Em 1977 o Parlamento espanhol aprovou a Lei da Amnistia que garantia a liberdade de todos os presos políticos e, ao mesmo tempo, que nenhum criminoso franquista podia ser julgado. Na altura podia ter parecido o melhor a todas as partes, mas a verdade é que muitas pessoas continuam sem saber dos seus familiares, mortos durante a Guerra Civil e enterrados em valas comuns. Há dias li que a Espanha é, depois do Cambodja, o país do mundo onde há mais valas comuns.
O filme mostra a luta épica das vítimas dos 40 anos da ditadura de Franco, em Espanha, que continuam hoje a procurar justiça.
Filmado ao longo de seis anos, o filme acompanha várias vítimas e sobreviventes, enquanto organizam o “Processo Argentino” e enfrentam uma amnésia imposta pelo Estado perante crimes contra a Humanidade num país, que após quatro décadas de democracia, continua dividido.
Pelo filme fiquei a saber que a toponímia não foi mudada: continua a haver praças do Caudilho, ruas do Generalíssimo Franco, etc. Uma das vítimas de tortura durante a ditadura franquista vive na Calle General Yagüe, conhecido como o 'Carniceiro de Badajoz'. A Câmara de Madrid aprovou, durante a rodagem do filme, a alteração de alguns topónimos da cidade, onde se inclui este.
Acresce também o caso das crianças roubadas aos republicanos e entregues a famílias falangistas e outras que eram roubadas à nascença, prática que se verificou até há pouco. Também os pais destas crianças querem saber onde estão os filhos e levar os responsáveis a julgamento, o que lhes é impedido por essa lei.