de peças populares portuguesas da autoria de Kuan Nai Chung, Li Wenping e Wong Kin Wai, assim como obras tradicionais chinesas de Li Binyang e Tang Jianping.
Fazem parte do programa do concerto as obras Capricho Macau e Concerto para Erhu “Totem” de Li Binyang, Canção de Voar - Concerto para Dizi, Celebração Portuguesa de Rão Kyao (Arr. Kuan Nai Chung), Lisboa, não sejas Francesa, de José Galhardo e Raul Ferrão (Arr. Kuan Nai Chung), Sempre que Lisboa Canta de Carlos Rocha (Arr. Kuan Nai Chung), Lisboa Ausente de João Gil (Arr. Li Wenping), Tudo isto é Fado de F. Carvalho (Arr. Kuan Nai Chung) e Canção do Mar de Frederico de Brito e Ferrer Trindade (Arr. Wong Kin Wai), entre outras.

Este espectáculo integra-se nas comemorações dos 500 anos da amizade Luso-Chinesa.

H43 Velocidade imediata

Conhece este novo sinal?
H43 - Velocidade imediata, é o novo caça multas.

O "Sinal H43" indica que uma via tem detectores de "Velocidade Instantânea" ou seja, envia indicações (colhida por Via Verde / DEM) do tempo gasto entre dois sensores de velocidade (a diferença de tempo de passagem entre eles indica ao sistema a velocidade a que transita a viatura).

Ex. 40 metros entre os dois sensores - o carro passou por eles em 1 segundo = 144 Km/h = Multa Imediata.

Para passar pelo RADAR à velocidade de 120Km/h deverá demorar 1,2 segundos a percorrer os 40 metros.

Dedicado a uma homónima que nos visitou ontem


«Le souvenir est le parfum de l'âme.»
George Sand

Biografias, autobiografias e afins - 95

Um verdadeiro sucesso editorial este suposto diário do cão de José Sócrates, da autoria ( pseudónimo ) de um António Ribeiro. A Esfera dos Livros já vai na 3ª edição e são de prever mais, já que é realmente divertido e quem o escreveu está muito bem informado...
Aqui ficam uns excertos:

Aprendi a rosnar com convicção e a morder impiedosamente. E aprendi tudo isto a observar o meu dono nos debates da televisão ou na Assembleia da República.

(...)

Mas como podia eu saber que aquele pedaço de papel que rasguei e comi era tão especial para o meu dono? (...) Este era fininho, uma folha apenas, estava cheio de números e letras e tinha um emblema no topo da página. Uma coisa aparentemente rasca, sem valor, mas que afinal era valiosíssima. Como é que eu ia saber que aquilo era o certificado de habilitações do meu dono, do seu curso de engenheiro?

Números - 45


10.000.000

Mais um relatório da UNESCO, mais um número assustador: Dez milhões de crianças na África subsaariana abandonam o ensino todos os anos. Uns forçados a colaborarem na economia doméstica, outros recrutados pelos senhores da guerra que dominam esta larga faixa do continente africano.




Ainda Josephine Baker - 2



" Em Março de 1941, em plena II Guerra Mundial, Josephine Baker estreou-se em Portugal com uma série de concertos no Teatro da Trindade que fizeram sensação e esgotaram noite após noite. O público desconhecia, porém, que a Vénus Negra concebera os espectáculos como fachada para a sua actividade de espia ao serviço da organização de resistência França Livre e que nas pautas confiadas ao maestro Almeida Cruz se encontravam, escritas a tinta invisível, importantes mensagens sobre as posições do exército Nazi na sua pátria adoptiva... "

( do programa elaborado pelo Teatro da Trindade )

A grande Josephine, que veio para a Europa ser livre do racismo que dominava então o país onde nasceu, também passou por Portugal, sendo tal passagem evocada no espectáculo Uma Noite Com Josephine Baker, que acontece esta noite e amanhã, no Teatro da Trindade, pelas 21h.
A voz é a de Sylvie C, o piano e o acordeão estão entregues a Jorge Silva, contando-se com a presença de outros músicos e instrumentos.

Ao fim da tarde, pelas 18h30, é lançado o livro Josephine Baker em Portugal (1933-1960 ) de João Moreira dos Santos.

Sabia que Antero de Quental foi à América?


Lisboa: Tinta da China, 2011
€ 22,00

Ana Maria Almeida Martins conta a história da viagem de Antero aos Estados Unidos da América, colocando em evidência a equilibrada e profunda intelectualidade do escritor, o seu interesse pelas grandes revoluções que se desenrolavam na América - políticas e tecnológico-industriais -, as suas incursões pela literatura norte-americana.
Leitor de Tocqueville desde os 23 anos, discípulo de Proudhon, Antero interessou-se pelo sistema político da jovem democracia republicano-federalista, e a sua curiosidade tornou a visita aos Estados Unidos da América em muito mais do que uma breve viagem de recreio. É também de assinalar o seu interesse pela cultura norte-americana: Antero de Quental foi um dos primeiros tradutores portugueses de Edgar Allan Poe; foi um declarado admirador de Longfellow; e, desde 1874, esteve atento à extraordinária singularidade da poesia de Walt Whitman.
Antero embarca rumo ao Novo Continente para saciar esse desejo de descobrir as efervescentes forças sociais, o desenvolvimento industrial e capitalista, a vida concorrida e populosa da grande metrópole. Desta viagem sobreviveriam memórias, mas também o acentuar de influências literárias norte-americanas na obra do escritor.

Para Miss Tolstoi, uma declarada admiradora de Antero.

A vida e a morte não podem repetir-se



Trama IV

A vida e a morte não podem repetir-se

Uma destas crianças que manifestavam uma grande dificuldade, e também um grande desejo, de aprender a ler e a esrever, exprimia-se, pouco tempo depois, num texto que intitulou O Deus do céu e o Deus do mar:

« O céu não é Deus, mas de todos que aí vão. Mas o céu fez-se limpo para nós, que o fazemos sujo. O mar é do deus (sic) que o agita. Pode-se nele tomar banho graças ao deus, mas fica-se sujo graças ao homem. Quando se vai ao mar não se pensa que há perigo porque deus protege-nos. Mas, quando se nada, arriscamo-nos a afogarmo-nos para encontrar o céu.»

Maria Gabriela Llansol, O Livro das Comunidades, Lisboa: Relógio de Água, 1999, p. 95-96

quinta-feira, 10 de março de 2011

Os meus franceses - 125

LE PORTUGAIS Avec son marteau-piqueur Il creuse le sillon de la route de demain Il y met du cœur Le soleil et le gel sont écrits sur ses mains Le Portugais dans son ciré tout rouge Qui ressemble à un épouvantail As-tu vu l'étrange laboureur des prairies de béton Et des champs de rocailles Il faut en faire des voyages Il faut en faire du chemin Ce n'est plus dans son village Qu'on peut gagner son pain Loin de son toit, de sa ville A 500 lieux vers le nord Le soir dans un bidonville Le Portugais s'endort Il est arrivé à la gare d'Austerlitz Voilà deux ans déjà Il n'a qu'un idée : gagner beaucoup d'argent Et retourner là-bas Le Portugais dans son ciré tout rouge Qui ressemble à un épouvantail Il ne te voit pas Il est sur le chemin qui mène au Portugal Letra: Pierre Delanoë, Richelle Dassin; música: Joe Dassin

Boa noite !



Noite que começa com a britânica Lail Arad: letras divertidas, com uma sonoridade entre o jazz e a pop.

Leituras no Metro - 45


Trad. de l'allemand par Charles Bladier
Paris: Ed. du Seuil, 1976. (Le livre de poche; 4774)


Heinrich Böll (1917-1985) visitou a Irlanda antes de 1957, já que a edição alemã de Iriches Tagebuch é desse ano. Estou a adorar lê-lo. Recheado de pequenas histórias sobre o quotidiano irlandês de então, não muito diferente do nosso Portugal dos anos 50. Mas imagine-se o que isso seria para um alemão.
A travessia de barco que fez entre a Inglaterra e a Irlanda foi um pouco atribulada, dado que se esqueceu de reservar lugares. Mas Heinrich Böll não deixa de escrever páginas de espanto e ironia, aqui sobre os recordes irlandeses:
«La queue s'alongeait toujours devant le guichet où l'on servait à bon marché d'abondantes rations de ce nectar ouest-européen: le the; comme si les Irlandais s'efforçait de conserver à tout prix le record mondial qu'ils détiennent de justesse devant les Anglais: on boit presque dix livres de thé para tête et par an en Irlande: une petite piscine de thé coule chaque année dans chaque gosier irlandais.
«Pendant que je piétinais dans la queue, j'avais le temps de me remémorer d'autres records mondiaux de l'Irlande: ce petit pays ne détient pas que celui du thé, mais aussi celui des jeunes prêtres (l'archevêché de Cologne devrait ordonner près de mille prêtres par an, pour pouvoir rivaliser avec un petit diocèse d'Irlande); le troisième record est celui de la fréquentation des salles de cinéma (celui-ci - encore - que de similitude dans les contrastes! - juste devant l'Angleterre); le quatrième enfim, très important, et dont je n'ose pas dire qu'il est avec les trois premiers en rapport de cause à effet: c'est en Irlande qu'il a le moins de suicides. Les tenants du titre pour le whisky et les cigarettes ne sont pas encore connus, mais dans ces discciplines l'Irlande, ce petit pays aussi étendu que la Bavière et qui compte moins d'habitants qu'il n'y en a entre Essen et Dortmund, est certainement encore en tête.» (p. 8)

Para HMJ, que me aguçou o apetite por este livro.

Rio de Janeiro


Estou mesmo com saudades do Rio!
Vamos a um desporto radical?

Jovem mulher lendo

Gustave Courbet
A Young Woman Reading, c. 1866-1868
Washington : National Gallery of Art


Para MR

O chá das cinco - 22


Columbano - A Refeição (Five o'clock tea)
Óleo sobre tela, 1896
Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes

Depois de, à hora de almoço, ter visitado a exposição do Columbano e ter comido um sorvete de limão no Santini... Quem está com inveja? :)

Um dia alegre ao som de Samba


E viva o Rio de Janeiro!

Humor pela manhã... - 3

O que terá assustado Sua Majestade Britânica? A perspectiva de ter de comer à mão? Alguma alergia? Aguardo os vossos pareceres :)

Em português - 86 : Luísa Sobral



Infelizmente, ela canta e escreve pouco em português. Esta O Engraxador é um dos raros casos.

Um quadro por dia - 140

René Magritte, L' Empire des lumières, 1953-54, óleo sobre tela, 195,4x131,2cm, Col. Peggy Guggenheim, Veneza.

Não confirmei, mas é provável que esta célebre tela de Magritte ( ou outra das versões existentes, a de Nova Iorque ou a de Bruxelas ) já aqui tenha aparecido. Mas trazê-la hoje fazia todo o sentido:

Quando tu morreste, as árvores verdes continuaram a bailar na janela do teu quarto de hospital, pequenas luzes na noite gélida.
As asas do desejo, naquele momento irrepetível, podiam transportar-nos para o Guggenheim em Veneza, onde ficaríamos imóveis na contemplação infinita de « O Império das Luzes » de Magritte. Imagino-nos ali presos pela inquietação desta composição, onde a luz e o espírito se sobrepõem paradoxalmente à forma e à materialidade das coisas, como sempre aconteceu contigo, numa vida de insaciável busca de conhecimento, de coragem e de afirmação, que te fazia desprezar a vulgaridade, a cobardia ou o medo.
Quando soubeste da doença grave, disseste-me naturalmente, pelo telefone: « Tenho um carcinoma gástrico. Sempre enfrentámos a vida com coragem e é o que vamos continuar a fazer agora. »
(...)

Estes são os dois primeiros parágrafos do belo texto que Maria José Morgado escreveu na morte do seu marido, José Luís Saldanha Sanches ( Quando Tu Morreste, in José Luís Saldanha Sanches, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010 ).

Eu guardo a memória de um competente e simpático ( o que não era coisa pouca, no meio dos sisudos mestres da Faculdade de Direito de Lisboa nos finais da década de 80 ) professor e, mais tarde, de um cidadão corajoso e empenhado.

Novidades - 176 : Lembrando Saldanha Sanches

Hoje, pelas 18h30, na Fnac Chiado, é lançada esta obra que homenageia a memória do Prof.Saldanha Sanches.

Marie Spartali Stillman


Rossetti - Marie Spartali Stillman, ca 1869

Marie Euphrosyne Spartali, mais tarde Stillman, nasceu em 10 de Março de 1844 e faleceu a 6 de mesmo mês de 1927. Inglesa, de origem grega, é considerada a maior representante feminina da pintura pré-rafaelita.
A seguir algumas obras desta pintora:


Madonna Pietra degli Scrovigni
Watercolour, gouache and gum arabic
Liverpool, Walker Art Gallery



A florentine lily, ca 1885-1890


Dante em Verona, 1888


The Enchanted Garden of Messer Ansaldo, 1889

Estava para colocar este quadro, o meu preferido - inspirado no Decameron, de Boccaccio, que conta a história do amor de Messer Ansaldo por Madonna Dianora, uma esposa virtuosa de outro homem -, nos Jardins. Sei que outros artistas se debruçaram sobre o mesmo tema. Ficará para mais tarde, novo post sobre o Jardim encantado. Para já este maravilhoso quadro fica aqui.
Através de um bruxedo, Ansaldo faz um jardim todo florido, em pleno Inverno, com vista a conquistar Dianora. Esta achava que ele não o conseguiria. Na cena representada, vê-se o ar triste de Dianora, pois esta nunca pensou que Ansaldo realizasse essa proeza.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Os meus franceses - 124


Boa noite!

Mais franceses: Michel também canta...



...ou melhor, recita a sua poesia com arranjos de Bertrand Burgalat e a colaboração da banda Eiffel. Esta chama-se Crépuscule, também do álbum ( único até à data ) Présence Humaine.

Frase da semana ( que passou )

A semana passada foi tão fértil que desta vez são três:


É pacífico que Sócrates anda a enganar o país.

- António Barreto, em entrevista ao Expresso.




Lutaremos até ao último homem e até à última mulher.

- Muammar Khadafi, faz hoje oito dias, assim se provando que entre os seus muitos defeitos não está a misoginia...

Finalmente, uma frase de Luís Salgado de Matos na entrevista publicada na Visão:

O que faltou à I República foi um Mário Soares e, do lado da Igreja, um D.António Ribeiro.

Das três, esta última foi a que mais me surpreendeu.

Novidades - 175

Com prefácio de Duarte Ivo Cruz, esta verdadeira enciclopédia do espectáculo vem colmatar uma lacuna, recenseando os muitos actores, dramaturgos,compositores, cenógrafos e outros profissionais das artes de palco que marcaram o século passado.
O autor é Luciano Reis, e, como se dizia antigamente, está à venda nas melhores livrarias.

Auto-retrato(s) - 87


Columbano Bordalo Pinheiro - Auto-retrato (inacabado)
Óleo sobre tela
Lisboa, Museu do Chiado

Atenção que a exposição Columbano, patente no Museu do Chiado, termina no dia 27 de Março.

«Les portugais sont toujours gais»


Alexandre-Charles Lecocq.
Caricatura de Moloch.

Les portugais sont toujours gais
Qu'il fasse beau, qu'il fasse lais,
Au mois de décembre ou de mai,
Les portugais sont toujours gais!

Esta quadra pertence à ópera cómica Le jour et la nuit (1881) de Charles Lecocq (1832-1918), o autor de numerosas operetas, como La fille de Madame Angot (1872).

1968 : Patty Pravo



Uma das que mais gosto de Patty Pravo, no tempo em que a canção italiana fazia suspirar o resto da Europa. E a sensualidade não precisava de silicones, botox e afins.

Um quadro por dia - 139

Witold Wojtkiewicz ( 1879-1909 ), Meditação. Quarta-Feira de Cinzas, óleo sobre tela, Museu Nacional da Polónia, Varsóvia.

Neste primeiro dia da Quaresma, uma tela do mais importante pintor polaco de finais do séc.XIX.

Citações - 153


Para o caso dos portugueses que defendem a entrada da Guiné Equatorial na CPLP andarem distraídos, aqui fica a informação: o filho do ditador Obiang acaba de comprar o segundo iate mais caro do mundo, por 380 milhões de dólares. Isto no país mais desigual do planeta, mas onde o nosso governo resolveu ir no ano passado num avião cheio de empresários dispostos a farejar petróleo. Quando este sinistro regime cair, porque também há de cair, não se venham queixar.


-
Ricardo Costa
, no EXPRESSO.

Em português - 85 : OqueStrada

ONDE ME APETECIA ESTAR- 46 : Miramar

As conversas são como as cerejas... , e falar de Maximiliano e de Carlota leva a Miramar, a sua casa europeia, em Trieste, nas margens do Adriático.
Aqui viveram pacificamente 4 anos, de 1860-quando o castelo ficou pronto- a 1864, ano em que se deixaram convencer por Napoleão III e partiram para o México. O castelo foi desenhado pelo arquitecto Carl Junker, mas o parque de 22 hectares foi concebido pelo próprio Maximiliano para ser um jardim tropical.

Depois da morte de Maximiliano, que morreu sem filhos, o castelo ficou na posse dos Habsburgos que o utilizaram como residência de veraneio, designadamente Sissi e o seu filho e nora Rudolfo e Estefânia ( outra infeliz princesa belga ). Finda a Primeira Guerra Mundial, Trieste passou a integrar o reino de Itália e Miramar também. Começou então a segunda vida deste castelo, agora como museu italiano, embora tenha servido de quartel durante a Segunda Guerra Mundial.


Quase milagrosamente, e com a ajuda dos próprios triestinos, os interiores sobreviveram a duas guerras mundiais e a ocupações militares, e são hoje um dos principais motivos de visita desta antiga residência principesca. As vistas também ajudam...

- A cama de Maximiliano, oferecida pelo Papa Pio IX mas nunca utilizada.



- O Castelleto, pavilhão secundário existente no parque do castelo.

A arte do retrato - 21

Franz Xaver Winterhalter, Carlota do México, 1864, óleo sobre tela.


O "desprendimento", digamos assim , com que se falou aqui da execução de Maximiliano do México lembrou-me o destino de Carlota, a sua viúva, cujo sofrimento não se acabou num instante como aconteceu com o irmão de Francisco José.
Carlota de Saxe-Coburgo-Gotha ( 1847-1927 ), filha de Leopoldo I, rei dos Belgas, e de Luísa de França, que estava na Europa tentando convencer as grandes potências a salvarem o seu marido e o efémero império mexicano, nunca recuperou do fuzilamento de Maximiliano e passou os 60 anos seguintes mentalmente perturbada, primeiro refugiada no Vaticano e depois num castelo belga.
Tudo teria sido diferente se a jovem princesa belga tivesse aceite o seu outro pretendente, o nosso D.Pedro V...

Conhecem?


Soube há uns dias da sua existência. Podem saber mais em:
http://www.museuminiaturaautomovel.com/

Provérbio de Amor

biscuit, Paris, Musée des Arts Decoratifs
Nesta estátua de Cúpido, ou do Amor, está esta inscrição:
Qui que tu sois, voici ton maître: il le fut, il l'est, ou doit l'être.
Encontrei, semelhante:
Qui que tu sois, voici ton maître : Il l'est, le fut, ou le doit être.
Voltaire (1694-1778), Poésies mêlées, XI (1763).

Truffaut / Godard


«Fascinante. É uma aula de história. Grandes revelações. Inesquecível.»
Stephen Farber (Hollywood Reporter)
10 a 23 de Março no Corte Inglês.